A série histórica da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, estudo coordenado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData, mostra que em 2024, pelo quinto ano consecutivo, o setor editorial apresentou recuo em termos reais nas vendas realizadas ao mercado. A queda de 2006 a 2024 chega a 44% – ou seja, no total, as editoras brasileiras faturaram, no ano passado, 44% menos do que em 2006 (sem contar as vendas ao governo). Considerando as vendas totais, incluindo aí as transações com o governo por meio dos planos de compra de livros, a queda entre 2006 e 2024 é de 30%. O conteúdo digital (e-books e audiolivros), por outro lado, registra um crescimento de 200% em seis anos, desde 2019, primeiro ano do levantamento do digital. Assim como com os livros impressos, os livros digitais também estão mais baratos em termos reais: em seis anos, o preço real caiu 30%. Como ficou demonstrado em maio, pela primeira vez, em 2024, o desempenho positivo com conteúdo digital impulsionou o crescimento real de todo o setor. Atualmente, o mercado digital representa 9% do mercado. Clique no Leia mais para ler a notícia na íntegra.

A Feira do Livro Infantil de Bolonha (13 a 16 de abril de 2026) abriu as inscrições para a próxima edição do Prêmio BolognaRagazzi (BRAW), que consagra os melhores livros infantis ilustrados ao redor do mundo. As inscrições vão até 31 de janeiro e as categorias contempladas são: Ficção, Não Ficção, Opera Prima (obras de estreia de autores e ilustradores), Quadrinhos e Criança Pequena. Há também a categoria "Novos Horizontes”, que consagra uma obra excepcionalmente inovadora. E em 2026, a categoria especial (que muda anualmente) será Fábulas e Contos de Fadas. A participação está aberta a todas as editoras, incluindo aquelas que não expõem na Feira do Livro Infantil de Bolonha. A inscrição de livros para o BolognaRagazzi é gratuita e reservada apenas para editores. Além do BolognaRagazzi Awards, as inscrições para o BolognaRagazzi Crossmedia 2026 também estão abertas. O prêmio consagra o desenvolvimento de conteúdo da página para a tela e vice-versa. Há duas categorias principais: Projetos Crossmedia e Experiências de Leitura Digital, além da nova categoria especial sobre Igualdade de Gênero e Sustentabilidade Ambiental.

Começar com um pé direito é bom. Começar no meio de uma tempestade de livros, pessoas e ideias é melhor ainda. Hoje escrevo só como um breve relato da minha 11ª Bienal :) Cheguei ao Rio de Janeiro há duas semanas para assumir a operação da Estante Virtual e, logo de cara, mergulhei na Bienal do Livro Rio. Não consigo imaginar um início mais simbólico: estandes cheios, corredores lotados, livros por todos os lados e uma atmosfera vibrante que celebra a potência da leitura. A Bienal é mais do que um evento comercial ou literário. Ela é um retrato vivo da diversidade do mercado editorial brasileiro e, ao mesmo tempo, um espelho das transformações no comportamento dos leitores. Em poucos dias, vi de perto o impacto que autores, influenciadores e editoras têm sobre o público – especialmente o jovem, que comparece em peso, com brilho nos olhos e livros nas mãos. Entre os momentos mais marcantes, destaco a presença de Raphael Montes lotando o Auditório Ziraldo com 300 pessoas e os encontros com criadores de conteúdo como Paulo Ratz no estande da EV, que passou mais de cinco horas conversando com leitores, tirando fotos e distribuindo autógrafos. Esses momentos mostram a força da conexão direta entre quem escreve, quem recomenda e quem lê. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

