Década de 1950, Rio de Janeiro. Duas famílias de classe média são abaladas por um encontro numa tarde de outono. Júlia, coberta apenas por uma toalha, sai do banho e surpreende Beto sozinho no quarto. Um beijo, corpos colados, impulso desconcertante de desejo. Ela, viúva, mãe de Neno e Aninha. Ele, 17 anos, vizinho e amigo de infância de seus filhos. Tendo como pano de fundo o Brasil de Getúlio, JK e Jango, Carlos Nascimento Silva elabora uma trama com encontros e desencontros inesperados e cenas impactantes de paixão no seu novo romance Desengano (Agir, 208 pp., R$ 29,90). O Teorema de Pier Paolo Pasolini encontra o universo de Nelson Rodrigues em Desengano. Mais do que cenário, o Rio de Janeiro é um personagem ativo na história de Beto, vizinho e amigo de infância de uma família de classe média que cresce e se torna adulto em meio a ela. A mãe viúva e o casal de filhos o acolhe com um dos seus a tal ponto que ele, Beto, torna-se um irresistível objeto de desejo para todos.