A deputada Maria do Rosário (PT/RS) apresentou, nesta terça-feira (12), o seu relatório dando parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 7.725 / 2017, que quer instituir a Política Nacional de Leitura e Escrita no Brasil. A Lei Castilho, como ficou conhecido o PL, está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sua última instância no Parlamento antes de seguir para a sanção presidencial. Em seu relatório, a deputada aponta que a Lei Castilho é “importante política que busca preencher uma lacuna legislativa sobre estímulo à leitura e a escrita, importantes competências educacionais que de modo surpreendente ainda não teve a atenção merecida pelo Poder Público”. Argumenta ainda que o “projeto pretende fortalecer o sistema de bibliotecas de acesso ao público, articular as políticas de estímulo à leitura ao conhecimento, às tecnologias e ao desenvolvimento educacional, cultural e social do País, também visa dar o devido reconhecimento as cadeias criativa, produtiva, distributiva e mediadora do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das bibliotecas como integrantes fundamentais e dinamizadoras da economia criativa”. E conclui dizendo que o PL, “mais do que tratar de educação, trata em verdade de realizar e concretizar importantes valores consagrados na Constituição Federal, nosso contrato social fundamental”. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta notícia.

A Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) reuniu essa semana seus votantes no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e escolheu os melhores de 2017 nas seguintes categorias: Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Erudita, Música Popular, Rádio, Teatro, Teatro Infantil e Televisão. Em Literatura, a Editora Zahar ganhou o Grande Prêmio da Crítica pelos 60 anos de publicações pioneiras e relevantes no campo das ciências humanas. Em Romance/Novela, o vencedor foi o livro Nunca houve tanto fim como agora (Record), de Evandro Affonso Ferreira; e em Ensaio/Teoria e/ou Crítica Literária/ Reportagem, quem levou foi a obra Raízes do conservadorismo brasileiro (Civilização Brasileira), de Juremir Machado da Silva. Calu: uma menina cheia de história (Malê), de Cássia Valle e Luciana Palmeira, com ilustrações de Maria Chantal, ganhou na categoria Infantil/Juvenil; em Poesia o vencedor foi o livro Dia bonito para chover (Malê), de Lívia Natália; e em Contos e Crônicas, o premiado foi Anjo Noturno (Companhia das Letras), de Sérgio Sant’Anna. Guilherme Gontijo Flores ganhou na categoria Tradução, com a obra Fragmentos completos (Editora 34), de Safo; e em Biografia/Autobiografia/Memória, quem levou a melhor foi a obra Lima Barreto: Triste visionário (Companhia das Letras), de Lilia Moritz Schwarcz. Todas essas categorias foram votadas por Amilton Pinheiro, Gabriel Kwak, Felipe Franco Munhoz e Ubiratan Brasil.

Todos os anos, a Jornada Profissional antecede a Feira do Livro de Buenos Aires. Nesse ano, o evento reuniu mais de 12 mil figuras líderes do mundo editorial que participaram de encontros, debates e rodadas de negócios. Foram profissionais de 30 países, dentre eles Brasil, Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e México. A edição de 2018 já tem data definida: acontece entre os dias 24 e 26 de abril. Profissionais do livro que queiram participar do evento têm até o próximo dia 29 para se inscrever gratuitamente no evento. Para inscrições e mais informações é só clicar aqui.

Pelo segundo ano, a Saraiva abriu votação para os “Destaques do Ano”, em que o público pode escolher os seus livros e autores favoritos de 2017 em nove categorias. Entre as categorias estão melhor adaptação para o cinema; autor(a) de ficção; autor(a) de não ficção; autor(a) revelação; biografia; edição; livro de influenciador, personagem e livro do ano. Após a divulgação dos resultados, que exibirá os títulos e autores mais votados em cada categoria, as obras eleitas como favoritas receberão o selo “Vencedor Destaques do Ano Saraiva 2017” no e-commerce da rede e ganharão também exposição diferenciada nas lojas físicas do Brasil. No hotsite ainda é possível conferir uma homenagem especial feita para Jô Soares. A votação pode ser feita até o dia 19 clicando aqui.

