Na abertura do 14º Seminário Biblioteca Viva, realizada nesta segunda-feira (26), os secretários Fabiano Piúba, Marília Marton e Aline Torres concordaram em abordar as bibliotecas públicas como espaços de cultura e de realização de políticas públicas, para além do trabalho de preservação e formação de acervos, em consonância com as políticas nacionais de livro e leitura previstas nas leis e planos. Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, também detalhou o uso dos recursos da pasta previstos para este ano. Ele apontou a realização do encontro anual do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas para outubro ou novembro de 2023. Dentro do orçamento de cerca de R$ 50 milhões da Secretaria para este ano, o secretário ainda informou a aprovação de um edital de fomento à literatura. “Serão bolsas de fomento em projetos de criação, difusão, circulação, formação e pesquisa, e teremos também a retomada das bolsas de tradução da Fundação Biblioteca Nacional, com recursos de cerca de R$ 1 milhão, além da retomada do circuito nacional de feiras de livros”, comentou. Já a secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Marília Marton, afirmou que a secretaria pretende correr atrás da expansão de investimentos em um dos projetos que considera mais inovadores na área das bibliotecas, a BibliON, biblioteca pública digital do Estado. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O episódio desse mês do Papo CBL, podcast da Câmara Brasileira do Livro (CBL), contou com participação de Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do Governo Federal. O bate-papo teve como tema as políticas públicas para o livro, pleito do segmento livreiro mais que necessário para incentivar e facilitar o acesso da população à leitura. Doutor em Educação e Mestre em História, Piúba já foi secretário de Cultura do Estado do Ceará e diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura. No bate-papo, ele falou sobre políticas e ações que serão estabelecidas nos próximos dez anos a fim de garantir o fomento à leitura no país como, por exemplo, a implementação e modernização de bibliotecas no país. Ainda na conversa, o secretário aproveitou para anunciar o retorno do prêmio Viva Leitura e uma grande campanha de incentivo ao livro. A imunidade tributária para os exemplares também foi discutida. Desde fevereiro, quando foi lançado, o Papo CBL recebe convidados que fazem o mercado do livro para uma conversa sobre esse ecossistema, com novidades, reflexões e muito mais. Os episódios sempre são lançados na última segunda-feira do mês, nas plataformas Spotify, Deezer e Google Podcasts.

