Em campos ideológicos opostos, o ex-presidente Lula e o ex-juiz Sergio Moro, ambos presidenciáveis, se encontram na Lista Nielsen PublishNews, que apura os livros de autores nacionais mais vendidos em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento do Brasil. Os dois livros são os únicos estreantes na Lista de Não Ficção. A biografia do ex-presidente escrita pelo jornalista Fernando Morais e publicada pela Companhia das Letras ocupa a sexta posição da categoria. Já Contra o sistema de corrupção (Primeira Pessoa / Sextante), do ex-magistrado, ficou na 16ª. A Lista Nielsen PublishNews trouxe outros dois estreantes em Ficção. Na 16ª posição, aparece o primeiro volume da série Perdida (Verus / Record), livro de estreia de Carina Rissi publicado em 2013. Coladinho em Perdida – Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo, na 17ª posição, estreou O avesso da pele (Companhia das Letras), que rendeu o Jabuti a Jeferson Tenório. É a primeira vez que o autor aparece em uma lista do PN. Clique no Leia Mais e confira outros destaques da Lista Nielsen PublishNews.

No fim de 2021, a Secretaria de Educação da cidade de São Paulo publicou o resultado das eleições dos conselheiros do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB). Daniel Bilenky Mora Fuentes e Lizandra Magon de Almeida são os titulares na representação do mercado do livro enquanto Nélida Capela e Maria Cristina Palhares foram eleitas suplentes. Representando a Educação Básica, foram eleitas Amanda Ribeiro Panciera (titular) e Fabiana Marchetti (suplente). Pelas bibliotecas, os escolhidos foram Ueliton dos Santos Alves (titular) e Fernanda de Lima Passamai Perez (suplente). Cássia Maria Rita Vianna Bittens (titular) e Lion Santiago Tosta (suplente) são os representantes de centros de pesquisa, universidades e faculdades. Os coletivos culturais relacionados à leitura e literatura serão representados por Sophia Castellano (titular) e Letticia de Paula Diez Rey (suplente); os escritores por Cláudio Márcio Silvestre Gonzalez (titular), Simão Félix Zygband (titular), Bruna Burkert (suplente) e Michaella Pivetti (suplente). Não houve candidatos inscritos para representar as bibliotecas comunitárias e as pessoas com deficiência.

Nomeada “Amiga do Livro” pelo Prêmio Jabuti em 2014, a professora Tania Rösing é uma das principais referências nacionais quando o assunto é a formação de leitores no Brasil. Idealizadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo (RS), Tania está à frente do Prisma Espaço Geek e, aos 74 anos, está interessada em TikTok, nas bandas de K-Pop e nas novas narrativas dos games. Além disso, ela integrou a comitiva brasileira na Feira do Livro de Guadalajara, em novembro passado. Na volta, ela respondeu às Três Perguntas do PN, nova seção que o PublishNews apresentou no fim do ano passado. Clique no Leia Mais para conferir a entrevista.

A Jambô Editora, que publica livros de fantasia, jogos de RPG e histórias em quadrinhos, abriu uma vaga para gerente de marketing. A vaga envolve desenvolver e executar o planejamento de marketing e comunicação da editora, coordenando uma equipe de quatro pessoas, além de estabelecer relacionamento com as demais equipes da editora, com veículos de imprensa e com o público. O trabalho envolve principalmente marketing digital, SAC, vendas pelo nosso site, vendas para outras empresas e participação em eventos presenciais. A Jambô procura alguém com alta capacidade de organização e excelente comunicação oral e escrita, capaz de trabalhar com autonomia, tomar decisões com foco em resultados e gerenciar múltiplos projetos ao mesmo tempo. Gosto pela leitura, experiência no mercado de entretenimento nerd, especialmente RPG e literatura e inglês fluente são diferenciais. Os interessados devem enviar currículos para o e-mail contato@jamboeditora.com.br com uma breve apresentação falando sobre você, suas experiências e competências, além de incluir pretensão salarial. As informações completas sobre a vaga estão no link correspondente.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos – dedicada à inclusão de pessoas com deficiência visual e que produz e distribui livros em braille, falados e digitais de forma gratuita – abriu quatro vagas. A primeira delas é para o cargo de técnico de edição de áudio que inclui o acompanhamento de produção com prestadores de serviço editores e narradores, orientando nas demandas do estúdio, a edição e masterização de produções em áudio e a preparação de texto organizando os roteiros que entrarão em produção. A segunda vaga é para ledor, que tem como função a narração de audiobooks e outros materiais em áudio, como audiodescrição, materiais acessíveis e vinhetas. A Fundação também está contratando um editor braille que tenha superior em Letras, Licenciatura ou Produção Editorial. As funções do cargo incluem a transcrição e diagramação de livros e documentos para formatos acessíveis; conferência e correção de apontamentos da revisão; descrição de imagens e acompanhamento dos processos editoriais com os demais setores internos. E a quarta vaga é para designer gráfico júnior. É preciso ter superior Design Gráfico, Publicidade e Propaganda, Desenho Industrial ou Produção Editorial. O contratado será responsável pela diagramação de livros e documentos; criação e adaptação de projetos gráficos para materiais impressos e digitais; fechamento de arquivos e demais tarefas correlatas ao processo editorial. Os interessados devem enviar currículos para o e-mail curriculos@fundacaodorina.org.br especificando no assunto o nome do cargo. As demais informações sobre as vagas estão nos links correspondentes.

