Depois de Feche os olhos para ver melhor em tinta e Braille, o músico e compositor Sérgio Sá, lança agora Ecos do Amanhã (Sá Editora, 192 pp., R$ 32,90) – um livro de ficção científica sobre um grande ruído que estaria assolando a civilização moderna. Sérgio não é um escritor comum. Ele é cego de nascença, compositor, músico e arranjador. Ultimamente, deu pra ouvir coisas: um ruído incrível, que cientistas, especialistas e até surdos tentarão decifrar. Você também pode saber de onde vem e porque ele está aí. Como se não bastasse todo o barulho, um místico visionário acha que é capaz de sintetizar todas as religiões numa só. Apoiado em bilhões, o astuto personagem surge para impor um Deus virtual. Políticos, organizações, grupos religiosos traçam vários caminhos para explicar e interromper o ruído, enquanto um grupo de oito dos mais brilhantes cientistas mundiais se reúne em um laboratório secreto em busca de respostas. Sérgio Sá constrói uma alegoria que nos convida a refletir sobre as enfermidades sociais causadas por nosso egoísmo. Os oito cientistas encarnam personalidades com as quais lidamos todos os dias, até facetas de nós mesmos. O visionário pode bem ser a réplica do Grande Irmão que invade nossas mentes sem pedir licença. Afinal de contas, qualquer semelhança entre esses ecos perturbadores e os sons que já escutamos não é mera coincidência!