Em seu segundo dia, a 29ª Convenção Nacional de Livrarias (28 e 29/08) terá a participação do economista Pedro Malan, que dará a palestra Uma certa ideia de Brasil: entre o passado e o futuro. Pedro foi ministro da Fazenda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, presidiu o Banco Central na implementação do Plano Real e foi o negociador responsável pela reestruturação da dívida externa brasileira no início da década de 1990. Atualmente é membro de conselhos de empresas no Brasil e no exterior e professor do Departamento de Economia da PUC-Rio. No primeiro dia, a 29ª Convenção Nacional de Livrarias abrirá com o francês Roger Chartier que falará sobre as novas formas de leitura. Com o tema A livraria sustentável, a prioridade do evento é impulsionar a troca de informações para fortalecer e aprofundar a discussão sobre os desafios do presente e as estratégias criativas para o futuro do varejo do livro no Brasil. O evento que antecede a abertura oficial da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro (30/08 a 08/09) acontece no Hotel Windsor (Av. Lúcio Costa, 2.630, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro / RJ). Para se inscrever é só clicar aqui, lembrando que visando a participação do livreiro independente, este ano, há descontos para micro empresas e para micro empreendedores individuais (MEIs).

Com a abertura das inscrições do maior prêmio do livro brasileiro, o Jabuti, nada mais saudável do que recordar a importância não de prêmios, mas da Literatura. Os prêmios são apenas a curadoria de uma amostra, daquilo que vale muito a pena observar e absorver do conjunto da produção editorial do país. Todo mundo entende o conceito de que a atividade de leitura é muito necessária, que ela se relaciona diretamente com a educação das pessoas em todas as áreas, que desenvolve o pensamento crítico etc. Nosso desafio é grande. Todavia, agora, já temos inclusive dados relacionados ao tema. Como o percentual de não leitores no Brasil é enorme, 44% da população, é sobre essa parcela que decidi trazer algumas ideias para debater, porque é onde há oportunidades de integrar pessoas e entender onde erramos enquanto sociedade nas políticas de formação de leitores. Do total de entrevistados pela pesquisa Retratos da Leitura, 67% disseram que ninguém os influenciou a gostar de literatura e 72% dos entrevistados afirmaram que entendem que a leitura traz conhecimento e crescimento pessoal e profissional. Se 72% das pessoas enxergam um caráter utilitário associado à literatura, por que há tantos não leitores? Neste artigo, Pedro Almeida busca dar respostas a essa pergunta. Clique no Leia Mais e confira a íntegra do texto.

A Carochinha, editora especializada na publicação de livros infantis, adquiriu os direitos de três obras de editoras portuguesas. O primeiro deles é Impossível, livro escrito e ilustrado pela premiada escritora e ilustradora Catarina Sobral (foto ao lado). A obra que conta a história da origem do Universo, vista bem de perto, será o segundo lançamento da autora a entrar no catálogo da Carochinha, que publicou Tão tão grande em fevereiro de 2019. Outro livro que vem por aí é Corações aos milhões, escrito por Joana Lopes e ilustrado por Catarina Correia Marques. A obra ajuda os leitores a entenderem o que é o coração, aprenderem a “pensar” e a se deixarem levar por ele. A terceira obra é O secador de livros, escrita pela jornalista e tradutora Carla Maia de Almeida e ilustrada por Sebastião Peixoto. Um livro sobre livros, mas também sobre as relações familiares, que conta a história dos Bronca, uma peculiar família apaixonada por livros. Os títulos devem ser lançados no primeiro semestre de 2020.

Começa nesta quarta-feira (19) o Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) que terá como homenageados Machado de Assis e Valter Hugo Mãe. Dentro da programação, acontece nesta quinta-feira (20) um workshop para autores independentes realizado pelo KDP, plataforma de autopublicação da Amazon. O encontro será conduzido por Talita Taliberti, gerente de KDP, que apresentará aos participantes um panorama geral da ferramenta, ensinando-os como utilizá-la para publicarem seus livros por conta própria e quais as vantagens para escritores, e ainda receberão algumas dicas de como impulsionar sua carreira de autor independente. Gisele Mirabai, autora de Machamba, obra vencedora da 1ª edição do Prêmio Kindle de Literatura e finalista do Prêmio Jabuti 2018, também estará presente, contando sobre sua experiência com o KDP e sua trajetória de escritora. A 8ª edição do Fliaraxá reunirá mais de cem autores e autoras no Tauá Grande Hotel e Thermas de Araxá e a sua programação segue até o dia 23 de junho.

Logo mais, às 18h, o Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 294 - São Paulo / USP) recebe o lançamento do livro A Nova Ordem (Alameda Casa Editorial, 180 pp, R$ 46), do escritor e professor aposentado da ECA-USP Bernardo Kucinski. A sexta obra de ficção do autor é uma distopia que faz alusão ao atual governo brasileiro. A “nova ordem” instaurada no Brasil fictício decreta a Nova Ordem do Impresso, o qual estabelece a proibição da edição e venda de livros sem a aprovação do Departamento de Preservação de Valores da Nova Ordem (Deprevano). Assim, em meio as pilhas de livros, a personagem Angelino, um ex-engenheiro que se torna catador, convive com flashes de lucidez em meio à monstruosidade ascendente da nova realidade. Na obra, a insanidade e o grau de desumanização daqueles que comandam a “nova ordem” é de tal magnitude que a sociedade anestesiada não consegue acreditar no que vê e, da mesma forma, não sabe como reagir. O inimigo principal são os “utopistas” e todos portadores de pensamento crítico. O lançamento contará também com um debate com a participação do autor, de Ênio Squeff e Joana Monteleone.

