O ano de 2022 foi cheio de movimentações no que diz respeito à operação da Storytel no Brasil. A empresa global de entretenimento em áudio diminuiu sua equipe no país e decidiu reformular sua estratégia para o próximo ano. Para 2023, o planejamento da plataforma passa por criar novas parcerias locais e aumentar o foco na experiência do assinante, com um catálogo "rico e acessível para novas audiências". Mariana Rolier, Publishing Manager da Storytel, fala sobre as expectativas para o próximo ano em nota ao PublishNews: "Estamos animados em oferecer para nossos assinantes histórias incríveis. Originais exclusivos de grandes autores como Augusto Cury, Paulo Lins, Audrey Furlaneto, Babi Dewet e Érica Imenes estão em nossa programação, assim como bestsellers que terão a sua primeira versão em áudio dos autores Raphael Draccon, Ziraldo e Ruth Rocha, além de filmes que serão adaptados para audiodramas, como nosso próximo lançamento em parceria com a Conspiração Filmes, Kardec, baseado no filme de Wagner de Assis." No geral, fantasia, romances e YA continuam como as categorias mais populares entre os assinantes da Storytel no Brasil em 2022. Títulos de catálogo tambem se tornaram grandes queridinhos do público. Segundo dados da empresa sueca, cerca de 70% dos audiolivros consumidos na plataforma são lançamentos com mais de um ano no mercado editorial. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Mesmo coincidindo com a 20ª edição da Flip, a cerimônia de premiação da 64ª edição do Prêmio Jabuti, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) no último dia 24, bateu recorde de audiência na transmissão. O prêmio contou com 52,3 mil pessoas acompanhando a cerimônia pela internet no canal da CBL no YouTube e também, pela primeira vez, através do TikTok do Prêmio Jabuti. O evento, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, somente para convidados, contou com 511 pessoas assistindo a cerimônia no local. O prêmio teve o livro Também guardamos pedras aqui, da autora Luiza Romão e publicado pela editora Nós, eleito como o Livro do Ano 2022. Outras obras também foram premiadas em 20 categorias divididas em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.

A palavra vender, para os escritores, é comumente evitada, porque vender livros é, naturalmente, uma ação comercial, e o termo comercial tira a literatura da esfera do sagrado, da ideia do escritor distante, um ser iluminado e numa torre de marfim. Mas não é isso que de fato precisamos? Explico. Em Profanações, Giorgio Agamben fala que profanar significa tirar da espera do sagrado e trazer para o cotidiano, o uso comum. E isso não é maravilhoso? Por muito tempo, a escrita e a leitura foram consideradas elitistas, para poucas pessoas. Mas profanar, ou seja, naturalizar esses processos só contribui para a acessibilidade do livro e da formação leitora. Eu, como escritora, também já evitei a palavra vender. Como eu poderia concordar em profanar algo sagrado como os (meus) livros? Algo que tanto valorizo? Mas foi Agamben que me abriu os olhos para entender que profanar é tornar acessível. E passei a perceber que vender livros não precisa ser visto com maus olhos. Clique no Leia mais para ler a coluna na íntegra.

O escritório em Paris da empresa europeia de publicação digital Bookwire GmbH anunciou nesta terça-feira (29) uma parceria estratégica com a Banijay Kids & Family, uma companhia da indústria do entretenimento infantil. A colaboração será para produzir e distribuir conteúdo em áudio, baseado na seleção material intelectual da Banijay e focando na alta qualidade. A produção será distribuída para todas as plataformas de áudio, de bibliotecas e de streaming de música. Inicialmente produzidos em francês no início de 2023, os audiolivros estarão disponíveis em vários idiomas e serão distribuídos mundialmente pela Bookwire. “Nossos serviços, incluindo a solução de produção WAY e o Bookwire OS, tornaram-se o padrão do mercado global nos últimos anos, graças ao grande comprometimento de nossa equipe e investimentos consistentes. Nossa ambição na França é abrir novas oportunidades de áudio para todos os editores do mercado. Oferecemos um serviço completo de áudio em 360°, desde a produção até a distribuição e o marketing, permitindo assim que cada editora lance e distribua seus próprios títulos de áudio”, diz Anne-Laure Gonet, gerente da Bookwire na França, em nota. O próximo passo da companhia é atingir players fora do mundo editorial. Clique em Leia mais e confira a nota completa.

