No Podcast do PublishNews desta semana, conversamos com os jornalistas, escritores, amigos e agora, editores Bernardo Ajzenberg e Cadão Volpato. Amigos há mais de quatro décadas, desde tempos de militância contra a ditadura militar, eles falaram sobre a proposta de publicar livros curtos que sejam relevantes e impactantes sob a batuta da sua nova editora, chamada Seja Breve. A ideia é abordar temas contemporâneos e destacar a importância da diversidade na literatura. A dupla afirmou gostar de formas breves, como contos e novelas. "Na livraria, meu campo de observação cai sobre os pequenos livros", comenta Volpato. A proposta da editora é lançar entre 10 e 12 livros no ano, e o formato, inicialmente, é de um tamanho compacto, de 18 cm x 12 cm. O projeto artístico das capas é assinado por Paola Bianchi, com cores chamativas e mesma tipologia, dando um aspecto de "coleção" para os exemplares. As capas contam com uma ilustração feita por Cadão Volpato. Sobre os desafios e oportunidades no mercado editorial atual, eles destacaram a busca por novos autores e histórias significativas e afirmam que o foco da Seja Breve será o das livrarias, que vivem um momento de "reflorescimento", de acordo com Ajzenberg. Este podcast é um oferecimento de Câmara Brasileira do Livro (CBL), MVB América Latina e UmLivro. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube.

Editores de diversas regiões do Brasil e entidades do livro, como a Liga Brasileira de Editores (Libre) e a União Brasileira de Escritores (UBE), divulgam nesta segunda-feira (5) uma carta aberta questionando atrasos nas compras governamentais de livros no âmbito de programas como o PNLD Literário. De acordo com os editores, desde 2022 as escolas públicas de todo o país estão sem receber livros literários. Em fevereiro de 2025, teve início a compra relativa ao PNLD Literário 2022. Além de mencionar os atrasos e a ausência de um cronograma claro e previsível, os profissionais do livro refletem no texto sobre a democratização do livro e da leitura, sobre a necessidade de políticas públicas sobre mediadores de leitura, bem como sobre as exigências complexas dos editais relacionados aos livros literários. Clique no Leia mais para ler a carta na íntegra.

A escritora Camila Luz foi retirada da programação do Flipoços após fala considerada racista em um dos painéis do evento. Quem dividia o palco com Camila é o também escritor e fundador da editora Barraco Editorial, Wesley Barbosa. Ele se apresentava quando foi interrompido por uma fala da autora, que fez uma associação direta entre escritores "neomarginais" e criminalidade. No trecho da mesa que viralizou nas redes sociais, a autora afirmou no palco do evento que tinha interesse em fazer parte do Coletivo Neomarginais – que estava com um estande montado na feira literária do Flipoços –, mas que nunca tinha sido presa. Veículos como o g1 e o Estado de Minas repercutiram o caso. O Painel das Letras relatou que a escritora Socorro Accioli chegou a 200 mil exemplares vendidos de seus principais livros e prepara seu novo romance, Delírio de San Pedro. A autora foi uma das mais vendidas da edição da Flip em 2023 com o livro Oração para desaparecer (Companhia das Letras). A Netflix lançou na véspera do feriado do Dia do Trabalho a série argentina O Eternauta, que adapta quadrinho homônimo publicado pela Pipoca e Nanquim no Brasil. O Estadão publicou uma reportagem em que discorre mais sobre a história do autor do quadrinho. Os secretários municipais de Educação e de Cultura do Rio de Janeiro, Renan Ferrerinha e Lucas Padilha produziram um artigo para o jornal O Globo entitulado O Rio continua lendo, em que destacam e debatem as ações previstas para o calendário de Capital Mundial do Livro. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O 16º Festival de Leitura Infantil de Sharjah finalizou neste fim de semana sua edição de 2025 após 12 dias de intensa programação. Sob o tema "Mergulhe nos Livros", o festival deste ano recebeu 125,7 mil visitantes de 167 países, misturando literatura, arte, inovação e imaginação. Organizado pela Sharjah Book Authority (SBA), o SCRF 2025 busca traduzir o compromisso do Emirado com a capacitação dos jovens por meio do conhecimento e o fomento da paixão pela leitura. “O SCRF é mais do que apenas um festival; é parte integrante de uma visão cultural mais ampla que vê as crianças como participantes ativas do presente, não apenas como futuras leitoras”, comentou Ahmed bin Rakkad Al Ameri, CEO da SBA. “Nosso objetivo era garantir que cada criança saísse do SCRF com um livro que não apenas expressasse suas paixões, mas também as capacitasse a explorar sua criatividade, ambição e sonhos”, completou Khoula Al Mujaini, coordenadora geral do Festival. O SCRF reuniu 122 editoras de 22 países e mais de 133 especialistas de 70 nações, oferecendo uma programação de 1.024 atividades. Os visitantes puderam ver desde workshops e apresentações teatrais a sessões de contação de histórias e entretenimento ao vivo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Editora Griffo’s está à procura de um artista gráfico freelancer para atuar na criação de conteúdos visuais voltados às redes sociais e edição de vídeos para o YouTube. O profissional será responsável por desenvolver peças criativas, dinâmicas e alinhadas à identidade visual da editora; edição de vídeos completos para YouTube e cortes para Reels/Shorts; adaptação de materiais visuais conforme campanhas e lançamentos editoriais; e manter cooperação com o time de marketing para manter consistência visual. Os requisitos incluem domínio de softwares como Photoshop, Illustrator, Premiere e After Effects (ou equivalentes); conhecimento em formatos e tendências de design para redes sociais; agilidade e comprometimento com prazos; e organização e clareza na comunicação. Interessados devem encaminhar currículos para contato@editoragriffos.com.