As poetas Anna Maria Melo e Sofia Mathias não se conheciam, mas, viviam, cada uma ao seu modo e no seu tempo, dores que marcaram o fim de ciclos. Uma passando por um momento de dor e de superação de uma doença. A outra internalizando o fim de um relacionamento. Mesmo sem se conhecerem, choravam as mesmas lágrimas, falavam uma única língua e transformaram todo esse momento em poesia. Mais tarde se conheceram e reuniram seus textos no livro Da janela (Oficina Raquel, 72 pp, R$ 30) que tem lançamento marcado para logo mais, às 19h, na Casa de Cultura Carlos e Diva Pinho (Rua Almirante Pereira Guimarães, 314 Pacaembu - São Paulo / SP).

Junho é conhecido como o mês do orgulho LGBT+ tanto no Brasil, quanto em outros países. No Brasil, o marco foi a primeira edição da Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo, que aconteceu em junho de 1997. Naquele ano, a Avenida Paulista recebeu cerca de dois mil gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e ativistas – além dos outros gêneros e sexualidades que a sigla engloba – para celebrar o orgulho de pertencer a essa comunidade e para protestar contra o preconceito. Neste próximo domingo (23), o mesmo endereço deve receber mais de três milhões de pessoas. A Casa das Rosas (Av. Paulista, 97 – São Paulo / SP) também aderiu à manifestação e realiza neste sábado (22), às 19h, o Sarau Bixaria Literária: Especial Drag Queens, organizado pelo Coletivo Bixa Pare. A participação no evento é livre, gratuita e aberta ao público. O Sarau LGBT+ de microperformances do Coletivo volta à Casa, dessa vez para celebrar a arte drag. Apresentada por Melissa Babalu, esta edição conta com Alicia Glass, Katrina Acalanto, Lilly Kodak, Mustasha, Tina di Castro e Treva e um pocket-show da Banda 2de1.

Quando Gregor Samsa, certa manhã, acordou de sonhos intranquilos, tudo mudou. Não só em sua vida, mas no mundo. Ao se encontrar metamorfoseado em um inseto monstruoso, Gregor acompanha as reações de sua família ao perceberem o estranho ser em que ele se tornou. E, enquanto luta para se manter vivo e entender a sua nova realidade, reflete sobre o comportamento de seus pais, de sua irmã e de seu chefe, e de forma ainda mais angustiante, pensa na própria vida até então. A Metamorfose (Antofágica, 232 pp, R$ 49,90), pequena novela de Franz Kafka, lançada em 1915, revolucionou a literatura e as artes. De forma agressiva, acessível e inovadora, tornou-se um dos mais importantes e difundidos textos da história. Além de tradução inédita feita por Petê Rissatti, essa nova edição traz 93 ilustrações exclusivas, por meio das quais o artista e escritor Lourenço Mutarelli interpreta o processo de transformação de Gregor.

Considerado o livro mais misterioso e autobiográfico de Clarice, Água viva (Rocco, 224 pp, R$ 64,90) saiu do prelo em 1973. Mas somente na década de 1980, após a morte da autora, veio a público o fato de a obra ter sido intitulada, originalmente, Objeto gritante. A descoberta se deu graças à tarefa de pesquisadores mergulhados no Arquivo Clarice Lispector da Fundação Casa de Rui Barbosa, que guarda manuscritos, datiloscritos, documentos diversos e fotografias da escritora. Com este pequeno grande livro, Clarice Lispector conseguiu a façanha de descobrir um jeito transformador de escrever sobre si mesma. Um triunfo tão desconcertante que despertou assombro semelhante ao que a jovem autora provocara com sua estreia na ficção, o romance Perto do coração selvagem, de 1943. Um livro refundador da literatura e da própria Clarice, apontam alguns estudiosos da obra da autora. Organizado e prefaciado pelo crítico e pesquisador Pedro Karp Vasquez e com concepção visual e projeto gráfico de Izabel Barreto, este volume apresenta, além da íntegra dos datiloscritos de Objeto gritante, um caderno de ensaios.

Em Efeito Lilith (Tordesilhas, 236 pp, R$ 39,90), a autora Maína Mello associa seus conhecimentos astrológicos à ficção nesta novela sobre um triângulo amoroso incontornável. A obra conta a história de Ana, uma mulher que se entrega ao desejo de forma libertária, como uma Lilith do século 21. Apaixonada pelo melhor amigo de seu namorado, a protagonista vive uma história atormentada de amor, traição e culpa. Para entender seus impulsos, se aprofunda no estudo sobre Lilith – um dos mais antigos mitos ocidentais – o demônio feminino de longos cabelos, espírito livre que a desequilibra, mas que também poderá lhe trazer confiança e poder. Como a primeira mulher de Adão, criada antes de Eva, Lilith também teria sido insuflada à vida pelo sopro de Deus, mas se rebelou contra o companheiro, que não a reconhecia como igual. A personagem Ana também mergulha no caos, ao transgredir o que ela mesmo havia traçado para sua vida.