Um Macunaíma indígena, e aos olhos da crítica indígena latino-americana. Esta é a premissa apresentada pela Daruê Editorial – novo selo editorial da Urutau com foco publicação de pensamento crítico no território português – para uma nova edição em Portugal do clássico modernista brasileiro Macunaíma,o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade. A nova edição, já disponível para o público, preserva na íntegra o texto original do escritor modernista, entretanto, oferece o posfácio crítico da escritora, investigadora e crítica literária indígena Trudruá Dorrico, com uma reflexão contemporânea acerca da personagem protagonista, que para os povos indígenas, é Makunaimã, uma entidade ancestral apropriada pela noção ocidental, e cuja apropriação carece de questionamento e amplo debate, abordando estereotipias, cosmologia Macuxi e opressões coloniais. Além de Macunaíma, a Daruê - capitaneada pelo editor Wladimir Vaz e pela pesquisadora, curadora e escritora Manuella Bezerra de Melo - já anunciou outros títulos para o catálogo. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Os vencedores das duas edições do Concurso Internacional de Ensaios, promovido pela Fundação Gilberto Freyre (FGF) e a Global Editora, terão seus trabalhos premiados durante evento na quarta-feira, dia 28 de junho, na sede da FGF (Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos, Recife / PE), às 17h. Cibele Barbosa, de Recife (vencedora da edição 2020 – 2021), e Ulisses do Valle, de Ceres (GO) (vencedor da edição 2022 – 2023), estarão presentes no evento. A entrada é gratuita. Pesquisador e professor universitário, Ulisses do Valle, que conheceu a obra de Gilberto Freyre na graduação de História (UFG), teve seu ensaio Fachadas e estigmas: a modernização da sociedade brasileira à luz de Gilberto Freyre contemplado na edição deste ano do concurso. O autor receberá a premiação de R$ 20 mil e terá o material publicado em formato de livro pela Global Editora. Na ocasião, também será lançado o livro Escrita histórica e geopolítica da raça: a recepção de Gilberto Freyre na França, da pesquisadora Cibele Barbosa. A obra é fruto do doutorado da historiadora, defendido na Universidade Paris IV-Sorbonne, no final de 2011. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Format Editora anunciou nesta segunda-feira (26) mudanças estratégicas na marca editorial e a contratação de uma editora-executiva. Na reestruturação, focada na área de não-ficção, a empresa lança quatro novos selos sob a gestão editorial de Jana Calciolari. Os sócios fundadores da Format, Luciene Vignoli Muller e Osmar Muller, comentam, em nota, que a reestruturação era necessária, “mas tivemos que manter o foco e a paciência para encontrar a profissional que unisse experiência de criação, análise e negociação literária que se encaixasse na visão e valores da editora. A partir de agora a expansão da Format poderá ocorrer de forma orgânica, bem estruturada e prezando pela qualidade literária, algo de que não abrimos mão”. Jana Calciolari possui experiência como escritora e mentora de escritores, fundou o serviço especializado em produção literária terceirizada Gabinete Secreto, onde produziu livros de não-ficção nos últimos anos, negociando com editoras e interessados pessoas físicas e jurídicas, nacionais e internacionais. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Festa Literária Júlia Nascimento ocorre nos dias 7 e 8 de julho de 2023 em Laguna (SC), com diversas atrações como lançamentos de livros, contações de histórias, rodas de conversa, oficinas literárias, apresentações musicais e um sarau de encerramento que leva como protagonista o nome da Professora Júlia Nascimento, uma importante educadora da cidade. Entre os convidados, estão os escritores Carlos Henrique Schroeder, Marcelo Labes e Fernando Boppré. Responsável pela formação de muitas pessoas na região, Júlia Nascimento também foi responsável pela educação durante a transição do período escravista para o abolicionismo. Além disso, a relevância da professora também se dá pela fundação da Escola Particular Mixta (1903), que junto ao Clube União Operária ofertava o ensino a diversas pessoas da sociedade e já representava, naquela época, a luta contra os preconceitos. Nesta terceira edição, a Feira homenageia o pintor Richard Calil Bulos (Chachá), que leva em suas pinturas muito da poesia da pesca na cidade de Laguna, que dá o tema do evento: "A pesca, o mar de dentro e a poesia".

Em celebração ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, a Janela Livraria do Shopping da Gávea (Rua Marquês de São Vicente, 52, Terceiro piso, Loja 368 - Rio de Janeiro / RJ) realiza nesta segunda (26), às 19h, o debate Literatura sáfica e a fluidez da sexualidade feminina, sobre novas narrativas literárias em torno do amor entre mulheres e a liberdade sexual feminina. A conversa terá participação das autoras Miriam Squeo, que acaba de lançar seu primeiro romance sáfico Por trás dos meus cabelos (Autografia) e Clara Alves, autora de Conectadas e Romance real (Companhia das Letras) – esse segundo também lançado recentemente em inglês nos EUA. A conversa será mediada por Camila Marins, jornalista e editora da Revista Brejeiras, dedicada ao público lésbico. O enredo de Por trás dos meus cabelos percorre várias cidades do mundo, como Milão e Paris, mas é no Rio de Janeiro, cidade do Carnaval e da diversidade, que a história realmente se desenrola e toma novos rumos. Miriam se apaixonou pela Cidade Maravilhosa, onde se permitiu viver com fluidez novas experiências sexuais, rompendo suas próprias barreiras. A obra é, então, um mergulho na jornada de autodescoberta de uma mulher que desafia as expectativas impostas pela sociedade.

