Culpado ou inocente?
PublishNews, Redação, 03/02/2009

O livro Minha fuga sem fim (Martins, 288 pp., R$ 47,30 - Trad.: Dorothée de Bruchard), de Cesare Battisti, conta a história do ex-ativista político Cesare Battisti, que acaba de ser considerado refugiado político no Brasil. Em sua autobiografia, Battisti, ex-militante italiano do grupo subversivo Pac – Proletários Armados para o Comunismo–, relata como ele conseguiu ser ambas as coisas, ao mesmo tempo – culpado e inocente. Segundo ele, é “culpado de conspiração, mas jamais de crimes de sangue”, além de vítima de uma série de erros e abusos judiciários, tanto da Itália quanto da França, onde primeiramente se exilou. Battisti foi transformado em bode expiatório, segundo o prefaciador do livro, Bernard-Henri Lévy. Foi condenado na Itália à prisão perpétua e, em 2007, preso no Rio de Janeiro, em uma ação conjunta dos governos brasileiro, francês e italiano. Passou, no dia 13, a ser refugiado político no Brasil, após decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. Cesare Battisti é uma figura típica dos “anos de chumbo” da Itália, um reflexo prolongado e ampliado do Movimento de 1968 francês, mas com envolvimento além da classe estudantil.

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