Os clones também amam
PublishNews, 30/11/2005
Desde quando o cientista escocês lan Wilmut conseguiu replicar o primeiro ser vivo - a ovelha Dolly - a partir de uma matriz adulta, abriram-se intensas polêmicas sobre as implicações que envolvem essas descobertas do campo genético. O inegável avanço científico, representado por tais experimentos, entra em choque com valores-éticos fundamentais e despertam, em muitos, o temor de que tais técnicas podem conduzir a fins nefastos, como a criação de réplicas humanóides. É desse universo contraditório que Domingos Pellegrini - um dos maiores escritores brasileiros da atualidade, retirou a matéria-prima de seu novo romance, Não somos humanos (Nova Alexandria, 128 pp., R$ 24). Com o subtítulo de "Romance bioético", Pellegrini situa sua narrativa num futuro não muito distante, quando a ciência da clonagem se desenvolve a ponto de criar seres (chamados de hominis) para executar os trabalhos pesados. Trabalhando como escravos em fazendas de produção daquele "admirável mundo novo", e submetidos a um controle que os proíbe de exercer vontade própria, são programados para permanecer como crianças, sem questionar as atitudes dos humanos.
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