Em Cinzas na boca (Dublinense, 176 pp, R$ 64,90 – Trad.: Julia Dantas), romance da mexicana Brenda Navarro, uma jovem mexicana parte para a Espanha com o irmão para reencontrar a mãe, ausente desde a infância dos dois. Porém, no novo país, a perspectiva de reconexão familiar vai ruindo diante de uma sociedade que é cruel com imigrantes. Resta viver à margem, cuidando de idosos ou limpando banheiros, enquanto se questiona sobre o quê, afinal, dá sentido aos seus dias. Esse conflito se intensifica após o suicídio do irmão, quando ela tem que carregar as cinzas dele de volta para o México — e aí o leitor é tragado pela prosa brutal e inebriante de Navarro. “Brenda Navarro talvez seja um dos segredos mais bem guardados da literatura mexicana”, opina a também mexicana Fernanda Melchor.

O carteiro e o poeta (Record, 176 pp, R$ 54,90 – Trad.: Beatriz Sidou) conta a história de Mario Jiménez, um jovem de 17 anos, filho de um pescador, que descobre o poder da poesia ao entregar diariamente a correspondência destinada a Pablo Neruda em uma pequena aldeia. O poeta chileno vira conselheiro sentimental do tímido, humilde e curioso carteiro, que aprende as metáforas para falar de amor conquistar o coração da garçonete Beatriz. E é do simples Mario que Neruda recebe os sons de sua casa, quando, doente, pede ao rapaz que grave os ruídos que encontrar pela Ilha Negra. A cada nova remessa de cartas, os dois vão construindo uma amizade pura e improvável, em meio à efervescência política do Chile na virada da década de 1960 para 1970. O carteiro e o poeta é também uma homenagem de Antonio Skármeta ao amor, à poesia e ao poeta chileno, prêmio Nobel de Literatura de 1971. A adaptação cinematográfica de 1994 conquistou o mundo e recebeu cinco indicações ao Oscar. Em 2022 foi transformado em um novo filme, dessa vez para a Netflix, com o título de Ardente paciência.

Ẹniọlá é um adolescente sofrendo para pagar pela própria educação após seu pai ter perdido o emprego de professor. Enquanto trabalha como aprendiz de alfaiate e fica nas ruas pedindo por esmolas, ele sonha com um futuro melhor. Wúràọlá, por outro lado, é uma garota cuja vida fora planejada desde a infância por sua família influente, mas se transformou em uma médica exausta iniciando a carreira e vivendo um relacionamento abusivo. Durante uma grande eleição no país, quando um político local se interessa por Ẹniọlá, os caminhos dele e de Wúràọlá se entrelaçam — apesar de suas vidas já estarem conectadas. Em A herança dos bem-aventurados (HarperCollins, 368 pp, R$ 64,90 – Trad.: Bruno Ribeiro) segundo romance de Ayọ̀bámi Adébáyọ̀, ela ilumina a Nigéria como o palco de uma narrativa sobre a divisão entre os miseráveis e os abastados, e a humanidade compartilhada que vive no meio. Adébáyọ̀ é autora do best-seller Fique comigo.

Escritores & Amantes (Tordesilhas. 304 pp, R$ 76,90 – Trad.: Laura Folgueira) apresenta ao leitor Casey Peabody, uma escritora transformada em garçonete pelas circunstâncias da vida e abalada pela morte repentina de sua mãe. De volta a Massachusetts, Casey se vê presa em uma vida que nunca imaginou, cheia de dívidas e sem conseguir escrever sequer uma linha no romance que trabalha há seis anos. E o pior de tudo, sem poder recorrer ao conforto do colo de sua mãe. Consumida pelo constante luto e saudade que sente de sua mãe, Casey conhece dois escritores que vão abalar ainda mais a frágil estrutura de sua vida. Agora dividida entre esses dois homens bem diferentes, ela começa a se encontrar de uma forma que não imaginou ser possível desde que ela recebeu a notícia que partiu o seu mundo ao meio. Escrito com humor e inteligência, marcas registradas de King, Escritores & Amantes é um romance que explora o salto assustador e emocionante entre o fim de uma fase da vida e o início de outra.