A principal característica da publicação era a abordagem criativa, às vezes com relatos em primeira pessoa, de temas considerados tabus até os dias de hoje, como divórcio, sexo na juventude, pílula anticoncepcional, celibato na igreja, educação sexual para crianças e jogo do bicho, entre vários outros. Pela edição ousada, a revista chegou a ter uma de suas edições, a de janeiro de 1967, apreendida pela justiça.
“Iconoclasta, irreverente, investigativa e corajosa, “Realidade” renovou a arte da reportagem, questionou tudo, derrubou tabus, revelou um país praticamente desconhecido para uma nova geração de leitores e entrou na história como exemplo de jornalismo inesquecível e transformador”, define seu primeiro diretor, Roberto Civita.
Realidade Re-vista nasceu de um convite do editor José Luiz Tahan aos dois jornalistas para que colocassem no papel parte deste momento tão importante para o jornalismo brasileiro. Dividido por temas, o livro traz, em cada capítulo, três tipos de texto: a apresentação, que explica como a revista tratava aquele assunto; as reproduções de matérias da época e o em off de cada reportagem. Essa estrutura exigia uma solução especial de projeto visual.
O problema foi resolvido pelo diretor de Arte Alberto Mateus, que conseguiu dar uma personalidade visual própria para cada texto, o que torna a leitura fácil e agradável. E as matérias da época foram consideradas pelo escritor Celso de Campos Jr, que comentou o livro, como "surpreendentemente atuais".






