Um dos poetas brasileiros de grande destaque, pela original modernidade da escrita alimentada por uma sólida cultura humanística, Marcus Accioly, apresenta sua mais recente obra, Daguerreótipos (Escrituras, 224 pp., R$ 35). O poeta tem boas referências: Carlos Drummond de Andrade descreve a poesia de Accioly como “tão densa e plurifacetada que não se esgota, antes se enriquece a cada mergulho no seu vasto bojo”. Já segundo João Cabral de Melo Neto, ele “representa em sua geração a continuidade melhor da poesia pernambucana (e também brasileira), que faz o poema. Ele faz a poesia.” Sobre Daguerreótipos, Accioly justifica que o título “foi a descoberta de que o mal já estava inserido nele – conforme a epígrafe da também suicida Diane Arbus – ‘Sempre pensei em fotografia como uma maldade’ – e de que o vocábulo pluralizado – Daguerreótipos – como cópias do mal reproduzido, tinha algo “da guerra e de tipos”, ou “ó tipos” (...) Portanto, leitor, eis os tipos da guerra com as palavras, ou da guerra com a arte e seu destino, ou da guerra com a guerra propriamente”.