Ryunosuke Akutagawa nasceu ficção. É abandonado no mesmo ano em que a mãe enlouquece, o que impinge desde cedo à existência do futuro escritor um viés dramático e quase mítico que percorrerá toda sua obra. Kappa e o levante imaginário (Estação Liberdade, 352 pp., R$ 47 – Trad. Shintaro Hayashi) promove um sobrevoo pela obra de Akutagawa, mestre inconteste da narrativa breve, trazendo ao leitor brasileiro contos inéditos do escritor japonês. Último de seus contos publicados em vida, Kappa, que abre o livro, gerou polêmica e diversas interpretações da crítica e do público. A partir do divertido relato de um homem internado em um sanatório, Akutagawa elabora uma crítica mordaz à moderna sociedade nipônica.