Madras investe em filosofia
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 08/04/2011
Referência no mercado editorial holístico, maçônico e de filosofia pop

A Madras, conhecida editora holística e maçônica, começou 2011 apostando mais em filosofia. A editora já tinha alguns títulos nesta área, ou inspirados por ela, como Os Simpsons e a Filosofia e Crepúsculo e a Filosofia, mas agora ela foi além. Tanto que já comprou os direitos de uma série de livros da editora da Cambridge University Press. Platão, Kant, Nietzsche e Espinoza são alguns dos nomes que vão figurar nesta nova coleção, que neste primeiro ano deve chegar a 14 títulos.

“A Madras é uma editora que inicialmente se lançou com livros de ocultismo, ou seja, obras voltadas às mais diversas religiões. O fundamento da religião está na filosofia, por isso, acreditamos que a filosofia é a religião do futuro”, justifica Wagner Veneziani Costa, diretor da Madras, que já anunciou que mitologia será o próximo assunto.

Ao longo desses 16 anos, a Madras já lançou mais de 70 títulos de filosofia, contando os de filosofia popular, comenta o diretor. De acordo com ele, Matrix -Bem-vindo ao deserto real foi um dos maiores sucessos, com mais de 70 mil exemplares comercializados. De outras áreas, a Madras lançou, em 2010, cerca de 130 títulos, incluindo biografias de Led Zeppelin, Amy Winehouse e Beyoncé, livros de ocultismo, história e outras temáticas.

Primeiros títulos da coleção de filosofia

Interpretando Espinoza – Ensaios Críticos (248 pp., R$ 34,90), de Charlie Hunemann, aborda vários aspectos da obra do filósofo moderno Espinoza, oferecendo uma visão aprofundada sobre os pontos de vista de Espinoza sobre Deus, necessidade, imaginação, a mente, o conhecimento, história, sociedade e política.

A Filosofia da Morte (272 pp., R$ 39,90), de Steven Luper, abre uma discussão de questões filosóficas básicas sobre a morte e uma introdução crítica à literatura filosófica contemporânea pertinente, com questionamentos e reflexões: O que é estar vivo? Sob quais condições persistimos no tempo e quando perecemos?

Picco della Mirandola (364 pp., R$ 36,90), de M. V. Dougherty, apresenta o trabalho filosófico do pensador renascentista Giovanni Picco della Mirandola, com ensaios inéditos para os interessados em pensamento Renascentista e da Idade Média Tardia, e para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre humanismo italiano, o aristotelismo e neoplatonismo da Renascença.

História da religião e da filosofia na Alemanha e outros escritos (288 pp., R$ 39,90), editado por Terry Pinkard, apresenta uma expressiva e interessante visão geral da história intelectual da Alemanha feita por uma figura central em seu desenvolvimento: Heinrich Heine (1797-1856). Célebre poeta, jornalista e exilado político, ele estudou com Hegel e conheceu pessoalmente as principais figuras da mais importante geração de escritores e filósofos alemães.

Compêndio da Cambridge sobre Voltaire (304 pp., R$ 39,90) é o resultado de um conjunto de ensaios escritos por especialistas e reunidos pelo professor Nicholas Cronk sobre um dos principais pensadores do Iluminismo europeu, Voltaire. Esta obra disponibiliza a pesquisa mais recente na França e no mundo anglofônico.

Kant e o Poder da Imaginação (200 pp., R$ 29,90), de Jane Kneller foca no papel da imaginação como poder criativo na estética kantiana e em todo o seu projeto filosófico. Analisa a explicação de Kant para a liberdade imaginativa e a relação entre a representação imaginativa livre, o social humano e o desenvolvimento moral, mostrando várias formas nas quais sua estética da reflexão desinteressada explica o interesse moral, além das interpretações de Kant sobre diversos temas no contexto da estética alemã do século XVIII.

Platão e a retórica de filósofos e sofistas (232 pp., R$ 34,90), da professora Marina McCoy, examina o tratamento de Platão a respeito da retórica de filósofos e sofistas por meio de uma análise temática de seis diálogos, incluindo Apologia, Protágoras, Górgias, A República, Sofista e Fedro. A autora argumenta que Platão apresenta tanto os filósofos quanto os sofistas como figuras difíceis de ser separadas, na medida em que ambos se utilizam da retórica como parte de seus argumentos.

Compêndio da Cambridge sobre Jung (ainda não lançado), editado por Polly Young-Eisendrath e Terence Dawson, apresenta quinze ensaios e uma versão revisada dos originais, com avaliações novas e radicais das obras de Jung. Os autores abordam a contextualização de Jung em seu tempo, mostrando como os junguianos ainda questionam e propagam os pensamentos de Jung aplicados na cultura e psicanálise modernas.

Introdução à Filosofia Política (336 pp., R$ 44,90), de Colin Bird, fornece uma introdução abrangente à filosofia política, numa combinação de figuras contemporâneas com exemplos da vida real. Ele cobre uma gama ampla de tópicos da área, incluindo a distribuição justa da riqueza, tanto dentro dos países quanto globalmente; a natureza e a justificação da autoridade política; o significado e a importância da liberdade; argumentos a favor e contra o regime democrático; o problema da guerra; e as razões para a tolerância na vida pública.

Genealogia da Moral de Nietzsche (304 pp., R$ 39,90), do professor e filósofo Lawrence Hatab, é um livro contundente, radical em sua época (1887) e profundamente influente desde então. Dois capítulos examinam como a genealogia se relaciona com as questões-padrão de filosofia da moral e filosofia política. Introduz o pensamento de Nietzsche com base na obra mais consistente do autor, A genealogia da moral.

Uma introdução à filosofia budista (320 pp., R$ 42,90), do professor Stephen J. Laumakis, explica a origem e o desenvolvimento das ideias e dos conceitos budistas, com especial atenção às ideias e aos argumentos filosóficos apresentados e defendidos por pensadores e sutras escolhidos de diversas tradições.

Introdução à filosofia chinesa - Confucionismo, Moismo, Daoismo e Lagalismo (336 pp., R$ 44,90), de Karyn L. Lai, abrange a antiga filosofia chinesa com tradições que surgiram durante os períodos da Primavera e do Outono (722-476 a.C.) e dos Reinos Combatentes (475-221 a.C.) na China. Contempla conceitos, temas e métodos em períodos subseqüentes, inclusive a introdução do Budismo na China.

Jesus e a filosofia (272 pp., R$ 39,90) é uma coletânea de Paulo K. Moser com novos e importantes textos de teólogos, filósofos e especialistas na Bíblia. Retrata Jesus no contexto intelectual e histórico do primeiro século, acompanhando as influências intelectuais, contribuições e os padrões de pensamento contemporâneos semelhantes além de ter influenciado dois dos filósofos medievais mais importantes.

Guerras góticas de Roma (248 pp., R$ 37,90), do professor Michael Kulikowski, é um livro mais voltado à história, pois aborda a história dos bárbaros de outra forma. Em fins de agosto de 410, Roma passava fome, seus habitantes brigavam entre si e, para piorar a situação, o exército gótico acampado às portas da cidade estava agitado. O comandante dos godos era Alarico, um general romano e chefe dos bárbaros. Liderando um exército que tinha pouca comida e que poderia entrar em motim, saquear Roma era a única solução.
[08/04/2011 00:00:00]