Para marcar os 40 anos de carreira de Gloria Pires, que tem em seu currículo marcas impressionantes com 21 novelas, 13 filmes, duas minissérias e diversos programas especiais, Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti se debruçaram sobre a história da intérprete de personagens memoráriveis como Maria de Fátima, de Vale Tudo, ou Raquel, que atazanava o Tonho da Lua em Mulheres de Areia, e lançam, agora, 40 anos de Gloria (Geração Editorial, 368 pp. R$ 39,90).
A obra conta, por meio de dados e fotografias, a história da longa e vitoriosa carreira de uma atriz ainda jovem, mas muito experiente, que fez sua estreia aos quatro anos, em 1969. Embora trate da vida de Gloria, o livro não é propriamente uma biografia, mas a história de sua carreira na televisão e no cinema. Há detalhes da vida de atriz, de mãe, de esposa, da celebridade, da cantora, com relatos em ordem cronológica e em primeira pessoa de Gloria Pires sobre todos os grandes acontecimentos da sua carreira e do dia a dia de uma mãe de quatro filhos.
Entre os 25 capítulos, há histórias sobre a gravidez de risco da mãe da atriz, o início precoce da carreira de Gloria aos quatro anos, o trabalho com o pai, o talentoso ator Antonio Carlos Pires, as primeiras participações em programas humorísticos, uma reprovação traumatizante, os primeiros papéis de repercussão, como Marisa, em “Danci’n Days” e Zuca em “Cabocla”, a convivência com os amigos mais velhos, como Lauro Corona e Daniel Filho, os nascimentos dos seus quatro filhos e a interrupção de duas gestações precocemente.
O livro contém curiosidades, como os dois convites feitos pela revista Playboy, para posar nua, as cirurgias dentárias reparadoras, a tatuagem no pé, além dos frequentes problemas de saúde.
Os autores abordam o rigoroso profissionalismo da atriz e sua obsessão com a disciplina nas preparações para viver seus personagens. Exemplo: para viver a heroína Maria Moura, na minissérie “Memorial de Maria Moura”, em 1994, Gloria Pires fez aulas de equitação, tiro e até curso básico de sobrevivência na selva. “Maria Moura trouxe uma mulher poderosa dentro de mim”, conta.
Gloria esteve presente nos filmes de maiores públicos e de reconhecimento internacional desde a retomada no cinema nacional, como nos papéis de Helena e Claudio, em “Se Eu Fosse Você 1 e 2”, além de fazer parte do elenco de “O Quatrilho”, que levou um longa-metragem brasileiro a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1995. Além de estrelar a mãe do presidente Lula, Dona Lindu, em “Lula, O Filho do Brasil” neste ano e participou de outras 10 produções nacionais. Ela quase interpretou a pintora mexicana Frida Khrlo, em uma produção estrangeira.