Desde a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, encerrada no último dia 10, começou a circular uma carta aberta dirigida aos candidatos que disputam cargos nas próximas eleições de outubro, a empresários e à sociedade civil. O documento foi idealizado pela escritora Juliana Borges, pela educadora social Bel Santos Mayer, com atuação junto ao Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac) e o consultor José Castilho, ex-secretário do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e colunista do PN. O texto fala de uma ofensiva sistemática em andamento no Brasil contra o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas, e enumera dez medidas que visam garantir o livre acesso à leitura. O PublishNews, atento a movimentos políticos, econômicos e comportamentais no mercado livreiro, reproduz a carta. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Belo Horizonte ganhou uma nova editora, e o primeiro livro da AbraPalavra acaba de ser lançado, Narração artística: modos de fazer. Depois de 11 anos atuando na área de literatura, produção cultural, educação, narração artística, memória social e artes integradas, o Instituto AbraPalavra dá um passo diferente em sua trajetória ao lançar o primeiro livro de sua editora. A iniciativa tem à frente os diretores do instituto, Aline Cântia e Chicó do Céu, e o gestor cultural Fernando Chagas. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

José Eduardo Severo Martins deixou o comando da Panini Brasil, onde atuou como CEO nos últimos 28 anos. Ivam Faria, que chefiou a empresa no México por oito anos, depois de dois anos como CEO na América Latina assume também o Brasil. Com mais de 50 anos de atuação em postos essenciais de empresas multinacionais, Martins aderiu ao programa de aposentadoria do Grupo Panini. Ele assumiu o comando da filial no Brasil desde a sua formação, em 1995, e contribuiu para a criação da maior editora infanto-juvenil da América Latina, com lideranças nos segmentos de colecionáveis e publicações. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Os números do Clube de Autores mostram a força da maior plataforma de autopublicação da América Latina. A empresa trabalha com média de 60 novos livros por dia, chegando a estabelecer seu recorde de 117 publicações em 24 horas. E agora dá um grande passo para a sua expansão, na Europa. O CEO Ricardo Almeida [foto] fez as malas e se mudou para Portugal. Durante este segundo semestre, irá preparar o funcionamento do Clube de Autores com força total a partir do ano que vem. Ele conta que no meio do ano passado o projeto de expansão começou a tomar forma. “Fizemos muitas pesquisas na América Latina e na Europa. Aos poucos nosso foco foi se concentrando em Portugal e na Espanha." Segundo ele, a escolha por Portugal seguiu alguns critérios. “Importa muito a infraestrutura à disposição de comércio e produção, o volume de exemplares comercializados e a maturidade do mercado. A questão do idioma foi fundamental, para facilitar a penetração no mercado. Temos 75 mil títulos em português prontos para negociar publicações com agilidade”. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Marcelo Vieira, hoje editor na Estética Torta, trouxe para essa casa criada no primeiro mês da pandemia sua experiência na Alta Books (2011-2014) e no Grupo Editorial Record (2014-2021). Em pouco mais de dois anos, a editora conseguiu transmitir uma imagem clara aos leitores, devido a sua fidelidade à proposta de publicar livros sobre rock, principalmente rock pesado. A empresa foi criada por Eliel Vieira, autor de André Matos: o maestro do heavy metal, e Camila Santana. Já conta com 49 lançamentos, além de mais três chegando da gráfica nesta semana. Neste mês de julho, a estratégia para divulgar a editora foi promover uma série de descontos, em alguns títulos chegando a 70%. Marcelo Vieira responde a três perguntas sobre essa editora tão peculiar. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Dublinense lançou na segunda (18) um financiamento coletivo diferente no Catarse. Até o dia 31 de agosto – dia do aniversário da editora gaúcha –, ela buscará apoio para a publicação de um livro sem revelar que obra é. A ideia é que, à medida em que os apoios vão atingindo metas pré-estabelecidas, a editora revele informações sobre a publicação, até que a campanha atinja R$ 10 mil, quando todos saberão de que livro se trata. Para começar, os leitores receberam apenas três informações: é literatura estrangeira, o gênero é romance e é uma obra totalmente inédita no Brasil. Mas como o projeto já atingiu a primeira meta ainda na primeira noite da campanha, a Dublinense já revelou mais uma informação: o livro foi escrito no século XXI por uma mulher. Os interessados podem participar da campanha-mistério clicando aqui. No Leia mais você confere a íntegra desta nota com mais detalhes sobre a campanha misteriosa.