Na próxima edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a Casa A Taba Literatura para Crianças e Jovens se coloca como espaço para discutir a centralidade da literatura para crianças e jovens com o objetivo de suscitar reflexões sobre a produção editorial do segmento, com foco nas questões relacionadas à materialidade do livro, à crítica literária e aos leitores. O espaço ficará na localizado na Avenida Nossa Senhora dos Remédios, 83, em Paraty (RJ), e terá programação aberta e gratuita entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, com funcionamento das 10h às 18h. A proposta tem curadoria de Denise Guilherme, Cristiane Tavares e Elizabeth Cardoso. A programação inclui mesas tendo como convidados profissionais do mercado editorial (autores, ilustradores, editores, livreiros), mediadores de leitura, pesquisadores e críticos literários dessa produção. Além dos debates, haverá rodas de conversas e lançamentos e vendas de livros infantis e juvenis. A Casa A Taba Literatura para Crianças e Jovens é uma iniciativa da A Taba, em parceria com um coletivo de pesquisadores, críticos e profissionais do livro da literatura, e tem o apoio da livraria Movimento Literário e das editoras Amelì, Baião, Barbante, Boitatá, Caixote, Companhia das Letrinhas, Moderna, Salamandra Oh! e Veneta. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Diana sangra em silêncio — mas também em flor. Há um momento em que o corpo deixa de ser apenas casa e passa a ser batalha. Quando o diagnóstico vem, ele não vem só: traz bisturi, palavras duras, e um espelho que já não reconhece a própria imagem. Montanhas de Diana, de Anna Maria Mello, é a travessia desse abismo. Um romance onde cada página é um passo na montanha do viver — íngreme, cortante, mas também cheia de epifanias. Diana, a protagonista, é mulher que corre. Mãe de duas adolescentes, produtora de festas para os sonhos dos outros, ex-professora, ex-marido, ex-muitas-coisas. E no meio da correria, o freio: câncer de mama. O tempo agora não se mede em agendas, mas em exames, quimioterapia, reconstruções, que vão do seio e da alma. Fico me perguntando com melancolia se nós, mulheres, realmente precisamos adoecer para parar? Para olharmos profundamente dentro de nós? E quando isso tudo começou? Quando a sociedade do cansaço começou a nos cobrar perfeição e acreditamos nisso? Anna Maria Mello escreve com a coragem de quem sabe que a escrita é também cicatriz. Sua prosa é densa, sem ser pesada. É leve, sem ser rasa. Há beleza nas palavras, mesmo quando elas falam de queda de cabelo, de dor fantasma, de um corpo que se despede do que era. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta coluna.

A Editora Melhoramentos abriu uma vaga em São Paulo (SP) para vendedor trade para prospectar e gerenciar uma carteira de clientes composta por livrarias, novos canais e distribuidores. A pessoa contratada deverá ainda manter e desenvolver relações de longo prazo com clientes atuais e potenciais; apresentar e negociar os produtos editoriais da editora com foco no mercado editorial; colaborar com as equipes de marketing e editorial para alinhar estratégias de vendas específicas para o setor; e acompanhar o desempenho das vendas e elaborar relatórios mensais, com insights sobre o mercado editorial. É preciso ter experiência anterior em vendas para livrarias, distribuidores e novos canais; excelentes habilidades de comunicação, negociação e construção de relacionamento; conhecimento aprofundado do mercado editorial, especialmente o segmento de livrarias e distribuidores Proatividade; familiaridade com ferramentas de CRM; graduação em áreas como Letras, Marketing, Administração ou afins. É considerado diferencial ter experiência com vendas B2B no setor editorial. Interessados devem se inscrever clicando aqui.

O Grupo Editorial Nacional (GEN) está à procura de um analista de direitos estrangeiro pleno. É necessário, dentre outras atribuições, ter graduação em Administração, Direito, Contabilidade, Economia, ou áreas afins; inglês avançado; domínio na escrita e leitura em português e inglês para tratar diretamente com detentores de direitos autorais nacionais e estrangeiros; domínio do pacote Office, principalmente Excel e Word; organização e facilidade para trabalhar com os colaboradores da equipe de Direitos Autorais, bem como das demais áreas da organização e experiência com sistemas de gestão de direitos autorais ou ERP. As funções do cargo incluem auxiliar na otimização de processos de cálculo e apuração, propondo melhorias para o sistema de gestão de direitos autorais; acompanhar atualizações de legislações e melhores práticas relacionadas aos direitos autorais; atender demandas operacionais da equipe de DA Negociações; enviar demonstrativos de pagamento para os detentores de direitos; e apoiar na solicitação e autorização de uso de material estrangeiro (permissions) junto às editoras estrangeiras detentoras dos direitos originais. A vaga é 100% home office e interessados podem enviar currículos para recrutamento@grupogen.com.br até 11 de julho.