A Editora Signer (Ofitexto) abriu uma vaga de estágio no departamento de logística. É preciso estar no primeiro período da faculdade e ter conhecimento com o sistema Microsoft Office. A pessoa contratada irá cuidar dos recebimentos dos livros, fazer os lançamentos no sistema, preparar e embalar os livros para a coleta e controlar o estoque de entrada e saída. A editora oferece vale transporte, seguro de vida e bolsa auxílio de R$ 1 mil. Interessados devem encaminhar currículos para adm@ofitexto.com.br.

A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita na última quarta (30/04) a mais nova imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Jornalista, comentarista de política e economia do grupo Globo desde 1991, Míriam passa a ocupar a cadeira 7, que pertencia ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro passado. Míriam, de 72 anos, recebeu 20 dos 37 votos possíveis, superando o ex-senador Cristovam Buarque, que teve 14 votos. Ela passa a fazer parte do grupo de cinco mulheres que integram a atual formação da instituição. Leitão tem 16 livros publicados em diferentes gêneros - crônica, romance, literatura infantil e não ficção. Suas obras de maior destaque são Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda (Record - Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Reportagem e Livro do Ano de Não Ficção) e Amazônia na encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades (Intrínseca), com o qual venceu o Prêmio Intelectual do Ano − Troféu Juca Pato de 2024. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Isadora passa por uma cesariana de emergência e, de repente, vê o filho prematuro ir para a UTI neonatal. Médica-cirurgiã, acostumada a estar no comando dentro do hospital, ela é agora uma mãezinha, uma paciente, compartilhando medos, angústias e vitórias com mulheres na mesma jornada. Nessa luta pela vida, inesperadas relações de afeto se criam em meio a vigílias em ambientes estéreis, compondo um relato sagaz e impactante sobre mulheres tentando não sucumbir. Escrito por Izabella Cristo, Mãezinha (Dublinense, 320 pp, R$ 89,90) venceu o Prêmio Caminhos de Literatura 2024. “Izabella Cristo põe à mostra o nervo do poder selvagem e indomesticável que reveste uma mulher que precisa proteger sua cria e a si mesma, o poder do amor, o poder da mãe”, comentou Micheliny Verunschk – parte do júri do prêmio – sobre a obra.

