Em 24 de dezembro de 1849, após cinqüenta e dois dias em alto mar, Nísia Floresta (1810-1885) pisava pela primeira vez o solo europeu e chegava em Paris, cidade ainda conturbada pelas revoluções de junho do ano anterior. No Brasil, havia deixado um nome que começava a se tornar conhecido e vários livros publicados, dentre eles Direitos das mulheres e injustiça dos homens (1832). Em seu exílio, Nísia relaciona-se com alguns dos principais intelectuais do Velho Mundo, entre eles Auguste Comte, com quem mais tarde trocaria uma interessante correspondência. Cartas de Nísia Floresta e Auguste Comte (104 pp., R$ 20), obra organizada por Constância Lima Duarte e mais recente lançamento da Editora Mulheres, é justamente uma coletânea das cartas trocadas entre os dois intelectuais que acrescenta dados importantes para os pesquisadores da obra da escritora potiguar.