A editora Alta Books está à procura de um coordenador de logística. É preciso ter curso superior na área de Logística ou Administração. Conhecimento no sistema Literarius e em WMS é considerado um diferencial. A pessoa contratada irá supervisionar o ciclo de vida dos produtos, incluindo o fluxo de produção e os processos de logística, recebimento, armazenagem, faturamento e expedição de materiais; coordenar os prestadores de serviço; fazer o acompanhamento dos indicadores de desempenho dos processos e controlar o orçamento da área sempre com foco na otimização dos processos e redução dos custos. Irá também cuidar do atendimento ao cliente e garantir que os produtos saiam da empresa em condições que satisfaçam a qualidade da entrega ao cliente final. Interessados devem enviar currículos para claudio@altabooks.com.br.

A editora Vida, que publica livros cristãos, abriu uma vaga para vendedor interno. A editora procura alguém com habilidades para vendas de livros cristãos, seculares e Bíblias; que tenha experiência no atendimento ao cliente e que proporcione uma experiência positiva de fidelização. É preciso também ter experiência em editoras ou livrarias. A pessoa contratada deverá, dentre outras atividades, manter o cadastro atualizado e elaborar propostas comerciais. Os benefícios incluem vale transporte, assistência médica, tíquete refeição, assistência odontológica, seguro de vida em grupo, dentre outros. O regime de contratação é CLT e os interessados devem enviar currículos para rh@editoravida.com.br.

A Universidade do Livro inicia amanhã (20) uma nova edição do curso "Como montar e manter uma editora independente". No mercado editorial de hoje, desde a chegada dos novos recursos tecnológicos para edição, duas realidades são visíveis: grandes grupos editoriais de um lado, e muitas oportunidades para as editoras independentes. As independentes, quase sempre, começam muito pequenas, mas quando conseguem editar suas obras “genuínas” tornam-se muito relevantes no mundo dos livros. A partir de análises das experiências de algumas editoras independentes de destaque, o curso, ministrado por Jiro Takahashi, irá caracterizar e listar os cuidados para a montagem e a manutenção de uma editora independente, além de discutir as razões de ser uma independente e seu papel dentro do mercado editorial, analisando as oportunidades e as dificuldades de seu funcionamento. O curso é on-line, com aulas sempre às quartas-feiras. O valor é R$ 357 e os interessados podem se inscrever clicando aqui.

Amanhã, quarta-feira (20), a Livraria LDM recebe em Salvador o escritor Jeferson Tenório, numa conversa com o público mediada pelo jornalista Renato Cordeiro. O bate-papo será seguido de sessão de autógrafos de O avesso da pele, livro com o qual Tenório ganhou o Jabuti 2021 de melhor romance literário. O evento começa às 19h, na loja do Shopping Bela Vista. O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira, um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude. O escritor narra a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O clube de leitura virtual do Goethe-Institut São Paulo, Telas Literárias, que foca na literatura alemã contemporânea e seus autores, traz como mediadora de sua edição de julho a tradutora Marianna Ilgenfritz Daudt. Ela conversa on-line com o público nesta quinta (21), às 15h, sobre o romance Retrato de uma língua e outras criações ('Überseezungen', Editora Bestiário), que ela traduziu para o português. O livro foi escrito pela japonesa Yoko Tawada, que vive atualmente em Berlim e escreve tanto em japonês quanto alemão. Nele, a protagonista expressa a perplexidade e o maravilhamento proporcionados pelas diferentes formas e barreiras linguísticas ao viajar ao sul da África, EUA, Canadá e de volta ao Japão e à Alemanha. Interessados podem se inscrever enviando um e-mail para daad_sao_paulo@daad.org.br.

Há, na atualidade, poucos sobreviventes do Holocausto ainda vivos para relatar as atrocidades pelas quais passaram durante a Segunda Guerra Mundial. Poucos ainda podem contar, com as próprias palavras, o medo que sentiram, a coragem que encontraram e as experiências de resiliência, criatividade e esperança em meio ao desespero. Selma Van de Perre é uma delas. Com 100 anos completados em junho, a holandesa que vive em Londres, revela em Meu nome é Selma (Seoman, 260 pp, R$ 49,90) como sobreviveu a um dos campos de concentração mais cruéis da história: Ravensbruck, no qual os nazistas aprisionavam somente mulheres. Nesta autobiografia, Selma conta a dificuldade em ser judia na Holanda, como a guerra chegou e levou toda a sua família, como assumiu uma identidade ariana falsa, entrou para a resistência como courier, além de relatar detalhes de sua luta pela sobrevivência e libertação como presa política.

