História do vestuário na arte
PublishNews, Redação, 11/12/2009
Obra ilustrada mostra como as vestimentas mereceram atenção de artistas de diversas épocas

Em Roupa de artista – O vestuário na obra de arte (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo / Edusp, 312pp., Ed. bilíngue), a historiadora da arte Cacilda Teixeira da Costa analisa obras desde o Renascimento aos dias atuais. De elemento complementar, a roupa se tornou, no decorrer do tempo, importante protagonista. A edição faz interface com a História da Arte e com a Moda. Descrições pictóricas, interpretações e apropriações do vestuário estão presentes nos principais movimentos da história da arte por meio da pintura, escultura, desenho, gravura, performance e outras categorias artísticas, como mostra a autora no decorrer do título. Além disso, contrapondo-se à indumentária, a nudez também está presente em alguns exemplos clássicos dessa relação, como em Ticiano, nas Majas de Goya ou em Manet. O lançamento do livro acontece neste sábado, dia 12, a partir das 11h, na Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2. São Paulo/SP).

No decorrer dos séculos, como explica a autora, desenvolveram-se técnicas artísticas específicas e um virtuosismo na forma de retratar tecidos, texturas, drapeados e outros detalhes, tanto em pintura como na escultura, que variaram em diferentes tempos e circunstâncias. Como exemplo, há Velázquez, um mestre na descrição pictórica dos trajes da corte. Mas foi na primeira metade do século 19 que o realismo descritivo chegou, talvez na obra de Ingres, ao seu grau mais alto quando, de forma inédita, é dada a mesma importância ao rosto, às mãos e ao vestuário.

No século 20 assistiu-se ao desenvolvimento da indústria da moda, que se tornou cada vez mais importante e assumiu para si, além da criação, a função da divulgação do vestuário, veiculada pelos meios de comunicação de massa. Os artistas, que até então eram também os árbitros do gosto, perderam sua influência sobre a criação dos trajes e foram substituídos, nessa área, pelos costureiros - hoje chamados de estilistas.

Fora do campo da arte, por volta de 1770, surgiram as primeiras publicações de moda, como “La Galerie des Modes”, editada entre 1778 e 1787. No início, reproduziam as roupas usadas pelos mais elegantes da época e, em seguida, passaram a apresentar modelos e informações sobre as tendências em voga, causando uma alteração substantiva no campo do vestuário, cuja divulgação começava a fugir do domínio dos pintores.
[11/12/2009 01:00:00]