Sobre a família
PublishNews, 02/03/2006
Elogiado pela crítica internacional, chega ao Brasil, com tradução de Elizabete Dória Bilac, um livro capaz de esclarecer conceitos e fomentar críticas e reflexões sobre o cenário familiar. O livro Sexo e Poder: a família no mundo, 1900-2000 (Contexto, 512 pp., R$ 65), do sociólogo sueco Göran Therborn, faz uma análise audaciosa da instituição familiar dos últimos tempos. Compara importantes transformações entre 1900 e 2000 nos principais sistemas familiares mundiais. Para sua análise, destaca três grandes temas. Neles, o leitor depara-se com um volume considerável de dados e informações de todos os gêneros, que Therborn alicerça a uma literatura especializada e a uma pesquisa minuciosa - jurídico-política, histórica, antropológica, demográfica. O autor parte da análise de antigos princípios e indagações e afirma que a família deixou de ser uma mera instituição social imposta pela sociedade e pelos dogmas religiosos para ser fruto de um companheirismo mútuo. O patriarcado e os direitos relativos de pais e filhos, homens e mulheres, é o primeiro tema abordado no livro. Resultado de oito anos de pesquisa, Sexo e Poder analisa ainda até que ponto o casar ou não casar interfere no comportamento sexual e seus vínculos, e como o matrimônio é visto ainda hoje como ligação afetiva predominante na sociedade mundial. O último tema de Sexo e Poder é o relato de como se originou o controle da fecundidade e qual o resultado da preocupação com meios de contracepção, observando-se a diminuição quantitativa dos centros familiares. Trata-se de entender como um padrão de família pequena e nuclear, restrito à França e aos Estados Unidos no início do século XIX, dissemina-se por todo o mundo no século XX em duas ondas sucessivas.
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