Imagens do artista polonês registradas em seus refúgios na natureza são a atração do calendário anual da empresa, organizado por Emanuel Araújo. O lançamento será hoje (29), às 19h, no Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2 – São Paulo/SP). Evento terá também o lançamento da publicação Pixinguinha na pauta: 36 arranjos para o programa O Pessoal da Velha Guarda (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo / Instituto Moreira Salles, R$ 120) e a apresentação da Orquestra Pixinguinha na Pauta. No "Leia Mais”, outras informações sobre as duas obras.
Calendário
Escultor, pintor, gravador e fotógrafo nascido na Polônia, Krajcberg mudou-se para o Brasil em 1951. Entre os prêmios que conquistou estão o de melhor pintor nacional na Bienal de São Paulo de 1957. Há mais de 30 anos mora e trabalha no sul da Bahia, num resquício de Mata Atlântica. No texto que fez parte da mostra e do livro “Imagens do fogo”, de 1992, e publicado agora no calendário, ele afirma: “Queria captar a natureza em seu sofrimento. Comecei a fotografar para ver melhor, mais perto, além do olhar. Descobri a cor, as terras de pigmentos puros, cores que são matérias. Há centenas delas: ocre, cinza, marrom, verde, uma gama imensa de vermelhos”.
Em outra passagem, o artista diz que a natureza amazonense coloca sua sensibilidade de homem moderno em questão, assim como a escala dos valores estéticos tradicionalmente reconhecidos. “Se Mondrian passou da árvore ao quadrado, ele apenas aproveitou uma das possibilidades da árvore. Agora, nós devemos quebrar o quadrado para reencontrar a árvore. A Natureza Integral pode dar um novo significado aos valores individuais de sensibilidade e criatividade”.
“O olhar diferenciado de Krajcberg pela natureza é incrível. Ele consegue perceber miudezas em uma simples folha caída ou num pedaço de galho e deles inventar uma obra de arte, sempre chamando a atenção para a preservação ecológica. Ele é quase um guerreiro solitário pela causa ambiental”, comenta Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial.
De acordo com Emanoel Araújo, Krajcberg é um homem feito de grandes paixões. “Um eterno encantado e um defensor perpétuo da natureza. Traz dentro de sua alma peregrina as matas e florestas do Brasil, onde ele próprio colhe o que dela sobra para realizar sua obra de grandes esculturas, de relevos a que chama de sombras”. Ele lembra que Krajcberg esteve irremediavelmente ligado às terras do país, onde construiu sua grande obra com as formas da natureza. Sobre as fotos do calendário, afirma: “Essas formas de cores quentes captadas pela magia da sua lente são a mais inegável demonstração da luta que ele empreende por salvar a beleza que ainda vive nas nossas matas”.
Pixinguinha na Pauta
Uma das facetas pouco conhecidas do compositor e instrumentista Pixinguinha é a de arranjador genial. Entre as décadas de 1940 e 1950 ele trabalhou como diretor musical do programa “O Pessoal da Velha Guarda”, transmitido pela Rádio Tupi e apresentado por Almirante. O programa evocava o rico cenário musical do final do século XIX e início do século XX, período em que se construiu a identidade da música popular brasileira.
Com um clima saudosista, trazia aos ouvintes arranjos de Pixinguinha tanto para composições mais antigas – de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Mário Álvares, Paulino Sacramento, entre outros – como para obras de com positores contemporâneos, como Jacob do Bandolim e o próprio Pixinguinha, que dialogavam com a sonoridade típica daquele momento peculiar, em que conviviam ritmos como a polca, o tango, o maxixe, a valsa, a mar cha e o schottisch. E é este outro lado inédito de um dos principais músicos brasileiros que a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e o Instituto Moreira Salles apresentam em Pixinguinha na pauta: 36 arranjos para o programa O Pessoal da Velha Guarda.
As partituras, editadas uma a uma, separadamente, para facilitar a utilização pelo instrumentista ou regente, e o livreto estão acondicionados em caixa de acabamento requintado. A edição caracteriza-se como mais um item de colecionador. A impressão e acabamento foram realizados nas oficinas gráficas da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.