O Prêmio Loba (Literaturas e Obras de Autoras), organizado pelo Loba Festival, já está com as inscrições da sua segunda edição abertas. Voltado ao fomento da escrita feminina, autoras de obras publicadas e não publicadas terão a oportunidade de inscreverem seus trabalhos produzidos entre os anos de 2024 e 2025 em 18 categorias. As inscrições estão abertas até o dia 13 de julho e podem ser feitas no site do festival. Além da premiação para as obras inscritas que acontece em evento na cidade de São Paulo, o Festival também conta com palestras e painéis sobre cultura, literatura, audiovisual, espaço para networking entre escritoras, editoras e produtores culturais, espaço para venda de livros para autoras independentes e outras ações de fomento à economia criativa e incentivo à leitura de mulheres. O edital com os termos gerais, taxas de inscrição e condições para a inscrição já está disponível. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Entre os dias 11 e 16 de agosto de 2025 ocorre na cidade de Muzambinho (MG) a terceira edição do Festival Literário Mineiro (Felim), com o tema “Identidade”, em praça pública, na Av. Dr. Américo Luz. O festival é gratuito e aberto a toda a comunidade, reunindo literatura, arte e educação. Criado por uma comissão independente formada por quatro integrantes, o Felim surgiu com o propósito de valorizar a produção literária local e regional, democratizar o acesso ao livro e fortalecer o vínculo da comunidade com a leitura. Neste ano, o tema “Identidade” orienta a abordagem ampla do festival, com conexões entre literatura, filosofia, educação, cultura popular e arte contemporânea. Nas duas primeiras edições, o Felim recebeu cerca de 14 mil visitantes, com participação das redes escolares municipal, estadual, particular e do Instituto Federal. Foram realizados mais de 80 espetáculos e apresentações culturais no pavilhão principal, 40 atividades multi-track (fora do pavilhão, em Muzambinho e cidades vizinhas), 16 lançamentos de livros, mais de 1,3 mil exemplares trocados na sessão “troca-livros”, além de grande alcance nas redes sociais — com mais de 70 mil visualizações. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nesta semana, de hoje até seta (8 a 11 de julho), o Parque de Ideias (Av. Pres. Vargas, 1261, Centro – Rio de Janeiro / RJ), projeto que ocupa a Biblioteca Parque Estadual e tem curadoria do documentarista Marcio Debellian, dedica suas atividades à literatura. A programação gratuita reúne encontros e bate-papos com grandes nomes da literatura brasileira contemporânea, além da inauguração de uma nova instalação. O evento é gratuito, mas é necessário inscrição prévia, clicando aqui. A abertura ocorre nesta terça-feira (8), às 14h30, com Carla Madeira, autora de Tudo é rio, A natureza da mordida e Véspera (Record). Com uma trajetória literária recente e já marcante, Carla soma mais de 1 milhão de exemplares vendidos com suas três obras publicadas, conquistando leitores no Brasil e no exterior. No encontro, a autora fala sobre sua trajetória, processo criativo e os temas que atravessam sua obra. Já na quarta (9), às 14h30, o encontro é com a poeta Roseana Murray, autora de mais de cem livros voltados ao público infantil, juvenil e adulto. Fechando a semana, na sexta (11), às 10h30, o escritor Jeferson Tenório participa do bate-papo Ilustre Leitor, no qual compartilha os dez livros fundamentais para sua formação. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Os dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula na presidência foram marcados por desafios. Se, por um lado, o governo buscou reconstruir a democracia após o desmonte institucional promovido pela gestão do governo Bolsonaro — intensificado pela tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023 —; por outro, enfrentou um cenário político e administrativo inédito, que difere tanto dos mandatos anteriores do presidente petista quanto das experiências de seus antecessores na Nova República. A coletânea Governo Lula 3 (Autêntica, 576 pp, R$ 97,90) reúne 55 pesquisadores de diversas universidades brasileiras e estrangeiras para analisar os principais temas desse período. Composto por 35 capítulos, o livro examina as dinâmicas da governabilidade, os desafios da reconstrução estatal, as transformações na cultura política, as políticas públicas e o impacto da comunicação e da opinião pública na política contemporânea.

