Intrínseca investe em não ficção
PublishNews, Roberta Campassi, 28/02/2012
Editora aumenta número de lançamentos do gênero e começa a publicar autores brasileiros, com planos de elevar a qualidade de obras não ficcionais no país

Foi com a publicação de alguns dos maiores best-sellers de ficção dos últimos tempos que a Intrínseca conseguiu seu lugar ao sol entre as editoras brasileiras. Mas sucessos como as séries Crepúsculo e Percy Jackson e os olimpianos, ou o romance Um dia, representaram uma espécie de desvio em relação ao projeto original da casa, que foi fundada em dezembro de 2003 com a ideia de lançar principalmente livros de não ficção.

Agora, mais de oito anos depois, a editora carioca volta suas atenções novamente para o gênero, que ela pretende reforçar com obras traduzidas e – aqui está a maior novidade – com livros de autores brasileiros.

O primeiro entre os nacionais é Filho teu não foge à luta, do jornalista Fellipe Awi, que sai em abril e conta a história das lutas de Artes Marciais Mistas (MMA), cujo principal campeonato é o UFC. A Intrínseca já tem outros três projetos em andamento – que ela não revela quais são – e deve aumentar ano a ano o número de publicações nacionais. “Vamos crescer aos poucos. Este ano lançamos um, ano que vem mais um pouco e, em 2013, três ou quatro”, afirma Jorge Oakim, editor e fundador da casa.

Ele acredita que a não ficção feita no Brasil tem muito a melhorar e precisa, para tanto, de investimento por parte das editoras. “É fundamental dar as condições para o autor escrever um livro como se deve. Em outros países, as editoras bancam os autores por meses quando é necessário”, afirma o editor. A Intrínseca promete fazer o mesmo por aqui. No caso de Awi, a casa financiou uma viagem aos Estados Unidos e meses de trabalho do jornalista com pesquisa e escrita.

Oakim divide o trabalho de prospectar projetos nacionais com o editor Bruno Porto. As primeiras ideias saíram da própria editora, que então partiu em busca dos escritores. “Estamos trabalhando com alguns dos melhores jornalistas do país”, diz Oakim.

Quanto à publicação de obras de não ficção estrangeiras, o número de lançamentos deve subir de 10, no ano passado, para 20, este ano. “Lá fora tenho visto muita coisa legal em não ficção que é a nossa cara”, conta o editor. Grande parte dos livros novos, contudo, permanece sendo ficção. No ano passado, a Intrínseca lançou 50 títulos. Para este ano, a previsão é publicar 70.

[28/02/2012 00:00:00]