Pode tudo
PublishNews, 16/12/2005
Se civilização é autocontrole, orgia é a festa ao contrário, a festa do excesso, a euforia sem limite protocolar. Bem, existem orgias e orgias - e é desses vários patamares de prazer e tentações que Luis Fernando Veríssimo fala em Orgias (Objetiva, 136 pp., R$ 29,90) da Série Ver!ssimo. As traições amorosas podem provocar orgias discretas, dia de semana à tarde, ninguém ficará sabendo além dos dois, ou três, ou quatro, ou quantos forem os participantes dos jogos de amor. Vale de tudo, nessa orgia; aliás, a boa orgia deve ser sinônimo de anarquia, de entrega total às tentações e aos instintos. As crianças, sabem, e como, fazer uma bela orgia - experimente deixá-las à vontade numa festa de aniversário, e neste cenário podem se parecer até com os tais anões besuntados, que Veríssimo aposta terem sido obrigatórios nas primeiras orgias romanas. As gregas eram em homenagem ao deus Dionísio, e também se caracterizavam pela perda generalizada de controle. Lubricidade é a qualidade fundamental, como ele ensina - não Dionísio, mas Verissimo. A capacidade de se soltar, o apetite sexual, a vontade de se deleitar numa festa, a propensão para a luxúria. Você não sei, mas o Brasil está - mergulhado numa grande orgia.
[16/12/2005 01:00:00]