De tanto coçar e esfregar seu olho esquerdo, Max o arrancou. Não teve dor, nem sangue, nem nada, a não ser a surpresa de vê-lo livre do corpo e capaz de explorar o mundo sozinho, viajando até ao fundo do mar. As aventuras de Max e seu olho submarino (Comboio de Corda, 64 pp., R$ 30 – Trad. Fabio Weintraub), escrito pelo mexicano Luigi Amara e ilustrado por Jonathan Farr, é uma sequência de poemas em diversos formatos – quadras, sonetos, haikai -, que, compilados, narram as estripulias deste olho aventureiro e de Max, o menino, que desde então tem um olho só. A obra junta elementos do humor, do absurdo e do escatológico em poemas que mostram que, de perto, todo mundo é um pouco esquisito.
Com um olho, aquele que ainda está preso ao seu corpo, Max enxerga sua família - a tia que sonha de olhos abertos, o avô que não quer ficar velho e a irmã que come mato e sementes – e, com o outro, aquele que está solto no mundo, vê o mundo submerso – enormes baleias que parecem ilhas, palmeiras de água, uma enguia em curto-circuito e os mais diversos seres marinhos.
A obra é indicada para maiores de 10 anos. Luigi Amara é poeta e ensaísta e recebeu diversos prêmios literários, entre os quais Prêmio Nacional de Poesia Jovem Elías Nandino (1998) e o primeiro lugar do concurso internacional Manuel Acuña (1996).