Até o dia 31 de outubro, mais de 1.500 autores, de todos os estados brasileiros, submeteram mais de 1.700 romances inéditos através do Kindle Direct Publishing (KDP) para a segunda edição do Prêmio Kindle de Literatura, que já divulgou os seus cinco finalistas. Ainda concorrem pelo prêmio as obras Amarga neblina, de Fernanda Mellvee; Entre pontos, de J. L. Amaral; Nova Jaguaruara, de Mauro Lopes; O memorial do desterro, de Mauro Maciel, e Pelos caminhos do tempo, de Barbara Nonato. O vencedor, que será anunciado em janeiro, receberá um prêmio de R$ 30 mil e terá a oportunidade assinar um contrato com a editora Nova Fronteira para a versão impressa do livro. Todas as obras inscritas podem ser encontradas clicando aqui.

Estão abertas as inscrições para a 5ª edição do CopyrightX, curso de direitos autorais gratuito, fruto da parceria entre a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). O curso, que começa no dia 24 de janeiro e terá três meses de duração, será oferecido por meio de duas aulas on line por semana. Uma das aulas semanais será ministrada pelo professor William Fisher, da Faculdade de Direito de Harvard, e a outra, ao vivo, pelo time de professores da faculdade de Direito da Uerj e do ITS Rio, que inclui Ronaldo Lemos, Sérgio Branco e Carlos Affonso Pereira, com extensa pesquisa na área de propriedade intelectual. Os alunos terão a oportunidade de realizar um exame final em inglês e os aprovados receberão certificado assinado pela Harvard Law School. As inscrições estão abertas para qualquer pessoa acima de 18 anos, com fluência comprovada em inglês e interesse pelas temáticas de direito autoral.

A Biblioteca Pública do Paraná (BPP - Rua Cândido Lopes, 133, Centro - Curitiba / PR) realiza nesta quinta (14), o lançamento do livro Contos de Natal, que reúne 12 textos vencedores do 1ª Concurso Literário dos Estabelecimentos Penais do Estado do Paraná. Os participantes privados de liberdade que participaram desta coletânea fazem parte do programa de remição de pena. Ao todo, foram analisados 610 textos. A comissão julgadora, que contou com membros de cada uma das instituições parceiras responsáveis pela elaboração desta obra, foi composta por Agda Cristina Ultchak e Carmen Regina Tedeschi, ambas do Departamento Penitenciário do Paraná, Edilson Gomes Costa, da Secretaria de Estado da Educação, Rosane Mello Santo Nicola, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Nilson Monteiro, da Academia Paranaense de Letras, Luiz Rebinski, da BPP, e Murilo Coelho, da Fundação Cultural de Curitiba. Além dessas instituições, diversos professores do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) integraram comissões regionais para a seleção inicial do conteúdo. O evento acontece às 15h, no hall térreo, com entrada gratuita.

Com o tema A literatura & outros saberes, o Festival Literário de Poços de Caldas, o Flipoços, já anunciou alguns dos convidados da 13ª edição, que acontece entre os dias 28 de abril e 6 de maio de 2018. Entre as mesas inéditas que o festival terá, uma delas tratará sobre velhice, no ciclo Literatura, “Saúde e Bem-Estar”. Já está confirmada também a palestra de Maria Célia de Abreu, que falará sobre o livro Velhice - uma nova paisagem (Ágora Editora). A obra tem prefácio do professor Mário Sérgio Cortella e trata das visões e ideias preconcebidas acerca dos idosos. Além deste ciclo, já está confirmada a palestra com a jornalista Daiana Garbin, o psiquiatra e professor Daniel Martins de Barros e a jornalista Lígia Guerra, que falarão sobre “O papel da literatura como aliada ao bem-estar e à saúde”. Pautado pela diversidade de temas e pluralidade de convidados, em 2018 o festival terá mesas que vão discutir literatura e política, bem-estar, literatura indígena, literatura e jazz, literatura marginal e periférica, com a presença já confirmada do rapper Dexter para um show no Encontro de Hip-Hop e Arte da Periferia. Também já estão confirmados os autores Walter Macedo, Lucão e Chiu Yi Chih.

