Ao publicar Bonequinha de luxo (Companhia da Letras, 152 pp. R$ 33, trad. Samuel Titan Jr.), Truman Capote confirmava o sucesso de seus primeiros romances e criava uma das personagens mais cativantes da cultura norte-americana: a irresistível Holly Golightly que, depois de ganhar Nova York, conquistou as platéias de cinema na pele de Audrey Hepburn. Em plena Segunda Guerra Mundial, um jovem escritor vai tentar a sorte em Nova York, pagando aluguel barato no mesmo prédio decadente em que, alguns andares abaixo, certa moça loira e míope ganha a vida com muita graça e pouca virtude. Aos poucos, ela se torna o centro das atenções do escritor, intrigado com o enigma da jovem sulista que, com uma passagem por Hollywood e uns laivos de francês, transforma a si mesma numa personagem ímpar: sonhadora e pé-no-chão, ingênua e indefinível, Holly Golightly não deixa ninguém indiferente. A novela de Capote é um prodígio de leveza e precisão que, ao ser filmada em 1961 por Blake Edwards com Audrey Hepburn no papel de Holly, conquistou o público de cinema e fez de Holly uma das grandes personagens da cultura popular americana.