“Em breve a FLIPINHA vai se tornar o evento principal; e já que teremos que entreter os adultos enquanto as crianças estão lá, continuaremos organizando a FLIP.” Foi com esse bom humor que Mauro Munhoz introduziu orgulhoso Cristina Maseda, coordenadora geral da FLIPINHA, que contou que devido ao trabalho realizado durante todo o ano nas escolas públicas e particulares de Paraty, a FLIPINHA tem crescido tanto que já está pensando em “começá-la na segunda-feira porque temos mais escolas querendo participar do que tempo na programação!”
Conforme ela, a FLIPINHA é a celebração de um projeto que acontece durante todo o ano envolvendo mais de 6 mil crianças, 600 professores e todas as escolas públicas e particulares do município. Depois de 6 anos de evento, Paraty conta com uma biblioteca na sede da Casa Azul – organizadora do evento – com 6 mil livros e mais várias bibliotecas distribuídas pelas escolas e comunidades da cidade, que somam outros 6 mil exemplares à disposição da comunidade paratiense.
O programa desenvolvido pela Fundação Casa Azul durante o ano entre as Festas envolve rodas de Leitura, formação de bibliotecas, ciclos de palestras e a formação de professores como facilitadores de leitura. “Queremos transformar o professor num leitor. A partir daí, ele naturalmente vai passar isso para seus alunos”, explica Cristina. A FLIPINHA conta também com um Manual especialmente editado para preparar professores e alunos a participarem da “Festinha”. O manual traz a biografia de todos os autores que participarão do evento, escrita pelos próprios autores, e as obras lançadas por cada um deles. Durante o ano que antecede a FLIPINHA, um mediador de leitura contratado pela Casa Azul percorre as escolas públicas realizando Rodas de leitura de textos desses autores, fazendo com que as crianças cheguem ao evento conhecendo o autor e sua obra, o que cria uma conexão e uma empatia do público com os convidados. Além disso, durante a Festa as escolas têm participação ativa na programação. Cada uma apresenta o que estudou sobre os autores convidados. O trabalho de formação e treinamento de professores já extrapolou os limites do município e escolas de cidades como Ubatuba e Angra dos Reis, que já estão reivindicando espaço para também apresentar o seu trabalho. “A gente não faz um evento literário, a gente tenta formar leitores”, concluiu Cristina.