A jornalista e pesquisadora Jéssica Balbino foi premiada pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais pelo projeto Margens, que atua na valorização das mulheres na literatura marginal, periférica, saraus e slams no Brasil. A premiação aconteceu por meio do edital Prêmio de Cultura Urbana de Periferia – Canela Fina, que buscou a valorização, divulgação e estímulo à produção dos segmentos da cultura hip-hop nas periferias. Das 72 propostas recebidas, 28 delas foram premiadas. O projeto Margens é resultado da pesquisa de mestrado feita pela jornalista mineira entre 2014 e 2016 na Unicamp e valoriza a participação das mulheres na literatura. Para difusão de conteúdo, ela criou o blog Margens, fez o documentário Pelas margens, já exibido em festivais de cinema e literatura, e vários outros eventos. A iniciativa contou também com um mapeamento de mulheres que escrevem na periferia de todo o país e resultou em um mapa interativo, disponível no blog, onde é possível conferir, identificar e conhecer quem são as autoras da literatura marginal do país. Mais de 400 mulheres responderam ao questionário e participaram da pesquisa. “Quando criei o Margens, sabia que era um projeto inédito. Foi o primeiro blog do país a tratar da literatura marginal/periférica, dos saraus, slams e de toda esta cena que é efervescente e isso somado à produção das mulheres, que é um viés crescente, tenho muito potencial de crescimento e continuidade. É um projeto amplo e que pode ser ainda mais”, destacou Jéssica Balbino.

A edição de dezembro do jornal Cândido, publicado mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná (BPP), celebra os 80 anos de Marina Colasanti, uma das escritoras mais importantes do país, com cinco décadas de vida literária e 60 livros publicados. A autora participou da edição de outubro do projeto Um escritor na biblioteca, conteúdo editado e transcrito na edição, e durante o bate-papo, mediado pelo escritor Miguel Sanches Neto, Marina falou sobre a sua trajetória, produção e afirmou que não se fez leitora, uma vez que leu desde pequena: “Não tenho nenhuma memória de uma vida sem livros”. O especial conta também com um ensaio da professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie Marisa Lajolo, que analisa os principais aspectos da obra de Marina Colasanti e sua multiplicidade de temas e gêneros, do conto à literatura infantojuvenil, incluindo a crônica. “Qualquer que seja o assunto de suas crônicas, o resultado são novos olhos para olharmos o que vemos todos os dias. Saímos da leitura renovados”, escreve Lajolo.

Algumas vezes, o personagem que todo mundo deveria conhecer é justamente aquele que acaba apagado da história. É o caso do português Acácio Nobre, uma figura que sempre esteve muito à frente de seu tempo, considerado o "Leonardo Da Vinci português", e não por acaso teve quase todos os seus rastros destruídos pela ditadura salazarista. Por isso, a escritora e dramaturga portuguesa Patricia Portela, depois de um esforço de 16 anos de pesquisa, conseguiu resgatar grande parte desta trajetória em A coleção privada de Acácio Nobre (Dublinense, 224 pp, R$ 44,90), um livro original e íntimo. Acácio conviveu com Fernando Pessoa, Herman Melville e até Einstein. Construiu quebra-cabeças geométricos, projetou construções impossíveis, inventou o que pode ser o precursor do videogame, envolveu-se nas vanguardas artística e literária e foi, antes de tudo, um notável pensador

