Com a ousadia, o bom senso e a clareza de sempre, Gikovate trata de dois temas que dizem respeito a todos nós. E não se limita apenas a analisá-los e criticá-los. Ele propõe uma nova forma de aliança íntima, inspirada na amizade profunda. Temas como amor e solidão nunca se esgotam. São poucos, contudo, os que se arriscam a dar conotações muito diferentes daquelas com as quais já nos acostumamos. Flávio Gikovate dedicou boa parte da sua vida profissional a pesquisar o amor e a sexualidade e não tem receio de dizer: aquilo que convencionamos chamar de amor é, na verdade, uma armadilha; e a solidão é de algo que o ser humano necessita. Em Ensaios sobre o amor e a solidão (MG Editores, 272 pp., R$ 44,90), edição revista e atualizada, Gikovate propõe novas formas de relacionamento que implicam respeito por si próprio e pelo outro. Gikovate se aprofunda no tema amor, mostrando suas diferentes roupagens - enamoramento, paixão, atração sexual - e como lidar com cada uma delas. No capítulo inteiro que Gikovate dedica ao tema solidão, ele demonstra quão desejável ela deve ser - seja a solidão temporária, para nos sabermos inteiros e não necessitarmos do outro para existir; seja como escolha, como estilo de vida que pode ser muito bom quando voluntário e livre da vergonha de viver só.