Desde sexta-feira (17), está em vigor um decreto que inclui as bibliotecas públicas e comunitárias no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Embora a inclusão tenha sido celebrada por instituições e profissionais do livro, os mecanismos de operação e mesmo os tipos de livros que serão adquiridos ainda não estão tão claros. A diretora-executiva da Abrelivros, Renata Müller, explica que o decreto abre possibilidades para os diversos editais do Programa, incluindo o PNLD Literário – que deve ser o foco das requisições das bibliotecas. “O que a gente acha importante é que essa nova forma de aquisição venha a ser um complemento, e não uma substituição da forma como as bibliotecas hoje são atendidas”, comenta. “Porque a biblioteca não é destinada apenas para o público matriculado na educação básica, mas tem um público mais amplo, mais diverso”. Para as editoras, há uma expectativa de aumento na quantidade de alguns livros envolvidos no PNLD, mas ainda não é possível prever impactos, tampouco se as mudanças vão representar alterações significativas no orçamento do Programa – a depender, por exemplo, da quantidade de obras que vão ser acrescentadas nos pedidos, do cálculo que relaciona tiragens maiores e menores preços, entre outros fatores. Para o presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6) – Minas Gerais e Espírito Santo –, Álamo Chaves, é importante garantir a concretização dos artigos do Decreto n.º 12.021 pelos entes públicos, “uma vez que, no Brasil, há regramentos que são respeitados e outros que não são respeitados”, comenta. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Nos dias 4 e 5 de setembro de 2024, durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, ocorre a quinta edição da Jornada Profissional. O evento é promovido pelo Brazilian Publishers (BP), projeto da Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e reunirá profissionais do mercado editorial nacional e internacional para rodadas de negócios e palestras. A participação é exclusiva para empresas apoiadas pelo Brazilian Publishers, mas empresas externas podem participar mediante assinatura de um termo de adesão temporário. Esse termo tem o prazo de validade de três meses e não tem custo. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição, feitas obrigatoriamente online. Acesse o termo de inscrição aqui e inscreva-se no link. As inscrições para editoras nacionais com interesse em negociar direitos autorais com editoras internacionais ficam abertas até o dia 5 de julho. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A autora alemã Jenny Erpenbeck é a vencedora do International Booker Prize 2024, que homenageia autores e tradutores igualmente por uma obra de ficção traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido ou Irlanda. Ela é autora de Kairos, traduzido do alemão por Michael Hofmann. O livro conta uma história íntima e devastadora da trajetória de dois amantes pelas ruínas de um relacionamento, tendo como pano de fundo um período sísmico da história europeia. A história começa em 1986, quando eles se encontram por acaso em um ônibus. Ela é uma jovem estudante, ele é mais velho e casado. A atração deles é intensa e repentina, alimentada por uma paixão compartilhada pela música e pela arte, e intensificada pelo sigilo que devem manter. Mas quando ela se perde por uma única noite, ele não consegue perdoá-la e uma fissura perigosa se forma entre eles, abrindo espaço para a crueldade, a punição e o exercício do poder. E o mundo à sua volta também está a mudar: à medida que a RDA começa a desmoronar, o mesmo acontece com todas as velhas certezas e velhas lealdades, inaugurando uma nova era cujos grandes ganhos também envolvem perdas profundas. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Matthias Lehmann – quadrinista francês com raízes no Brasil, filho de uma brasileira e um francês, e sobrinho do escritor Roberto Drummond (1933-2002) – fez um verdadeiro painel do autoritarismo no século XX no Brasil com o quadrinho ficcional Chumbo (Nemo), traduzido por Scheibe e Castro. O livro começa na Belo Horizonte dos anos 1930, mais precisamente em 1937, às vésperas do golpe do Estado Novo, e segue uma família cujo destino está intimamente conectado à política do país nos próximos 60 anos, notadamente a ditadura militar de 1964. Nascido em 1978 na região de Paris, Lehmann visitou o Brasil com frequência na infância e adolescência, e essa proximidade, claro, lhe forneceu ferramentas para encarar a história do país, inclusive com o exemplo de engajamento do tio conhecido. Agora, Lehmann está em turnê pelo país para lançar o livro. Nesta terça-feira (21), ele participa de bate-papo e sessão de autógrafos na Livraria Jenipapo (R. Fernandes Tourinho, 241, Savassi – Belo Horizonte / MG), e nos próximos dias estará no FIQ-BH. Na próxima semana, serão três eventos em São Paulo. O quadrinista respondeu a três perguntas do PublishNews. Clique no Leia mais para ler a entrevista e ver a agenda da turnê.