Aqui de dentro (Estação Liberdade, 208 pp, R$ 39 – Trad.: Denise Bottmann), o romance evocativo e cortante de Sam Shepard, começa com um homem em sua casa ao amanhecer, cercado de álamos e coiotes uivando ao longe, enquanto percorre em silêncio a distância entre o presente e o passado. É tomado de lembranças, em ondas crescentes: vê-se mentalmente num trailer na locação de uma filmagem, o rosto de sua juventude refletido num espelho cercado de lâmpadas. Em seus sonhos e visões, vê o seu finado pai. Vê sucessivamente a América desaparecida da sua infância - o sítio e as fazendas de engorda de gado, os pátios ferroviários e os restaurantes de estrada - e, presença que mais o persegue, a jovem namorada do pai, com a qual também se envolve, desencadeando uma tragédia que não o abandona mais. A sua complexidade interior se filtra em panoramas montanhosos e desérticos, enquanto percorre o país de carro, movido a jazz, benzedrina, rock and roll e uma inquietação nascida do exílio. O ritmo teatral, a linguagem poética e o humor áspero se combinam nessa reflexão sobre a natureza da experiência, ao mesmo tempo contemplativa, surreal, pungente e inesquecível.

Originalmente lançado em 1963, Cama de gato (Aleph, 280 pp, R$ 44,90), clássico do reverenciado autor Kurt Vonnegut, é uma sátira do homem moderno e de suas loucuras. As desventuras de seu protagonista começam quando ele decide escrever um livro sobre o dia do bombardeio em Hiroshima. Em sua pesquisa sobre o inventor da bomba atômica, o escritor entrevista diversas pessoas que conviveram com o cientista, e essas interações o fazem descobrir histórias e lugares inusitados, e conhecer personagens cômicos. Guiada por uma controversa religião fictícia cheia de ensinamentos sarcásticos, sua narrativa fala sobre moral, ciência, política e o fim do mundo. O humor de Kurt Vonnegut é subversivo e incômodo. Com seu estilo inigualável, ele criou, em Cama de gato, uma peculiar ficção apocalíptica.

Inspirada nos dramas coreanos, Gaby Brandalise escreve Pule, Kim Joo So (Verus / Grupo Editorial Record, 208 pp, R$ 29,90), uma história que lembra as produções televisivas da Coreia do Sul, uma febre em vários lugares do mundo. Fiel à dramaticidade do estilo do K-drama, a autora faz com que os personagens levem o leitor das gargalhadas às lágrimas em questão de linhas. A intenção dela era que os protagonistas não parassem de se mover, como em um roteiro, e as pessoas tivessem a sensação de estar “assistindo ao livro”. Marina vive em Curitiba, atormentada pelas agressões do ex-namorado. So vive em Seul, preso a uma culpa da qual não consegue se livrar. Em mundos tão distantes, mas carregando dores parecidas, a história dos dois vai se cruzar e fazer com que eles finalmente tomem o controle da própria vida, encontrando o ponto de virada que sempre buscaram.

Em Pai, pai (Alfaguara / Companhia das Letras, 256 pp, R$ 29,90), João Silvério Trevisan decide contar, da infância aos dias de hoje, a sua história a partir da relação turbulenta com o pai. João nasceu em Ribeirão Bonito, interior de São Paulo, filho mais velho de uma família de classe média baixa. Desde o início, acompanha a forma rude como o pai José trata sua mãe, de origem mais humilde. É vítima, ainda criança, da violência de José, que não aceita sua natureza de “menino maricas”. Antes de completar 10 anos, João entra num seminário, para escapar do ambiente de casa. “Eu iniciava meu processo de ser outro, um homem, sem deixar de ser o mesmo filho de José, o cachaceiro”, diz no livro. Depois de abandonar o seminário, ele busca sua liberdade, e deixa o Brasil da ditadura para conhecer o mundo. Atravessa graves momentos políticos na América Latina e vivencia a contracultura nos EUA. Mergulha na escrita e nas artes. Mas a sombra do pai continuará sempre consigo. Mesclando passado e presente, análises pessoais e referências culturais, Trevisan compõe um painel inesquecível da relação tumultuosa entre pai e filho.