Quem inventou o amor?
PublishNews, Redação, 18/11/2009
Debates Papirus leva Moacyr Scliar e Ana Maria Machado à Campinas

O que é o amor? Ele é único ou existem vários tipos? Qual a diferença entre o amor e a paixão? Essas perguntas atormentam muitas pessoas, não apenas estudiosos, mas também aqueles que buscam entender melhor esse sentimento tão simples e ao mesmo tempo tão complexo. O amor é o tema do Debates Papirus desta quarta-feira, dia 18, que leva à Campinas dois grandes nomes da literatura nacional, membros da Academia Brasileira de Letras (ABL): Moacyr Scliar, ganhador do Jabuti de melhor romance em 2009, e Ana Maria Machado, vencedora do Hans Christian Andersen em 2000, prêmio mais importante do mundo em literatura infantil. Além de debater sobre amor, os dois também lançarão o livro escrito à quatro mãos por eles, Amor em texto, amor em contexto: Um diálogo entre escritores (Papirus 7 Mares, 112 pp., R$ 29,90). O evento é aberto ao público e tem início às 19h30, na Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Center Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777 - Vila Brandina. Tel.: 19 3252-0223).

Ao longo do livro, percebe-se a importância que a literatura tem quando se tenta explicar ou conceituar o amor. “O texto desempenha um papel importante que é o da educação sentimental. Muitos adolescentes foram aos livros em busca do autoentendimento, em busca de apoio para a ansiedade, da qual, muitas vezes, estavam tomados e até em busca de material imaginativo. Hoje não é mais assim porque o erotismo, a exibição erótica conta com filmes etc., mas houve uma época em que o livro era o único companheiro e refúgio”, afirma Moacyr Scliar em um trecho da obra.

“Ao longo do tempo, essas noções de amor foram mudando, como nos mostra a literatura. Houve o amor cortês (distante e idealizado, segundo códigos bem claros), o amor romântico e impossível, e vários outros modelos amorosos. Por outro lado, atualmente temos uma longevidade maior. Hoje estamos diante de uma situação paradoxal. A cultura ao mesmo tempo nos sugere o ideal de um amor-paixão, hollywoodiano, avassalador, e propõe que ele se associe ao casamento e dure para sempre – o que é paradoxal. Amor pode durar, mas paixão não”, finaliza a escritora.
[18/11/2009 01:00:00]