O Prêmio Eisner, a mais relevante premiação quando o assunto é histórias em quadrinhos, anunciou os indicados da sua edição de 2024, que inclui mais de 150 títulos de mais de 60 editoras. O destaque vai para a obra Missing you (Oni Press), escrita por Phellip Willian e pela brasileira Melissa Garabeli, com tradução do também brasileiro Fabio Ramos, que concorre na categoria Melhor Publicação para Crianças. A obra foi publicada originalmente como Saudade (Jambô, 2018), ganhou o troféu Ângelo Agostini, o troféu HQmix e foi finalista do Prêmio Jabuti de literatura na categoria História em quadrinhos. O ilustrador Guilherme Grandizolli aparece na categoria Melhor História Curta com The Lady of the Lake, de Joe S. Farrar; Leonardo Romero, com Birds of Prey, de Kelly Thompson, em Melhor Série Continuada; e Danilo Beyruth, com Deep Cuts, de Kyle Higgins e Joe Clark, em Melhor Antologia. A cerimônia do Prêmio Eisner 2024 ocorrerá no dia 26 de julho, durante a San Diego Comic Con. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Rocco acaba de reforçar a equipe de editores da casa, com a chegada de Lucas de Sena como editor de aquisições, integrando o time liderado por Ana Lima. Editor na Globo Livros nos últimos cinco anos, Lucas foi responsável pelas obras de Valter Hugo Mãe, Aldous Huxley e Ray Bradbury, entre outros. Ele também coordenou os lançamentos da coleção As grandes ideias de todos os tempos, além de ter selecionado e publicado os títulos infantojuvenis da casa. Antes, ele atuou também na Livraria Cultura e na Editora Escala, como editor da revista Conhecimento Prático: Literatura. Já a jornalista Mayra Bragança é a nova assessora de imprensa da HarperCollins e seus selos, depois de um período na Globo Livros. Mayra é formada em Letras Português/Espanhol e em Jornalismo pela UFRJ e tem experiência em assessoria de imprensa editorial, atuando desde 2020 neste mercado. Mayra já integrou a equipe de comunicação/assessoria de imprensa da Ediouro Publicações e da Globo Livros. Na HarperCollins Brasil, ela será responsável pelo relacionamento com jornalistas e influenciadores. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Aqui no Sul, como no resto do país, é digna e respeitável a iniciativa de se incentivar a compra e o prestígio de editoras gaúchas, para a recuperação financeira diante das enchentes. E talvez seja o melhor caminho, discreto e brasileiro (indireto e sedutor), de se dizer, olha, precisamos ajuda também, assim como todos que dependem do mundo físico para sobreviver. Mas vem outra pergunta: peraí, como assim? Uma editora, como um autor, não publica para seu pequeno círculo de amizades, tampouco para uma cidade. Vendemos e publicamos para o Brasil. Estamos ou não num mundo globalizado e sem fronteiras? Este mundo livre para a circulação de capitais, para notícias e ideias? Então precisamos de apelo de capital para todos, mais do que vendas, mais do que leitores, precisamos atenção especial de quem pode de fato alavancar, com qualidade, essa indústria que está na lama marrom. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

O Grupo Editorial Record abriu uma vaga no seu time comercial para o cargo de analista de direito autoral I. O regime é CLT e presencial e os requisitos incluem ensino superior completo em Produção Editorial, Administração ou Direito; Pacote Office intermediário e inglês fluente. A pessoa contratada irá auxiliar em negociações de direitos autorais com agentes literários, autores e editoras, tanto nacionais quanto estrangeiras; elaborar e analisar contratos, bem como aditivos e distratos contratuais; cadastrar e gerenciar contratos de direitos autorais nos sistemas, considerando as datas de renovações; e trabalhar em estreita colaboração com as equipes editoriais, de imprensa, digital, educacional e outros departamentos. Interessados devem se inscrever clicando aqui até 22 de maio.

