No noticiário sobre literatura e mercado editorial publicado durante o final de semana nos grandes jornais, chamou atenção a entrevista na Folha com Taylor Jenkins Reid, autora de Os sete maridos de Evelyn Hugo (Paralela), que é sucesso ao inventar atrizes de Hollywood e cantores de rock que parecem reais. Celebridades de mentira são protagonistas dos livros escritos pela autora americana. Lançado em 2017 e ainda entre os dez mais vendidos nos EUA, Os sete maridos de Evelyn Hugo é até agora o oitavo livro mais vendido do ano no Brasil, segundo a Lista do PublishNews. No ano passado, o título foi o terceiro mais vendido na categoria Ficção, com mais de 45 mil cópias comercializadas. O Globo falou de The stone age: sixty years of Rolling Stones, biografia lançada pela escritora e jornalista britânica Leslie Ann Jones, quando a banda inglesa comemora agora 60 anos de estrada. As atenções da imprensa estão voltadas para Mick Jagger, vocalista dos Stones, que é apresentado pela autora como um "ícone bissexual". Entre outras “revelações”, ela fala que Jagger teria tido um caso com sua alma gêmea musical Keith Richards e com mais um integrante dos Stones, o guitarrista Mick Taylor, que fez parte da banda entre 1969 e 1974. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O britânico Peter Robinson, autor de romances policiais que venderam mais de 10 milhões de exemplares pelo mundo, teve sua morte anunciada no final de semana. O autor, nascido em Leeds, no Reino Unido, tinha 72 anos e morava no Canadá. A causa da morte não foi revelada. Um comunicado detalha apenas que o autor atravessou um breve período doente antes de morrer. O romancista era mais conhecido por seus romances protagonizados pelo inspetor-chefe e detetive Alan Banks. Ele lançou seu primeiro romance com o personagem em 1987, que teve aceitação imediata do público. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Martins Fontes – Selo Martins abriu uma vaga para gerente de e-commerce. A pessoa contratada irá cuidar da atualização do cadastro de forma massiva, através de planilhas (plataforma Tray); implementar atualizações automatizadas e sistemáticas dos catálogos das editoras, cadastrando lançamentos, atualizando preços, etc; realizar a implantação da plataforma de e-commerce; desenvolver conteúdos para sites e realizar o cadastramento, publicação, alteração e exclusão de produtos na loja virtual. Criar campanhas on-line, e-mail marketing, banners para sites e lidar com o atendimento ao cliente também estão entre as responsabilidades do cargo. Para se candidatar, é preciso ter experiência com a plataforma Tray e formação em Publicidade e Propaganda, Marketing ou Administração. Interessados devem encaminhar currículos para marcio@emartinsfontes.com.br até 04 de novembro.

Com a sustentabilidade como tema e homenageando a autora Conceição Evaristo, a Festa Literária de Maricá se prepara para a sua sétima edição, marcada entre os dias 14 e 26 de outubro. O evento literário acontecerá no espaço externo da Subprefeitura de Maricá em Itaipuaçu e terá ainda Darcy Ribeiro como patrono. Este ano mais de 80 editoras participarão da festa e entre os nomes já confirmados na programação estão a própria Conceição Evaristo, José Pacheco, Ana Maria Machado, Antônio Torres, Viviane Mosé, Renata Costa, Dayse Serra, Beatriz Myrrha, Natasha Félix, Heleine Fernandes, Sonia Rosa, Otávio Jr, Andrea Serpa, Rita Rosa e as chefs Bela Gil e Tainá Marajoara. A Flim abre sua programação no dia 14, às 18h, com uma conversa entre Conceição e Natasha sobre Escrevivências para o futuro. O bate-papo será mediado por Sandra Gurgel. No dia 15, às 15h, Beatriz Myrrha participa do painel Abram alas a Darcy Ribeiro e ao povo brasileiro ,e no dia 17, também às 15h, Bela Gil fala sobre cozinha e afeto para um mundo melhor. A programação completa, que conta com curadoria de Raquel Menezes, você confere clicando aqui.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) deu início ao 7º Ciclo de Conferências do ano, com o nome "Vozes do Nordeste", que tem como objetivo enaltecer a literatura da região. O ciclo conta com a coordenação do acadêmico e escritor Godofredo de Oliveira Neto e terá, no total, três palestras gratuitas. Os encontros serão realizados sempre às quintas-feiras do mês de outubro (13, 20 e 27), às 17h30, na Sala José de Alencar (Av. Presidente Wilson, 203 - Rio de Janeiro / RJ). A primeira palestra do ciclo, nesta quinta (13), "Em busca de uma terra para chamar de sua", será ministrada pelo acadêmico Antônio Torres. Para se inscrever na conferência, é necessário acessar um link que será disponibilizado no site da ABL semanalmente. A inscrição garante a vaga para a palestra da semana e não a todas as conferências que compõem o ciclo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Desde junho, mensalmente, escritores(as) expoentes da literatura nacional são anfitriões do projeto Lit_inerante 22, do Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP). Nele, cada autor(a) cria uma narrativa sonora inédita, tendo como mote o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e a ideia de explorar a paisagem cultural, política e etnográfica de São Paulo. Ao final do passeio, o grupo participante se reúne na biblioteca da unidade e, em conjunto com o autor, discute a narrativa que foi criada. No mês de outubro, o escritor convidado é Marcelino Freire. Ele recebe o público neste sábado (15), às 17h. Para participar, é necessário realizar inscrição on-line clicando aqui. O escritor nasceu em Sertânia (PE) e é autor do premiado Contos negreiros (Record), de 2005, vencedor do Prêmio Jabuti. É conhecido por suas obras, constantemente adaptadas para o teatro, por sua atuação como professor de oficinas de criação literária, além de produtor cultural. Em 2013, lançou o romance Nossos ossos (Record / Prêmio Machado de Assis), também publicado em Portugal, Argentina e França. Em 2018, lançou o livro Bagageiro, recentemente, publicou uma Seleta com seus contos preferidos e é também o criador e curador da Balada Literária.

