Em Porventura (Civilização Brasileira, 80 pp., R$ 24,90), o poeta, ensaísta e filósofo Antonio Cicero volta a se dedicar ao gênero que o tornou conhecido como um dos mais importantes escritores de sua geração. No livro se adensam as complexas relações que, desde seu primeiro livro, Guardar (1996), vem desenvolvendo com o universo da cultura clássica, a grega em especial. Não se trata de modernizar a herança antiga, mas também de tentar expressá-la na singularidade de sua força, por meio de um gesto de acolhida avesso a facilitações de qualquer espécie. Relatos helênicos atravessam o volume, referências ou alusões gregas comparecem a dez das trinta e cinco peças da obra.