Nesta quarta (22), o Educativo Flip e a Secretaria Municipal de Educação de Paraty inauguram a Casa Flipeira (Av. José do Patrocínio, nº 93, Ilha das Cobras – Paraty / RJ), um novo espaço de interações multidisciplinares, multimídia e multigeracional e ponto de encontro para o público. O evento inicia às 9h30, com a participação de Simone Mota, autora participante da Flipinha de 2021 e 2022. A ação será fechada para estudantes da Escola Municipal Casa da Criança. Logo depois, às 11h, acontece a cerimônia de abertura do espaço, aberto ao público em geral. Às 16h, está marcada uma mediação leitura e doação de livros, e às 17h, a roda de conversa “Quem é mediador de leitura?”, com Denise Col, coordenadora pedagógica do Educativo Flip. Desde 2003, o Educativo Flip busca criar pontes entre literatura e território, abrindo caminhos para identificar, revelar, valorizar e salvaguardar o patrimônio – material e imaterial – existente em Paraty. Segundo a entidade, em 2024 a Casa Flipeira se materializa como uma nova frente de atuação, conectada às questões do território, com especial atenção aos educadores da rede municipal de ensino e aos moradores do bairro Ilha das Cobras e entorno. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Na tarde da segunda-feira (20), a Academia Mineira de Letras elegeu como novo integrante Ricardo Aleixo – poeta, escritor, pesquisador de literaturas e artista visual, que ocupará a cadeira de número 31. Segundo a comissão de apuração da AML, formada pela vice-presidente, Antonieta Cunha, o secretário-geral, J. D. Vital, e os acadêmicos Caio Boschi e Rogério Faria Tavares, o poeta disputou a cadeira com outros 12 candidatos e foi eleito pela maioria, com 31 votos, em um total de 33. O presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão, deu uma declaração de boas-vindas ao poeta: “Ricardo Aleixo é sem dúvida uma das vozes mais potentes e originais da poesia contemporânea. Ao aliar o ritmo do corpo ao da fala obtém resultados de um rigor poético destacável, o que se mostra presente também em sua prosa. Seu ingresso na Academia Mineira de Letras é por nós todos com alegria celebrado”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Depois de seis anos da última edição, o festival Yesu Luso – Teatro e Outras Expressões Lusófonas ganha sua 4ª edição em São Paulo no Sesc 14 Bis (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo / SP), entre os dias 22 e 31 de maio. A programação conta com três espetáculos e dois bate-papos e tem o tema “Oralidade e Expressão Oral”. Com curadoria da atriz brasileira Arieta Corrêa e do produtor português Pedro Santos, o Yesu Luso surgiu em 2015, na forma de um projeto-piloto no Sesc Bom Retiro, e sua última edição aconteceu em 2018. Desde então, os idealizadores têm lutado para tornar o festival uma programação permanente na cidade. O nome do evento é derivado de um dialeto moçambicano, no qual o termo “yesu” significa “nosso”; já a palavra “luso” é usada em referência ao próprio idioma. A primeira atração do festival é a performance O telhado do mundo, um encontro entre o escritor angolano Ondjaki, o pianista português Filipe Raposo e o artista visual português António Jorge Gonçalves. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A percepção sensível de um psicodramatista maduro trabalhando com o tema na clínica por décadas vai além da neurociência e da psicanálise, no caminho distinto do que tem sido escrito sobre os sonhos. Na obra O sonho como resistência (Ágora, 104 pp, R$ 49,50), Devanir Merengué parte de quatro tópicos estabelecidos: a estética, a ética, a resistência e a criação. Ao descrever os sonhos e sua construção, aponta a questão da moral e da ética lá presentes, contrapõe sonho e o neoliberalismo e, por fim, indica a criação como a saída pessoal e coletiva. A possibilidade libertária dos sonhos atravessa todo o texto como brecha para a transformação. Ao lidar com relatos fascinantes, capazes de entregar histórias íntimas e reveladoras, Devanir Merengué identificou o quanto o sonho carrega de experiências para além do real e da consciência. A obra atende ao leitor leigo, como porta de entrada no assunto, com uma bibliografia que possibilita o aprofundamento, e para o profissional terapeuta como um modo crítico de compreender a experiência onírica, mas, sobretudo, para o psicodramatista, como leitura inusitada do tema.

