Hummm! Ainda me lembro do gosto daquele assado
PublishNews, 02/12/2005
"Minha reputação culinária... promete apagar minha reputação literária. Louvado seja Deus!" Naturalmente, essa amarga previsão de Dumas não se concretizou. Ao contrário, a popularidade de Os três mosqueteiros e O conde de Monte Cristo, entre muitos outros, é que ofuscou o Grande dicionário de culinária montado pacientemente pelo autor ao longo de 15 anos. E é dessa obra de referência gastronômica, hoje reconhecida como das mais importantes, que se originam os dois textos apresentados em Memórias Gastronômicas de Todos os Tempos - Seguido de Pequena História da Culinária (148 pp., R$ 34, trad André Telles). O primeiro, Memórias gastronômicas, consiste numa carta de Dumas a seu amigo Jules Janin, escritor e crítico literário. Nela, o missivista ora mistura recordações pessoais a peripécias culinárias do passado ou contemporâneas, ora faz uso de seu talento como cronista, discorrendo informalmente sobre personalidades ilustres da história da gastronomia, jantares inesquecíveis, farras da mocidade, sua curiosa temporada numa aldeia da Bretanha... Já em Pequena história da culinária, a máquina do tempo de Alexandre Dumas transporta o leitor da Macieira do Paraíso à inauguração do primeiro restaurante em Paris, passando pelos gregos, Xerxes, Alexandre, Calígula, Apício e Lúculo, o Renascimento, a introdução dos talheres e das especiarias até a profissionalização da gastronomia. Dumas dá vazão a seu espírito de curiosidade e bom humor, numa conversa informal e descontraída sobre o caprichoso universo da "oitava arte". A edição inclui ainda notas históricas acerca de personagens e fatos específicos, e, como brinde, um "Cardápio D'Artagnan", com as respectivas receitas.
[02/12/2005 01:00:00]