A babel do pavilhão 5.0
PublishNews, Fernando Alves, especial para o PublishNews, 08/10/2010
Fernando Alves conta como foi seu passeio pelos estandes coletivos da Feira do Livro de Frankfurt, onde até aprendeu a ler em romeno

A ideia era aproveitar a visita aos estandes coletivos de vários países que eu agendara; nos intervalos, entrevistaria alguns representantes de associações e editoras do Oriente Médio para esta matéria, gente de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã. Surpreendentemente refratários a uma boa conversa, deixei-os para seguir minha peregrinação pelos corredores desse mapa-múndi dos livros.

No estande coletivo da Rússia, muita agitação e todas as mesas de reunião ocupadas – tive a mesma boa impressão quando cheguei, pela primeira vez, em 2009, ao novo estande brasileiro. Pessoas trabalhando, catálogos abertos sobre as mesas, livros. Bom sinal para os russos.

De volta ao Oriente Médio, os colegas da Al JAzzeera não souberam me dizer por que a imagem ilustrativa do estande era dos presidentes brasileiro e chinês juntos. Mas deixaram-me à vontade para fotografar o inusitado ícone.

Sóbrio e elegante, o estande da Macedônia tinha o sol como ícone. Já o vizinho estande coletivo da República Checa tinha em seus funcionários competência e disposição para o atendimento. Diga-se de passagem, os países do leste europeu primam pelo profissionalismo: quase todos com atendentes poliglotas e catálogos em inglês e alemão, minimamente.

Letônia, Lituânia, Geórgia, Eslováquia, Malta, Ucrânia... os nomes e os estandes se sucediam e microuniversos se revelavam – não vejo a hora de esmiuçar os catálogos e trocar e-mails com todas as pessoas que contatei!

No estande da Romênia, o trabalho fica um pouco de lado em prol da diversão: tentar ler em romeno. É tão... legível! Mas será que o conteúdo é tão latino quanto à língua?

E o que dizer de um estande da... Mongólia? Sua representante, com orgulho, se preparava para uma apresentação musical com um instrumento de cordas parecido com um banjo. Parei de perguntar o nome da viola na terceira vez em que a moça o repetiu – e eu não entendi.

No estande da Eslovênia, um catálogo de contos, um de romances, um de teatro e... três de poesia! O cordial atendente, diante do meu espanto, explica que o país é poético. Fico com vontade de conhecer essa terra!

E a Armênia terá sua capital, Yerevan, como centro das atenções livreiras de 2011, já que será a capital mundial do livro. De acordo com o editor Emim Mkrtchyan (sim, seis consoantes...) e sua assistente, os brasileiros são bem-vindos!
[08/10/2010 00:00:00]