Na obra Ciúmes – Delícias e tormentos (Martins Martins Fontes, 200 pp., R$ 37), a psicanalista Marcianne Blévis descreve mais de uma dezena de casos dessa tortura. Segundo Blévis, o ciumento é um inquieto como todos os apaixonados, porém com a certeza adicional de que mais dia, menos dia, se é que já não aconteceu, a pessoa amada o trairá. “Cansado de tanto prever as infidelidades que julga adivinhar, ele espreita, desassossegado e ofegante, o mais ínfimo sinal de desamor naquele a quem ama. Embora estejamos mais habituados a deplorá-lo do que a ver nele um carrasco, às vezes o ciumento parece procurar provocar os tormentos que teme”, diz ela.
Para a autora, o ciumento se considera um eterno incompreendido. Se muitas vezes ele prevê com razão o insucesso de suas relações amorosas, erra ao responsabilizar outro que não ele próprio por sua derrota. Se são volúveis no amor, mantêm-se fiéis no ciúme, e mostram-se tão incapazes de amar quanto de não serem ciumentos. Por meio dos casos relatados por Marcianne Blévis, o leitor descobrirá que homens, mulheres, narcisistas, sádicos, masoquistas, irmãos, irmãs, indiferentes, silenciosos, invejosos, pais, filhos, enfim, todos os tipos de ciumentos ou ciumentas, apresentam sugestões aplicáveis a todos nós.