Um polêmico diretor de cinema
PublishNews, 14/12/2005
Orson Welles (200 pp., R$ 29,50, trad. André Telles) faz parte da coleção da Cahiers de Cinema, que começa a ser lançada no Brasil pela Zahar. Este ensaio de André Bazin foi escrito originalmente em 1950, quatro anos depois do lançamento de Cidadão Kane, obra-prima de Orson Welles. No texto, Bazin mostra toda a originalidade de seu pensamento como crítico e também faz uma brilhante defesa do cineasta, então acusado de escarnecer de Hollywood, esbanjar orçamentos milionários sem resultados e realizar filmes incompreensíveis. Tornou-se célebre, com a publicação do ensaio, a interpretação de Bazin sobre o sentido da profundidade de campo em Cidadão Kane. Mais tarde, em 1958, ano de sua morte, Bazin preparou uma segunda edição ampliada de Orson Welles, incluindo novos filmes e comentários sobre a trajetória artística do diretor, um dos maiores gênios da cinematografia mundial. No livro, todos os estudiosos e fãs do cinema encontrarão parâmetros fundamentais para julgar e apreciar os filmes do passado e do presente. Escrevendo em revistas especializadas ou em periódicos de grande circulação, Bazin revelava aspectos até então ignorados pelo público e pela própria indústria cinematográfica: o papel do cenário nos filmes de Marcel Carné; o movimento da câmera, nos de Jean Renoir; o significado dos pontapés distribuídos por Carlitos, nos de Charlie Chaplin.
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