Ruffato e Marisa Lajolo falam sobre os contos preferidos de Mário de Andrade
PublishNews, Redação, 25/05/2011
Assunto é tema de “Mário de Andrade - Seus contos preferidos”, organizado por Ruffato e lançado pela Tinta Negra

No ano de 1938, a Revista Acadêmica, que reunia em seu conselho diretor autores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graciliano Ramos e José Lins do Rego, propôs um inquérito a cada um dos membros: “Quais são os dez melhores contos brasileiros?”. Mário de Andrade, na contramão dos colegas, anotou em sua reposta: “Os dez melhores contos da literatura brasileira são, pelo menos, duas dúzias”. Fãs e curiosos encontram agora esses textos em Mário de Andrade - Seus contos preferidos (Tinta Negra, 312pp., R$ 39,90). O organizador da obra, Luiz Ruffato, participa de um bate-papo com Marisa Lajolo nesta quarta-feira, dia 25, a partir das 19h, na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 – Centro – São Paulo/SP).

O livro reúne 23 títulos de 21 autores diferentes citados por Mário de Andrade. Entre eles, Álvares de Azevedo, Machado de Assis (que comparece com três histórias), Artur Azevedo, J. Simões Lopes Neto, Afonso Arinos, Valdomiro Silveira, João do Rio, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Roque Callage, Gastão Cruls, Léo Vaz, Menotti Del Picchia, Hugo de Carvalho Ramos, Rodrigo M. F. de Andrade, Ribeiro Couto, Alcântara Machado, João Alphonsus, Darcy Azambuja e Marques Rebelo – todos elencados por Ruffato de acordo com a data de nascimento. Na revista, Mário de Andrade os listou “sem ordem de preferência”, em suas palavras. É interessante notar que o 24º lugar da lista foi deixado em aberto como “vaga para o conto desconhecido”. Na sugestão do organizador, Mário de Andrade, com modéstia e inteligência, preferiu que os leitores intuíssem e preenchessem a lacuna com o nome dele.

“Mário de Andrade sabia do valor de seus contos – tanto que praticamente todos os outros autores que responderam ao inquérito da Revista Acadêmica citam-no”, afirma Ruffato.

Um dos objetivos desta compilação é tornar público o gosto pessoal de Mário de Andrade, bem como prestigiar o gênero e valorizar os autores que tiveram participação fundamental em diversos momentos e movimentos da literatura brasileira. Suas principais obras, muitas ainda reconhecidas atualmente, são a representação do gosto literário da época.
[25/05/2011 00:00:00]