Na última sexta-feira, 18, foi aberta a terceira edição da Bienal do Livro de Minas, em Belo Horizonte.
Muitas escolas aproveitaram para trazer as crianças logo no primeiro dia. Os estandes estavam repletos de promoções, principalmente para o público infantil, o que garantiu a alegria da molecada, que saiu de sacola cheia.
Além dos expositores, a feira conta com oito espaços onde ocorrem debates, autógrafos, peças e apresentações musicais.
Um dos mais concorridos é o Café Literário, literalmente um café onde além da bebida é possível apreciar bate-papos com escritores, jornalistas e personalidades.
Numa conversa com o curador do espaço, Afonso Borges, com direito a café e coxinha, ele contou que é o primeiro grande evento que faz oficialmente, mas que descobriu que já fez um monte sem saber. Dono de um ótimo humor, explicou que preferiu dar um tom mais popular a essa Bienal, convidando autores conhecidos da mídia para atrair o publico. “Quero que as pessoas se sintam como numa livraria onde encontramos vários gêneros literários. Por isso uma gama bem diferenciada de autores e assuntos no Café Literário.”
Afonso também acredita que a Bienal não deve ter o objetivo de conscientizar sobre a importância da leitura, porque essa responsabilidade “vem de casa”, mas pode, sim, funcionar com um estímulo.
Apesar da procura, todas as sessões aconteceram de forma organizada, com distribuição de senhas uma hora antes para que todos pudessem sentar, tomar um café e aproveitar um papo descontraído.
O primeiro Café Literário foi sobre “Economia x literatura” e contou com a presença de Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e uma participação especial de Sérgio Abranches, também jornalista.
Miriam e Sardenberg falaram sobre os últimos livros que escreveram, A saga brasileira e O assunto é bolsa, e sobre como a literatura é presente nas suas vidas desde pequenos.Ela contou que sempre foi uma leitora voraz e que chorava ao ouvir sua irmã ler para ela. Sardenberg ressaltou a dificuldade de encontrar bons textos de economia: “Um bom texto de economia não tem nenhum número!”
Outro bate-papo bem concorrido foi entre Ana Maria Machado, que tem mais de 100 livros publicados, e Edney Silvestre, vencedor do prêmio Jabuti 2010 com Se eu fechar os olhos agora. O tema principal era “Criação, verdade e mentira”. Os dois falaram sobre o mito de que as personagens têm vida própria e concluíram: é verdade! Eles também comentaram que suas mentiras são baseadas em verdades, e por isso mexem com a verdade de cada leitor.
Ana Maria contou que guardou o que escrevia numa gaveta por quase nove anos até ganhar um concurso em Minas Gerais e ser procurada por editoras para publicar outros textos. “Eu escrevia porque tinha uma necessidade de escrever, hoje as pessoas escrevem porque querem se expor!”, provocou.
Ainda no fim de semana, passaram pelo sofá do Café André Trigueiro, Fabrício Carpinejar, Lucas Figueiredo, Alberto Villas, Roberto Pompeu de Toledo, Marcia Tiburi e Nilton Bonder.
Na avaliação dos organizadores da Bienal, o primeiro fim de semana alcançou as expectativas. O que os leitores e visitantes da feira viram foi casa cheia em todos os eventos promovidos.