A estreia do escritor carioca Al Gomes na literatura de ficção chega com o romance policial Cruéis, vis e ordinários (Record, 256 pp., R$ 36). Na história, um assassinato, alguns suspeitos e muitas surpresas sobre os personagens centrais da trama. O livro traz um Rio de Janeiro festivo e glamouroso encobrindo um estado anárquico, governado exclusivamente de acordo com o interesse de algumas pessoas. No meio do caos, está o cineasta independente Marcelo Braga, que recebe de Tide, um misterioso empresário, a proposta de ter seu filme financiado. Uma concessão terá que ser feita. O papel da protagonista, antes reservado para sua mulher e famosa atriz, será de Monique Rimel, uma bela modelo envolvida com homens que ocupam altos cargos de poder. Para um homem como Tide, os negócios não podem parar e o filme começa a rodar antes mesmo de Marcelo se dar conta das consequências e intenções dessa proposta inesperada.
Após um tumultuado dia de gravação numa favela carioca, ele acompanha Monique em casa e os dois vivem uma noite intensa e alucinada. Ao voltar a si, angustiado e arrependido, ele aproveita o sono pesado que ela dormia para ir embora, numa frágil tentativa de fugir do que aconteceu. Tarde demais, no entanto. Não demora até que ele seja informado de que Monique foi assassinada e ele é o principal suspeito.