Em A esquerda que não teme dizer seu nome (Planeta, 112 pp, R$ 51,90), Vladimir Safatle retorna para discutir e entender as necessidades do sujeito contemporâneo, combater o individualismo, recuperar a crença na participação política revolucionária e buscar, com coragem e sem hesitação, a possibilidade das transformações. Em uma conjuntura cada vez mais urgente, o filósofo relembra os valores inegociáveis para o espectro político à esquerda. Nestas páginas, Safatle argumenta que, nas últimas décadas, a esquerda abandonou os fundamentos da luta política, limitando-se a gerenciar as crises políticas e econômicas geradas pelo capitalismo neoliberal e perdendo seu ímpeto revolucionário. Para o filósofo, ao renunciar ao que era essencial em suas teorias e em sua história — a defesa radical do igualitarismo em todas as suas dimensões e da soberania popular —, a esquerda morreu. Revivê-la exigiria romper com a gestão de crises conexas inerentes ao sistema e unir os oprimidos contra seus opressores. Treze anos depois, o desafio no horizonte político se aprofunda, agora inflamado pela expansão da extrema-direita e pela lógica compensatória do campo progressista.

Não é de hoje que a ciência faz previsões alarmantes em relação ao cenário ecológico desenhado pelo modo de produção dominante ao redor do mundo. Só mais recentemente, porém, as evidências disso têm se imposto à nossa experiência sensível mais cotidiana. Tempo fechado (Boitempo, 128 pp, R$ 37), obra organizada pela socióloga marxista Laura Luedy, traz ao público dez textos inéditos de diferentes pensadoras e pensadores que tratam da questão indo à sua raiz. Suas reflexões vão além das abordagens do ambientalismo mainstream e colocam o dedo na ferida do capitalismo. Afinal, é possível evitar o colapso ecológico planetário sem desmontar o arranjo social que governa nossa relação com a natureza? Com perspectivas que se complementam e partem de experiências das lutas indígenas, negra, feminista e socialista, os textos que compõe Tempo fechado vão além do diagnóstico e nos apontam caminhos possíveis para atravessar a nebulosa questão da emergência climática.

O 8 de janeiro que o Brasil não viu (História Real, 224 pp, R$ 59,90) é o testemunho inédito de um gestor público que, quando menos esperava, foi chamado a exercer um papel crítico na defesa das nossas instituições democráticas. Ricardo Cappelli, que foi interventor da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, revela os bastidores desse período crucial em que a democracia brasileira correu grave risco. Ao transportar o leitor até os episódios dramáticos do dia 8 de janeiro e das semanas seguintes, Cappelli relembra as pressões e insistentes tentativas de sabotagem que enfrentou, numa guerra de nervos sem trégua. Ao longo de toda a narrativa, Ricardo Cappelli demonstra como sempre procurou tomar decisões técnicas para se afastar da polarização política que assola o Brasil. Após conversas com policiais feridos no dia 8 de janeiro, o autor chegou à conclusão que o desfecho poderia ter sido ainda mais trágico. A obra será lançada nesta terça (8), às 19h, na Livraria da Travessa de Brasília (SGCV SUL Lote 22 - 4A Casa Park Shopping, St. Park Sul, Brasília / DF).

Por que durou tanto o regime de Salazar, a mais longa ditadura europeia do século XX? É isso que o professor, pesquisador e político português Fernando Rosas, especialista na história dos fascismos, procura explicar no livro Salazar e o poder: a arte de saber durar (Tinta-da-China Brasil, 368 pp, R$ 119,90), que marca o apogeu da sua obra historiográfica. O livro foi vencedor do prêmio PEN de ensaios em Portugal. Ao longo da prosa, Rosas identifica cinco fatores estruturais da durabilidade do salazarismo: a violência contra as oposições; o controle político das Forças Armadas; a cumplicidade da Igreja; o corporativismo; e a investida cultural no “homem novo”. Em tempos de retorno dos fascismos, autor afirma que urge compreender como triunfaram seus experimentos, para que possamos combater suas novas mutações.