Os acontecimentos de A felicidade é fácil (Record, 224 pp., R$ 29,90) têm início às 7h20 do dia 20 de agosto de 1990, quando Olavinho, filho de Mara e Olavo Bettencourt, é seqüestrado. A história que se desenrola nos capítulos seguintes não dura mais do que 24 horas e é nesse espaço de apenas um dia que os leitores embarcarão numa trama que envolve política, crimes e o drama de uma família.
Entre os personagens estão Olavo e Ernesto, dois amigos publicitários, envolvidos com a alta corrupção no governo federal; Mara, mulher de Olavo, uma ex-acompanhante de executivos; Irene e o marido, além do filho, empregados domésticos do casal; Major, o motorista particular, e sua filha, Bárbara; e os membros de uma quadrilha internacional de sequestradores.
Para compor a trama, Silvestre explora os universos completamente distintos dos personagens e retrata desde o consumismo de Olavo e Mara, passando pelo envio ilegal de dinheiro ao exterior até chegar ao mundo do desejo e frustração do casal Irene-Stephan e do Major e sua filha.
Com uma narrativa descrita como forte e densa, Silvestre reúne personagens complexos cujos destinos e transformações pessoais são diretamente impactados pela história recente do Brasil. Enquanto Se eu fechar os olhos agora retratava o período pré-ditadura militar como pano de fundo da história, A felicidade é fácil ata completamente os destinos pessoais dos personagens ao contexto do governo Collor. O resultado é um romance político com elementos da narrativa policial.
Edney Silvestre é jornalista e escritor. Foi correspondente internacional do jornal O Globo e da TV Globo, baseado em Nova York, de 1991 a 2002. Atualmente, está baseado no Rio, onde faz reportagens para o Jornal Nacional, o Bom Dia Brasil e o Jornal da Globo. Semanalmente apresenta o programa Espaço Aberto Literatura, na Globonews, onde entrevista grandes escritores consagrados e novos autores. Além de autor de romances, escreveu livros de não-ficção como Dias de cachorro louco, Outros Tempos e Contestadores.
