Ganha vida na literatura cinematográfica da roteirista e arquivista francesa Véronique Roy um tripé ideológico que rege uma série de questões e dúvidas da humanidade, sendo muitas vezes motivo de polêmica - ciência, filosofia, religião. Em Museu (Bertrand Brasil, 378pp., R$ 45 - Trad.: Flávia Nascimento) a autora, que durante anos trabalhou no Museu Nacional de História Natural de Paris, narra os conflitos entre a ciência e a religião num cenário parisiense único – o próprio museu no qual conviveu com a comunidade científica, pesquisas e discussões por bastante tempo. Daí o tom realista da narrativa. O livro é conduzido por uma mistura de intriga policial e conhecimento científico. Um thriller de arrepiar que trata de um dos maiores dilemas do ser humano: seria o homem o produto acidental da evolução ou o fruto de um “desígnio superior”, isto é, a criação de Deus? O livro protagoniza um embate entre gênios, materializado nas figuras de Peter Osmond, norte-americano, ateu, geólogo, paleontólogo de Harvard, ferrenho opositor da tese criacionista, e de Marcello Magnani, astrofísico italiano enviado pelo Vaticano.