Num chuvoso domingo de inverno, a arqueóloga americana Brett Lynch recebe uma inesperada visita no apartamento que divide com a namorada - a cantora lírica Flavia Petrelli - e acaba brutalmente espancada. Esta é a trama de Acqua alta (Companhia das Letras, 304 pp., R$ 42 – Trad.: Celso Mauro Paciornik), livro de Donna Leon. O comissário Guido Brunetti, velho conhecido da diva do Scala, assume o caso e, com a ajuda de um pintor e connoisseur, desvenda os códigos internos do mercado de antiguidades e uma complexa rede de negociações. Por trás de tudo, paira a sombra da Máfia Siciliana, que parece influenciar todos os setores da economia italiana. A ficção policial de Donna Leon novamente vai além de vítima e criminoso, tirando proveito do contexto sociopolítico e dos mistérios e charme de sua cidade cenário, agora envolta nas brumas que dão o tom sinistro a essa história de violência e dissimulação.