A HarperCollins Brasil está em busca de um novo vendedor. É esperado que o candidato tenha um perfil criativo, analítico, comunicativo e dinâmico, pois será uma figura fundamental para a relação do grupo com seus clientes. O vendedor ficará responsável pela gestão de consignações, visitas presenciais a clientes, além de análise do desempenho deles, elaboração de ações comerciais e de divulgação e realização de treinamentos em livrarias e distribuidores. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Disal Distribuidora abriu vagas para auxiliar de logística. A empresa pede que os candidatos tenham experiência mínima de seis meses nas áreas de logística e expedição, ensino médio completo e disponibilidade para início imediato. Conhecimento em WMS será um diferencial. Dentre as principais funções do cargo estão a separação de pedidos, reposição de materiais nas prateleiras, organização do estoque, acesso ao sistema integrado para consulta de livros disponíveis no estoque, empacotamento de livros e recebimento e conferência de pedidos e material. Os interessados devem enviar currículos ao e-mail rh@disal.com.br com o título Auxiliar de logística.

Com o tema “Ficções e fabulações afro atlânticas”, o Museu do Amanhã (Praça Mauá, 1 - Rio de Janeiro / RJ) realiza hoje (29), das 19h às 21h, uma mesa redonda que contará com a presença da escritora e professora americana Saidiya Hartman. Convidada especial da Flip de 2022, suas principais obras são os livros Perder a mãe - Uma jornada pela rota atlântica da escravidão (Bazar do Tempo) e Vidas rebeldes, belos experimentos (Fósforo). Ela divide a mesa com Eliana Alves Cruz, autora brasileira que também esteve em Paraty. O evento é gratuito e aberto ao público. O encontro tecerá discussões e reflexões sobre as diversas experiências da diáspora que ocorrem com corpos negros e como a escrita se transforma em um instrumento de resgate das narrativas encobertas pelo colonialismo. A mesa terá tradução simultânea do inglês para o português e transmissão pelo YouTube do Museu do Amanhã e contará com uma sessão de autógrafos depois da discussão. As inscrições para participar presencialmente deverão ser realizadas a partir do site da Eventim. O evento é uma realização do Museu do Amanhã em parceria com as editoras Bazar do Tempo, Crocodilo e Fósforo, com apoio do Consulado Geral dos EUA da América e Instituto Ibirapitanga.

Começa nesta terça-feira (29) a 3ª Jornada da Leitura no Cárcere. Gratuito e on-line, o evento de três dias abordará projetos de leitura na prisão e a redução da pena por livros lidos. Escritores e especialistas devem mostrar, em mais de 20 conferências, como vencer o desafio de formar leitores em situações adversas. Um dos destaques do evento será o painel com juízes que estão praticando em suas comarcas a resolução 391, que reconhece o direito à remição de pena por meio de práticas sociais educativas em unidades de privação de liberdade. O público-alvo da Jornada inclui bibliotecários e profissionais de biblioteca, assistentes sociais, biblioterapeutas, agentes penitenciários, educadores, profissionais da área da justiça, pedagogos, egressos do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade. A iniciativa da Jornada da Leitura no Cárcere é do Observatório do Livro.

Começa nesta terça-feira (29) a 2ª Festa do Livro na UFF (Fluff), um evento organizado pela Editora da Universidade Federal Fluminense (Eduff) em parceria com a Consequência Editora. A edição de 2022, que teve uma pausa de dois anos por conta da pandemia da Covid-19, traz como tema "Democracia e Conhecimento", acontece das 9h às 20h e vai reunir 25 editoras no Campus da UFF no Gragoatá (Rua Alexandre Moura, 8 – Niterói / RJ), com livros com descontos de até 50%. A entrada é gratuita. Além das organizadoras, a 2ª Fluff conta com a participação de Ateliê Editorial, Editora 34, Malê, Editora FGV, Editora Unesp, Kotter Editorial, Editora UFRJ, L&PM Editores, Record, Rocco, Perspectiva e Editora Vozes, entre outras. Durante os três dias de evento, todos os livros da Eduff serão vendidos com descontos de 50%, incluindo clássicos da Editora e os lançamentos mais recentes. Para mais informações, clique aqui. Clique no Leia mais para conferir a nota na íntegra.

O curso Marketing 360 graus para o mercado editorial (EAD) está com as inscrições abertas para sua nova turma. As aulas serão ministradas por Bruno Zolotar, profissional de marketing com mais de 30 anos de experiência na área, sendo 14 anos no mercado editorial. Ele é formado em Publicidade pela Universidade Federal Fluminense com especialização em Marketing, Mercado Editorial e Gestão de Empresas. O curso acontece de maneira online entre os dias 2 de dezembro e 10 de março de 2023. Entre os assuntos que serão tratados nas aulas, introdução ao marketing, análises de números do mercado atual, público-alvo, o papel do editorial no marketing, preço e distribuição do livro, estratégias, trade marketing, plataformas de comunicação e assessoria de imprensa, eventos e marketing digital. O investimento com desconto é de R$416,00 (valor único) que pode ser pago em até 6 parcelas no cartão de crédito (6x R$69,33), à vista no boleto até 25/11 ou via PIX até 02/12/2022. Para mais informações sobre o curso, clique aqui.

