A nuvem do Google está longe do Brasil
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 01/10/2010
Google Editions deve começar a funcionar no fim do ano nos Estados Unidos e o Brasil ainda não está nos planos da empresa

Até o fim do ano, o Google Editions deve sair do papel. Rodrigo Velloso, diretor de Novos Negócios do Google para a América Latina, contou como será a vida do livro na nuvem. Isso se o projeto não for adiado mais uma vez.

A ideia da empresa é que a comunicação não resida mais em um aparelho. Assim, quem comprar um e-book dela vai poder ler no computador, no celular, em qualquer leitor digital e no que mais inventarem até lá. Vai poder, também, começar a ler em um aparelho e automaticamente continuar em outro. A questão é que o livro nunca estará de fato com você. Para ler, você deverá estar sempre conectado à internet para resgatar o livro dessa nuvem e, enfim, ler. Ou então terá a leitura restrita àquelas 20 páginas salvas em cache.

O Google Editions vai ser lançado nos Estados Unidos no fim do ano e depois a empresa deve se voltar para a Inglaterra, ou para algum outro país europeu. “Não sabemos quando vai chegar ao Brasil, ainda não se fala nisso”. Ele disse que depende da montagem do sistema de pagamento. O que querem fazer é algo muito simples, disse. O usuário preenche seus dados bancários uma única vez e sempre que quiser comprar alguma coisa só aperta uma tecla, ou clica em um determinado link. Velloso não vê restrições para que um brasileiro compre um livro com cartão de crédito internacional mesmo que a livraria não esteja presente no país. A menos que a editora tenha excluído o Brasil de seu território de venda.

“O Google vem digitalizando livros há anos. Nossos parceiros sonhavam com a divulgação e o livro já está passível de ser descoberto no nosso navegador. Agora, vamos comercializar”. No momento, estão cuidando do aditamento de contrato com algumas das 30 mil editoras “parceiras”. Compartilhamento e impressão de trechos são itens que devem constar nos novos contratos. “O usuário deve poder usar o livro como quiser, desde que não fira os direitos do autor e da editora”, disse Velloso.

O Google também está fazendo parceria com varejistas e está oferecendo seu banco de dados para que outras livrarias vendam seus livros. Quanto à polêmica do Google Books, ele disse: “Sempre falamos com as editoras e nunca existiu a visualização de mais de 20% do livro sem autorização”.

Segurança

Rodrigo Velloso acredita que o DRM não seja uma ferramenta funcional. “Todo DRM acaba sendo rompido, e para se proteger da pirataria são impostas restrições aos usuários, que passam a ser tratados como criminosos”.

Para ele, vai ser cada vez mais difícil piratear um arquivo, mas quem quiser gastar tempo com isso vai conseguir piratear qualquer coisa. “Podemos dificultar, mas não é interessante dificultar prejudicando o consumidor”, disse. No caso do Google Editions, o livro nunca será baixado, o que dificulta a cópia. Mesmo assim, Velloso disse que será possível copiar.
[01/10/2010 00:00:00]