George Bernard Shaw viveu 96 anos (1856- 1950) escrevendo e falando sem parar. Nascido em Dublin, chegou a Londres aos 20 anos disposto a se tornar um romancista e a satirizar sem dó a cultura vitoriana. Os romances não vingaram, mas Shaw se vingou: foi crítico de arte, de literatura, de teatro e de música. A dramaturgia veio em seguida, com a mesma energia: ele fez mais de 50 peças. Escolha um tema, enfim, e Shaw terá escrito sobre ele – com gafes graves, como os elogios a Hitler e Stalin por seu anticapitalismo, mas quase sempre com estilo e brilho. O livro se chama Quatro peças curtas (Musa, 168 pp., R$ 30), com boa tradução de Domingos Nunez, e não chega a 170 páginas, mas essas características de Shaw estão todas ali, em versão “pocket show”.