‘Cinquenta tons de cinza’ chicoteia lucro da Penguin
PublishNews, Iona Stevens, 31/07/2012
Sob pressão dos concorrentes, lucro da Penguin cai em quase 50% no primeiro semestre

Sob pressão dos concorrentes, que colocaram no mercado best-sellers como Cinquenta tons de cinza e Jogos vorazes, o lucro operacional da editora inglesa Penguin despencou em quase 50% no primeiro semestre de 2012, ficando em R$ 70 milhões, enquanto que em 2011 o lucro do primeiro semestre foi de R$ 134 milhões. As vendas também caíram um total de R$ 51 milhões – o equivalente a 4% do total de vendas – em relação ao mesmo período no ano passado.

Além da perda do grupo Borders e da redução do espaço nas estantes, o sucesso de Cinquenta tons de cinza, em particular, parece ter afetado desproporcionalmente os resultados. A diretora Marjorie Scardino, explica "Cinquenta tons de cinza vendeu mais de 30 milhões de cópias. Os Estados Unidos é o único lugar onde tivemos queda. Esses grandes best-sellers realmente tiraram muito ar do mercado." no site Publishers Lunch. O presidente John Makinson também ressaltou o peso dos Estados Unidos, que representam mais de 60% das vendas da empresa, nos resultados negativos. De fato, em outras partes do mundo, as vendas estavam de acordo, ou acima, do nível do ano passado.

Além da concorrência ferrenha, a empresa atribui os resultados à uma “agenda de publicação mais leve”, ou seja, menos lançamentos - a Penguin US publicou este ano 132 best-sellers, em 2011 foram 157.

Porém, fora a Penguin US, a companhia não parece estar indo tão mal. O anúncio dos resultados acompanha a divulgação do investimento em um hub de insights de consumidores, após a compra do site Authors Solution pela editora, na semana passada. Makinson afirma "A autopublicação está mais perto do mainstream. Haverá um efeito de incremento – os títulos de autopublicação nas listas de best-sellers vão empurrar para fora alguns títulos tradicionais, mas, dos milhares de títulos de autopublicação publicados anos passados, obviamente apenas alguns chegarão ao topo” conta o CEO ao site The Bookseller.

Além do novo rumo em autopublicação, o investimento no mercado internacional começa a trazer benefícios para a Penguin, em parte impulsionados pela parceria com a Companhia das Letras, a expansão de um programa de publicação em língua espanhola, entre outros. Segundo Makinson "A economia no Brasil desacelerou levemente, e isso afetou um pouco os livros acadêmicos que publicamos lá, mas o comércio está saudável.”

[31/07/2012 00:00:00]