A paixão de François Truffaut
PublishNews, 25/11/2005
O prazer dos olhos, lançado originalmente pela editora Cahiers du Cinéma, revela a paixão de François Truffaut (1932-1984) pelo cinema e mostra que ele escrevia tão bem como filmava. Os artigos reunidos nesse novo volume, O Prazer dos Olhos - Escritos sobre cinema (Jorge Zahar Editor, 352 pp., R$ 39,50, trad. André Telles), abrangem um período bastante amplo de sua atividade crítica e foram publicados em revistas como Arts e Cahiers du Cinéma, abordando os diretores e críticos que François Truffaut admirava - como Jean Renoir, Alfred Hitchcock, Orson Welles, André Bazin, Henri Langlois -, os atores com quem trabalhou e os problemas do cinema francês de sua época. Truffaut viveu num tempo em que fazer filmes significava refletir sobre o cinema e seu papel transformador do mundo. Seu primeiro filme, "Os incompreendidos", de 1959, seria avaliado mais tarde como uma espécie de prenúncio das grandes transformações pelas quais a cultura e o comportamento passariam na década seguinte. Pouco antes de morrer, em 1984, vítima de um câncer cerebral fulminante, Truffaut tinha o plano de lançar uma coletânea de artigos que seria o prolongamento de seu livro Os filmes de minha vida, de 1975. Não conseguiu levar adiante esse projeto, mas as anotações que deixou orientaram Jean Narboni e Serge Toubiana, também críticos de cinema, na montagem desse livro.
[25/11/2005 01:00:00]