Sobreviver, ou mesmo escapar de um relacionamento tóxico, muitas vezes pode ser apenas o primeiro passo para a recuperação dos sobreviventes de traumas relacionados a relações abusivas, sejam elas românticas, familiares, profissionais ou com amigos em geral, para que pessoas que passaram por situações semelhantes possam encontrar uma possível solução. Para a maioria das vítimas, há grandes dificuldades para se recuperar dos efeitos colaterais do abuso, como danos à autoestima, sentimentos de raiva e traição e a tendência a punir e/ou culpar a si mesmas. Stephanie Sarkis, Ph.D, especialista em comportamento tóxico, gaslighting, abuso narcisista e distúrbios de personalidade, escreveu Liberte-se de relacionamentos tóxicos (Cultrix, 304 pp, R$ 64,90 – Trad.: Denise de Carvalho Rocha). Sarkis fala não só como se recuperar das relações abusivas, mas também a entender o que define o comportamento tóxico e quais as maneiras de se libertar dele, trazendo dez etapas essenciais, nas quais ela fornece uma estrutura acessível que pode ser aplicada a quem estiver pronto para se curar, entre elas: saber como bloquear ou limitar o contato com a pessoa tóxica; perdoar-se e entender-se como vítima; estabelecer limites; buscar um profissional de saúde mental; reconectar-se com amigos e familiares; fazer trabalho voluntário (para procurar se cercar de pessoas que sejam opostas àquelas com as quais conviveu durante os relacionamentos abusivos), além de prevenir-se e manter-se longe de pessoas tóxicas.

Com o surgimento da era industrial, a sociedade se viu diante de uma perspectiva de progresso ilimitado, com promessas de domínio da natureza e abundância material, além da garantia de liberdade pessoal. A conquista de tanta riqueza e conforto deveria resultar em felicidade irrestrita para todas as pessoas. Hoje sabemos que essa realidade não chegou para todos: a prosperidade econômica está concentrada nas nações ricas, a desigualdade social aumenta cada vez mais e viramos peças na máquina burocrática, influenciados pelo governo, pela indústria e pelos meios de comunicação de massa por eles manipulados. Diante desse cenário, ao explorar a dicotomia entre o modo do ter e o modo do ser, o psicanalista alemão Erich Fromm, um dos maiores expoentes do movimento psicanalista do século 20, leva o leitor a refletir sobre os fundamentos da existência humana e nos incita a repensar nossas prioridades e a nos reconectar com nossa essência mais profunda. Em Ter ou ser? (Paidós, 256 pp, R$ 62,90 - Trad.: Diego Franco Gonçales), Fromm faz uma original investigação das complexidades da natureza humana, questionando os valores que orientam nossa vida e as motivações por trás das escolhas individuais e coletivas.

Em Sobre desistir (Ubu, 160 pp, R$ 59,90 – Trad.: Breno Longhi), o psicanalista Adam Phillips explora a desistência em suas inúmeras facetas – a renúncia, o abandono, o sacrifício, a interrupção –, recorrendo a exemplos da vida cotidiana, da literatura, da filosofia e da teoria e clínica psicanalíticas para destacar tanto o aspecto admirável como o perturbador desse ato ainda pouco estudado. O autor interpreta o ato de desistir como uma barganha entre diferentes desejos, argumentando que “há sempre uma negociação imaginária em curso: ao abrir mão de alguma coisa, abre-se espaço para outra”. Se é esse o caso, por que tanta aversão à desistência? Analisando a obra de autores como Kafka, Shakespeare, Nietzsche e Freud, o autor desvela a ambivalência inerente à busca da satisfação de nossos desejos e como a noção de desistir pode revelar nossa complexidade emocional e moral. Escrito na prosa envolvente que se tornou a marca registrada do autor, Sobre desistir é uma exploração provocativa que presenteia os leitores com reflexões que ecoam muito além das páginas, desafiando-os a repensar o que significa, verdadeiramente, desistir de certas coisas, e em nome de que desistimos – ou nos recusamos a desistir.

Viagens oníricas: uma (re)introdução ao seu mundo dos sonhos (Edições Fuinha, 96 pp, R$ 29,90) é o primeiro título da Coleção Entusiastas, pelo autor Rodrigo Ortiz Vinholo. O livro tem como proposta de explorar temas não convencionais e estimular a curiosidade intelectual dos leitores. Neste trabalho, Vinholo oferece uma exploração fascinante e acessível do universo dos sonhos, discutindo sua importância psicológica e cultural sem recorrer a jargões. Viagens oníricas propõe uma maneira de entender os sonhos, não apenas como reflexos noturnos da mente, mas como ferramentas de autoconhecimento e criatividade. Destinado a um público amplo que inclui entusiastas de fenômenos psíquicos, curiosos sobre a mente humana e leitores em busca de uma literatura que funde o informativo ao lúdico, este livro é um convite para transformar a maneira como o leitor interpreta suas experiências oníricas. Rodrigo Ortiz Vinholo, conhecido por sua escrita que conecta o cotidiano ao extraordinário, traz sua experiência como publicitário, jornalista e editor.