A obra finalista do Booker Prize 2021 e do Women’s Prize 2022, O grande círculo (Alta Novel, 656 pp, R$ 89 - Trad.: Cibelle Marques), da autora best-seller Maggie Shipstead, é uma ficção histórica que acompanha a jornada da aviadora Marian Graves em meados do século XX. Seu objetivo era ser a primeira a dar a volta ao mundo, sobrevoando os polos Norte e Sul, mas, em 1950, prestes a concluir com sucesso sua histórica tentativa, ela desaparece na Antártida. Paralelamente, meio século depois, o leitor conhece Hadley Baxter, uma estrela de cinema envolvida em escândalos que vê uma oportunidade de salvar a própria carreira interpretando um novo papel como a piloto desaparecida Marian Graves. Em uma viagem épica pelas florestas de Montana na época da Lei Seca até os céus da Grã-Bretanha em tempos de guerra e os estúdios da Hollywood moderna, as histórias dessas duas mulheres colidem. Repleto de referências a grandes nomes femininos da aviação que quebraram recordes e desafiaram as normas sociais da época, como Amélia Earhart – cujos feitos, por vezes, ecoam com os realizados por Marian na obra –, O grande círculo é uma história de mulheres assumindo o controle dos próprios caminhos e voando entre tragédias, tradição e preconceitos para chegarem aonde querem.

Em meio ao massacre dos indígenas brasileiros no século XVI, um tupinambá desonrado por seu povo, chamado Ubiratã, resolve empreender uma jornada solitária à terra "sem males", em busca de redenção própria e de ajuda para os seus. No caminho, os horizontes do errante se abrem, revelando-se ilimitados, com a ajuda de amigos indígenas e europeus, e de um fenômeno celeste, com consequências indeléveis para a posteridade. Um evento registrado apenas por Ubiratã em todas as Américas: do alto do Illimani, o tupinambá avista uma nova estrela. O tupinambá que virou planeta (Raiz, 256 pp, R$ 55) é uma epopeia de meio milênio que mudará a concepção da América do Sul quinhentista, dos seus indígenas, das estrelas e da Terra. O autor, Rafael Pinotti, engenheiro químico e astrônomo, apresenta ao leitor um romance indígena, que fala sobre dizimação, traição, reparação, ancestralidade e, principalmente, sobre o início de uma reintegração à natureza. Pinotti já publicou livros sobre meio ambiente, além de artigos de engenharia e astronomia, mas esse é seu primeiro romance.

Uma narrativa onírica combinada a paisagens fantasmagóricas, às vezes assustadoras, constrói o cenário mágico de O litoral das Sirtes (Carambaia, 304 pp, R$ 99 – Trad.: Júlio Castañon Guimarães), romance considerado unanimemente a obra-prima de Julien Gracq (1910-2007), um dos principais e mais discretos escritores franceses do século XX. O protagonista é Aldo, filho de uma família aristocrática do país fictício de Orsenna, cidade-Estado governada por uma Senhoria, instância assemelhada a um conselho de notáveis. Orsenna, que vive um cotidiano de morosa decadência, se encontra há três séculos em guerra com uma nação vizinha, o Farghestão. De tão longo, o conflito estacionou em uma situação de paz virtual. No braço de mar que separa os dois estados, os barcos não ousam passar de uma linha imaginária a boa distância do inimigo. Aldo é enviado como observador civil à fortaleza do Almirantado do litoral das Sirtes e vive em estado de contemplação entrecortada por conversas com o pequeno grupo de jovens militares do Almirantado e esporádicos momentos de revolta. Paralelamente, correm rumores de conspiração no mundo externo. O cotidiano comporta também encontros sociais. Numa dessas ocasiões, Aldo conhece Vanessa, que traz consigo o estigma de ser descendente de um traidor da pátria.

Quando uma disputa pelo testamento dos pais se transforma em uma discussão amarga, Bergljot é arrastada de volta para a órbita familiar da qual se afastou 20 anos antes. Seus pais decidiram deixar as casas de veraneio no arquipélago de Hvaler para as duas irmãs mais novas, deixando Bergljot e seu irmão de fora. Para os outros, é uma disputa sobre ganância e favoritismo. Mas Bergljot, que carrega um trauma terrível sobre sua infância, sabe que o gesto é uma tentativa final de apagar o passado e um insulto às verdadeiras vítimas da história. Entre discussões acirradas e mergulhos na memória, Herança e testamento (HarperCollins, 320 pp, R$ 64,90 - Trad.: Kristin Lie Garrubo) a narrativa de Vigdis Hjorth sobre os legados que não escolhemos herdar e que permeiam os laços familiares se configura em um romance que a consagra como uma das maiores autoras norueguesas da contemporaneidade.