O Instituto Estação das Letras começou 2022 com diversos cursos on-line de férias. O primeiro deles, de Introdução aos gêneros literários, com Cesar Garcia Lima, inicia já na próxima segunda-feira (10). O curso tem como proposta identificar procedimentos técnicos e semelhanças formais, estruturais e temáticas que caracterizam os gêneros literários em poesia e prosa, com exemplos de poemas, novelas, crônicas, contos, peças teatrais, fábulas e romances. A literatura para crianças e jovens, celebrada na última Bienal e que teve um título do gênero escolhido como Livro do Ano no Prêmio Jabuti, será levada por Leo Cunha aos participantes, unindo as perspectivas da criação de texto com os aspectos e as peculiaridades desse mercado. O curso Literatura infantil: o que, por que e como escrever tem início no dia 25 de janeiro. Entre os demais temas estão as descobertas criativas para uma arqueologia anterior, com a especialista em Educação Valesca de Assis; uma oficina de textos a partir de imagens com o fotógrafo João Roberto Ripper; e Luís Henrique Pellanda falando sobre narrativas breves. A curadoria se preocupou nessas férias em trazer maior diversidade de temas e problemas entre oficinas de texto e leituras. “A programação de verão está pronta para proporcionar este mergulho a todos que se interessam pelo universo literário", acrescenta Suzana Vargas, diretora do IEL.

A crise da masculinidade é moderna, mas não é nova. Sua configuração, ao longo de séculos, transformou-se em um nó cego, reforçado por sérias contradições. A constante defesa do projeto do “homem ideal” explica os episódios de abuso de poder, feminicídio, homofobia e intolerância majoritariamente cometidos por elites masculinas hegemônicas, que resistem a um ordenamento social mais diverso e igualitário. Esta nova edição de Seis balas num buraco só (Objetiva, 376 pp, R$ 79,90), lançado originalmente em 1998, traz capítulos inéditos e atualizações importantes, incluindo a ascensão política das religiões cristãs e os governos de Donald Trump e Jair Bolsonaro, ancorados no negacionismo típico da masculinidade tóxica. Propondo uma reflexão profunda e provocativa sobre o machismo, a misoginia e a homofobia, João Silvério Trevisan revela, também, como estão vivas e atuantes as resistências dos setores progressistas e mais vulneráveis da sociedade – exemplificados nas novas correntes feministas, nos movimentos LGBTQ+ e na luta antirracista. Uma leitura urgente para quem busca compreender melhor o seu tempo e cumprir seu papel histórico.

No ensaio Por que olhar para os animais?, John Berger trata do desaparecimento da relação imemorial entre seres humanos e animais. Ainda mantemos espécies de estimação e visitamos zoológicos, mas o “olhar entre o animal e o homem, que possivelmente teve um papel crucial no desenvolvimento da sociedade humana, e com o qual, em todo caso, todo ser humano convivia até um século atrás, extinguiu-se”. A interação entre as pessoas e a natureza, entre a cultura e o instinto, é também o tema dos outros oito textos que compõem Por que olhar para os animais? (Fósforo, 104 pp, R$ 59,90 - Trad.: Pedro Paulo Pimenta). No livro, o crítico de arte e escritor multifacetado se vale de obras de fotógrafos, ilustradores, clássicos da Antiguidade, entre outras fontes, para desvendar o universo das sutilezas que nos forjam. Escritas entre 1971 e 2009, essas pequenas joias refletem o pensamento revolucionário de John Berger. Ao nos sensibilizar para nossa maneira inconsciente de perceber o que nos cerca, ele amplia nossa visão — como uma visita necessária ao oftalmologista, passamos a enxergar melhor.

A pandemia de covid-19 impôs uma nova forma de organização às sociedades mundo afora e trouxe à tona a necessidade de mudanças em diversos setores, como educação, saúde e economia. Todos os dias, mesmo sem nos darmos conta, participamos do contrato social ao cumprir obrigações como cidadãos. Cuidar de outras pessoas, pagar impostos e usufruir de serviços públicos são elementos do contrato social que nos sustenta e nos une. Atualmente, contudo, o contrato está partido. A mudança nas tecnologias, os novos modelos de trabalho, o envelhecimento populacional e as alterações climáticas nos desafiam a rever nossos deveres enquanto sociedade. Em Cuidar uns dos outros (Intrínseca, 336 pp, R$ 59,90 - Trad.: Paula Diniz), a economista Minouche Shafik conduz os leitores em um passeio pelos estágios da experiência humana ― criar filhos, estudar, adoecer, trabalhar, envelhecer ― e assim mostra como a reorganização social é possível. A partir de exemplos do mundo todo, a autora demonstra que os países podem oferecer a seus cidadãos o mínimo necessário para que tenham uma vida digna. Mas, acima de tudo, o que se evidencia é que precisamos passar a cuidar uns dos outros. Uma sociedade mais generosa e inclusiva compartilha os riscos coletivamente, de forma que todos contribuam ao máximo.

A coletânea de pensamentos de sabedoria de vida que compõe Menos é mais (Planeta, 160 pp, R$ 19,90), novo livro do Padre Marcelo Rossi, representa as principais verdades cristãs narradas por quem as levou na prática e as comprovou. A obra é a sequência natural de Batismo de fogo, lançado no ano passado, no meio da pandemia e que representa a obra mais pessoal do padre até então. O volume novo da obra é igualmente pessoal nos aforismos extraídos de suas missas e pregações. “Este livro é resultado de incontáveis missas, conversas, sermões, homilias e até entrevistas que realizei durante quase trinta anos de sacerdócio. É um compilado de frases, pensamentos e aforismos que, tenho certeza, vão beneficiar tanto você quanto seus amados e amadas”, explica Rossi. Dessa forma, Menos é mais pode ser lido a partir de qualquer página.