Condensando em uma novela toda a expressividade de seus grandes romances, esta é possivelmente a mais emblemática das narrativas curtas de Dostoiévski. Figura memorável tal qual Hamlet e Quixote, o “homem do subsolo” brota de criações da juventude do autor para posteriormente florescer em personagens como Raskólnikov (Crime e Castigo) e Stavróguin (Os demônios). Tendo “a excepcional infelicidade de habitar São Petersburgo, a cidade mais abstrata e premeditada de todo o globo terrestre”, o “homem do subsolo” zomba do “belo e sublime” ao empreender um dilacerante desnudamento das entranhas de sua alma. Marco não apenas na trajetória de Dostoiévski, como na própria literatura universal, Memórias do subsolo (Todavia, 200 pp, R$ 59,90 - Trad.: Irineu Franco Perpetuo) abre caminho para os grandes romances da maturidade do autor. No panorama literário global, parece antecipar os abismos e paradoxos da melhor literatura da modernidade. Esta edição conta com ensaio de Tzvetan Todorov sobre essa obra-prima dostoievskiana.

Um dos raros autores falantes de francês a escolher o Brasil como interlocutor foi Tierno Monénembo, nascido na Guiné. Ele escreveu oito livros ao todo e foi premiado com o prêmio Renaudot de 2008 por O rei de Kahel. Lançado em nova edição, ele escreve em seu livro Pelourinho (Nós, 192 pp, R$ 70, Trad.: Mirella do Carmo Botaro) sobre a história afro-brasileira, fundada no tráfico e na escravidão, sendo esse o tema central de seu romance. Originalmente lançado em 1995, o romance coloca agora também à disposição do público brasileiro o radical deslocamento de perspectivas que o celebrado escritor guineano opera em seus caminhos transatlânticos, já que aqui é a África que se volta à diáspora em busca de sua ancestralidade.

A segunda espada: uma história de maio (Estação Liberdade, 176 pp, R$ 56 – Trad.: Luis S. Krausz) é a primeira publicação literária de Peter Handke após receber o Prêmio Nobel de Literatura 2019. Foi aguardada com grande expectativa, sobretudo porque a laureação do autor fez crescer a controvérsia envolvendo seu nome e as guerras na antiga Iugoslávia. O livro não trata dessa polêmica diretamente, mas, por abordar uma vingança contra uma pessoa da imprensa, há quem diga que o texto é uma “alfinetada” da literatura em certo tipo de jornalismo que insiste em alimentar sensacionalismos. Romance fora dos padrões e das convenções, e por isso handkeano por excelência, A segunda espada tem um “herói” que abre sua história reconhecendo no espelho diante de si a imagem de um vingador. Esse narrador em primeira pessoa, então, se propõe a vingar sua mãe, acusada por pessoa da imprensa, em um artigo de jornal, de simpatias nazistas. O que ocorrerá com esse projeto de vingança é um biombo para — como sempre em Handke — colocar em cena o ato da escrita. Seja pela tensão narrativa ou por outras questões estéticas, o fato é que sua campanha vingativa está o tempo todo em digressão.

Numa cidadezinha do sul dos Estados Unidos, no final dos anos 1930, os efeitos da Grande Depressão ainda se fazem sentir, ainda mais para pessoas que vivem na margem da sociedade. Personagens como Biff Brannon, dono do restaurante que nunca fecha na cidade; a garota Mick, forçada a passar abruptamente da infância à idade adulta; o agitador marxista Jake Blount; o médico negro Benedict Copeland, que atende de graça os pacientes pobres e luta pela emancipação racial, enfrentam, além da carência material, o flagelo da solidão e da incomunicabilidade. O centro da narrativa, em que cada capítulo assume o ponto de vista de um personagem, é o mudo John Singer, um homem triste e solitário, que por sua serenidade enigmática é visto como um santo pela comunidade. Foi publicado primeiramente em 1940, quando a autora tinha apenas 23 anos, e obteve reconhecimento imediato. O romance O coração é um caçador solitário (Carambaia, 368 pp, R$ 129,90, Trad.: Rosaura Eichenberg) foi adaptado para o cinema em 1968 pelo diretor Robert Ellis Miller e publicado no Brasil, com outra tradução, nos anos 80. Eleito pela revista Time um dos melhores romances em língua inglesa dos últimos oitenta anos.