Poemas de muitas faces
PublishNews, 10/02/2006
Chinês com sono - seguido de Clones do Inglês (Rocco, 160 pp., R$ 24), o novo trabalho do poeta Leonardo Fróes são dois livros em um. Ou, como ele prefere dizer, é um livro de face dupla. A primeira parte da obra, Chinês com sono, reúne a mais recente safra de poemas do autor; a segunda, Clones do inglês, é uma compilação da poesia de grandes escritores de língua inglesa do século XVI ao XX, sendo que quase todos os textos selecionados permaneciam até agora sem tradução para o Português. No poema "Labial", Fróes diz que "Não há como dizer o que se sente". Mas não é verdade. Os textos reunidos em Chinês com sono comprovam seu habitual talento para dizer o indizível, quase sempre promovendo a comunhão entre o Homem e a Natureza. Muitas vezes, é poesia e fábula ao mesmo tempo. Seus personagens vêem os insetos como broches vivos a adornar a pele, excitam-se ao se banharem nus no açude, dançam na chuva, sentem a neblina envolver seus corpos como se fosse uma amante voraz, lêem presságios nas nuvens. Na segunda parte do livro, Clones do inglês, Fróes compartilha com o público brasileiro suas traduções para poemas de Jonathan Swift, Emily Brontë, e. e. cummings, Thomas Hardy, Thomas Wyatt e outros mestres.
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