Começa hoje a 41a edição da London Book Fair, em Londres, em que a China é o país homenageado. A escolha vem de uma proposta para estreitar laços culturais, entender melhor o mercado e fazer negócios com o maior produtor mundial de livros, por volume. Mais de 20 autores chineses participarão de uma série de eventos, dentro da programação organizada junto ao British Council.
Mas, na imprensa britânica, a semana foi de questionamentos: "Reino Unido, então, concorda com a censura?" Ou "Um país que censura livros e escritores deveria ser o convidado de honra de uma das maiores feiras literárias do mundo?". As manchetes começaram a correr depois de divulgada a lista de convidados chineses. Entre eles, todos têm livros publicados na China e, portanto, são aceitos. No entanto, muitos nomes importantes como o escritor Ma Jian ficaram de fora, alegando que assuntos tabus, como o regime comunista, por exemplo, jamais poderiam ser discutidos por aqui. Segundo ele, "o intercâmbio cultural não será possível e, mais do que isso, o evento coloca a liberdade de expressão na China sob pressão, ainda mais", disse em entrevista ao jornal The Guardian.
Ao norte de Londres, em frente à estação de metrô Earls Court, o evento é bastante organizado logo na entrada. Na bilheteria, o passe para os três dias custa £45. Ao todo, são 400 palestras e painéis e 1.500 expositores (que desembolsaram entre £273 e £323 por metro quadrado). Em 2011, 24.802 pessoas visitaram a feira.
Hoje, às 16h, a Câmara Brasileira do Livro e a Biblioteca Nacional apresentam um panorama do mercado brasileiro. Karine Pansa, Fabio Lima e Patricia Seibel compõem a mesa.
