Mengo!
PublishNews, 10/12/2004
Há quem discorde, mas quarenta milhões de pessoas - quase a população da Espanha - consideram Flamengo: O Vermelho e o Negro (Ediouro, 250 pp., R$ 39,90), do célebre escritor Ruy Castro, o mais importante volume da coleção Camisa 13, que reúne a história dos principais clubes brasileiros. Essa multidão apaixonada pelo "manto sagrado" já pode levantar poeira: a Ediouro relançou o livro sobre o clube de maior torcida do Brasil e do mundo. O placar informa: golaço do mercado editorial. Bem ou mal nas tabelas, o Flamengo continua sendo querido. Afinal, "uma vez Flamengo, Flamengo até morrer". Essa narrativa ágil, alegre e informativa das glórias e das derrotas do clube rubro-negro carioca deve ser lida por todos os seus admiradores, pelos adversários (nem que seja para falarem mal depois), e até pelos que não torcem por time nenhum (e que, depois disso, talvez consigam entender a estranha magia que um clube desperta). Ruy Castro, que antes de ser escritor já era flamenguista, começa revivendo o ano 1895, quando o clube foi fundado. Ele conta que o esporte da moda era o remo, e que foi o ciúme provocado pelos remadores do Botafogo ("eles vinham remar no Flamengo e conquistavam as moças com seus músculos") que deu origem ao clube. "Os rapazes da praia do Flamengo não gostavam nem um pouco daquilo. E quatro deles resolveram tomar providências", narra. Sentados à mesa de um bar, eles fizeram a pergunta histórica: "Por que nós não criamos um grupo de regatas do Flamengo?". Em 1912, a camisa rubro-negra rumou para os gramados e passou também a jogar futebol. Daí em diante, foram grandes clássicos, belas jogadas, milhares de gols, relembrados com entusiasmo pelo autor e ilustrados nas fotos que completam a obra.
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