O socialismo soviético instaurou campos de trabalhos forçados, os chamados Gulags, com motivações e características muito distintas de outros regimes autoritários e que ainda são pouco estudados. Os documentos históricos mais importantes são narrativas de quem esteve lá, que foram registrados em momentos de fuga após a libertação ou escritos durante o cárcere. A obra Nos campos de concentração soviéticos (Avis Rara, 352 pp, R$ 69,90 – Trad.: Fabio Alberti) conta a história de Vladimir V. Tchernavin – um simples engenheiro sem ativismo político adversário – que teve a vida revirada de uma hora para outra. A narrativa da chegada de oficiais a sua casa ao envio para um Gulag, sem provas de crimes, parece obra de ficção. Seu relato permite aos leitores conhecer as histórias em primeira pessoa e ouvir o testemunho de quem vivenciou o terror. E só assim é possível compreender as estratégias de sobrevivência, as técnicas para manutenção da sanidade, os resquícios de solidariedade e senso de humor daqueles que se mantinham humanos em meio ao inferno da utopia. “Eu conto a minha própria história porque acredito que apenas dessa maneira poderei cumprir a obrigação moral que um destino generoso me impôs quando me ajudou a escapar do terror soviético”, conta o autor.

Para celebrar seus 70 anos de vida e 54 de carreira, Geraldo Carneiro reúne na obra Folias de aprendiz (História Real, 272 pp, R$ 59,90) as lembranças da infância e da juventude que refletem também uma época de ouro do Rio de Janeiro e da música popular brasileira. O olhar encantado do mineiro que aportou ainda criança no Rio transporta o leitor para os dourados anos 1950, quando seu pai dava expediente como assessor do presidente Juscelino Kubitschek. As memórias infantis misturam, então, a descoberta da literatura, os jacarés na praia de Ipanema e bastidores do poder – com personagens como Jânio Quadros e Garrincha. Com idas e vindas no tempo, Geraldo reconstitui seu mapa de afetos e divide com o leitor lembranças cômicas e comoventes. A convivência com intelectuais e artistas que frequentavam as reuniões organizadas por seus pais; a entrada precoce na vida artística, aos 16 anos; as primeiras parcerias na música e no teatro; os porres com Vinicius de Moraes; a amizade de 40 anos com Millôr Fernandes; as prisões e exílios de amigos durante a ditadura militar. Entre a melancolia e o humor, o autor reflete sobre a singularidade de uma geração que vivenciou, por um lado, as revoluções culturais e sexuais e, por outro, a violência e o medo impostos pelo regime ditatorial.

Com seu estilo pessoal e uma hábil combinação de memórias, história cultural, crítica literária e reportagem, a obra A reabilitação (Globo Livros, 496 pp, R$ 64,90 - Trad.: Santiago Nazarian), de Leslie Jamison, subverte a narrativa tradicional a respeito da luta contra o vício ao demonstrar que a estrada que leva a uma vida limpa pode ser muito mais tortuosa e eletrizante do que o turbilhão que fez tudo sair do controle. Na obra, a autora revisita histórias sobre reabilitação – tanto a sua quanto a de outras pessoas – e examina porque essas narrativas, mesmo quando não são bem-sucedidas, atraem as pessoas e fazem parte da mitologia contemporânea. Jamison oferece um panorama da cultura da reabilitação, que movimenta milhões de dólares por ano e muitas vezes se usa de promessas milagrosas, premissas equivocadas e práticas no mínimo questionáveis. Indo mais a fundo nas mazelas da nossa sociedade, ela analisa, ainda, como questões de raça e classe social influenciam o julgamento não só da opinião pública, mas também de profissionais de saúde e da lei sobre quem é criminoso e quem está apenas sofrendo de uma doença sem cura. A reabilitação revisita as trajetórias de grandes da literatura e de outras expressões artísticas cujas vidas e obras foram marcadas pelo alcoolismo e o abuso de diferentes substâncias, como Billie Holiday, Raymond Carver e David Foster Wallace.