Um oficial da aeronáutica americana mergulha desgovernado pelo céu com seu paraquedas e se salva ao aterrissar sobre uma figueira-de-bengala. Um artista herda 100 anos de retratos fotográficos, todos da mesma castanheira destinada a sucumbir. Uma estudante universitária é eletrocutada, morre e regressa à vida graças a algumas criaturas de ar e de luz. Uma cientista descobre que as árvores se comunicam umas com as outras e é desacreditada pelos colegas. Esses quatro personagens e outros cinco desconhecidos ― todos convocados de maneiras diferentes pelas árvores ― se reúnem em um último esforço coletivo para salvar os poucos quilômetros restantes de floresta virgem do continente americano. Ao entrelaçar histórias e vozes de maneira magistral, A trama das árvores (Todavia, 648 pp, R$ 129,90 – Trad.: Carol Bensimon), de Richard Powers, explora o conflito essencial do nosso planeta: aquele entre humanos e não humanos. Existe um universo próximo ao nosso ― vasto, lento, interligado, engenhoso, magnificamente inventivo e, no entanto, quase invisível para nós. Esta é a história de um punhado de pessoas que aprendem a enxergar esse mundo e são atraídas para a sua catástrofe em pleno desenvolvimento. Vencedor do Prêmio Pulitzer de Ficção de 2019, sucesso de público e de crítica, A trama das árvores é um livro para todos que anseiam impacientes pela possibilidade regeneradora de mudança.

Em Malina (Estação Liberdade, 352 pp, R$ 94 – Trad.: Carla Bessa), originalmente publicado em alemão em 1971, Ingeborg Bachmann convida o leitor a um mundo estendido aos limites da linguagem. Uma narradora, que trabalha como escritora em Viena, está dividida entre dois homens: vista através do prisma basculante da obsessão, ela viaja em profundidade dentro das próprias loucuras, ansiedades e genialidades. Malina explora o amor, as várias faces da morte, a raiz do fascismo, a paixão. Bachmann conta a história de vidas dolorosamente entrelaçadas: a narradora, assombrada por memórias aterrorizantes de seu pai, vive com o andrógino Malina, um homem inicialmente distante e frio que acaba se tornando uma influência ameaçadora. Construído para culminar em um desfecho fascinante, Malina desnuda brutalmente a briga pelo amor e os limites do diálogo entre mulheres e homens.

Em Um eco na garganta (Morro Branco, 288 pp, R$ 65,90 – Trad.: Camila von Holdefer), após encontrar o corpo de seu marido assassinado, uma nobre irlandesa do século XVIII bebe punhados do sangue dele e compõe um lamento extraordinário. O poema de Eibhlín Dubh Ní Chonaill atravessa os séculos e chega até uma nova mãe que escapou por pouco de sua própria tragédia. Quando percebe que a literatura dedicada ao poema reduz a vida de Eibhlín Dubh a meros esboços superficiais, ela anseia por mais: quer saber os detalhes da infância e da velhice da poeta; suas fúrias, alegrias, tristezas e desejos únicos; a rotina dos seus dias e o local de seu repouso final. O que se segue é uma jornada na qual Doireann Ní Ghríofa se propõe a descobrir a vida apagada de Eibhlín Dubh e, nesse processo, redescobre a sua própria. Doireann é uma escritora bilíngue cujos livros exploram nascimento, morte, desejo e domesticidade. Seus prêmios incluem Lannan Literary Fellowship (EUA), Seamus Heaney Fellowship (Queen’s University) e o Rooney Prize for Irish Literature. Um eco na garganta é sua estreia na prosa.

Na cidade de Santos, litoral de São Paulo, a maternidade faz com que as amigas Thaís, Erika e Zilda criem um laço único, intenso e verdadeiramente especial. Apoiando umas às outras, encontram a força necessária para lidar com os desafios cotidianos, com questões de saúde mental e com a sorrateira perda de identidade que ameaçam nos afogar quando nos tornamos mães. Mar de mães (Buzz, 240 pp, R$ 64,90) é inspirado nas histórias de inúmeras mulheres. Mulheres como as três autoras – Thaís Vilarinho, Thaís Poetha e Beatriz Singer –, e também como tantas mães, filhas, amigas. Mulheres que se perdem e se reencontram umas nas outras. O livro é uma história sobre maternidade, conexão e cura, mostrando como a rede de apoio é importante para o renascimento da mãe-mulher. A obra é sobre o poder inexplicável de uma amizade única que se formou a partir da maternidade.