“O passado, o presente e o futuro do livro e de sua indústria”. Esse é o fio condutor que o PublishNews encontrou para desenhar a programação do Pub-Livro – Encontro PublishNews de Profissionais do Livro, que fará parte da programação da Feira do Livro de Porto Alegre, que começa oficialmente nesta quarta-feira (1º) e segue com a sua programação até o próximo dia 19. O evento foi criado para reunir os melhores especialistas da indústria editorial local e discutir as tendências e desafios do mercado de livros com o público profissional e de estudantes, além de homenagear e relembrar feitos importantes que impactaram a indústria editorial, a partir dos pampas, mas com reflexo em todo o Brasil. Na programação, serão apresentadas diversas faces da indústria do livro: a dos editores, a dos livreiros, a das iniciativas para o desenvolvimento do mercado de livros digitais no país, sem deixar de lembrar a importância de grandes players gaúchos para a indústria editorial brasileira como é o caso da L&PM e do Grupo A. Clique no Leia Mais, conheça a programação do Pub-Livro e saiba como se inscrever gratuitamente no evento.

Na tarde de ontem, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) realizou a apuração da segunda fase do Prêmio Jabuti, que revelou os três primeiros lugares em cada uma das suas 29 categorias. Na categoria Romance, uma das mais esperadas, o primeiro lugar do mais prestigiado prêmio literário foi para Silviano Santiago e sua obra Machado (Companhia das Letras). O segundo lugar nesta categoria ficou com A tradutora (Record), de Cristovão Tezza e o terceiro foi para Outros cantos (Companhia das Letras), de Maria Valéria Rezende. Nesta edição, a de número 59, o Jabuti trouxe como novidades duas categorias: Histórias em quadrinhos e Livro Brasileiro Publicado no Exterior. Na primeira delas, o ganhador foi Castanha do Pará, publicada independentemente por Gidatti Oliveira Moura Jr. O segundo lugar em Histórias em Quadrinhos foi para Hinário nacional (Veneta), de Marcello Quintanilha, e o terceiro para Quadrinhos dos anos 10 (Companhia das Letras), de André Dahmer. Já a categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior foi vencida por A cup of range (Penguin Random House UK), versão britânica de Um copo de cólera, de Raduan Nassar. O segundo lugar ficou com Enigmas of spring (Dalkey Achrive Press), tradução em inglês de Enigmas da primavera, de João Almino, e o terceiro com Mijn duitse broer (De Bezige Bij), versão holandesa de O irmão alemão, de Chico Buarque. A CBL anunciou ainda que Ruth Rocha será a homenageada com o prêmio Personalidade Literária, pelo conjunto de sua obra e pela contribuição à formação de gerações de leitores. Clique no Leia Mais para conferir a lista completa de vencedores do Jabuti 2017.

Para muita gente no mundo editorial mundial, Argentina e Brasil (e muitas vezes o resto da América Latina) são geralmente vistos como um mercado único. Mas qualquer profissional da indústria do livro que quiser fazer negócios na região precisa saber que não é assim. O relacionamento dessas nações de fato imita o de dois irmãos. Envolve rivalidade (especialmente quando se trata de futebol) e constantes disputas e provocações, mas também um forte amor fraterno e subjacente. Mas no mundo editorial, esses dois irmãos não poderiam ser mais diferentes. Primeiro está o fato óbvio de que o português é falado no Brasil, enquanto na Argentina fala-se espanhol. Só isso muda tudo: a Argentina faz parte do mercado global de livros em idioma espanhol, enquanto o idioma do Brasil faz com que o país seja um enorme mercado autônomo. Para continuar lendo o artigo de Carlo Carrenho sobre o que nos iguala e o que nos diferencia dos nossos "hermanos", clique no Leia Mais.

A 36ª edição da Feira Internacional do Livro de Sharjah começou oficialmente na manhã de desta quarta-feira com uma cerimônia de abertura que reuniu o governante de Sharjah, o Sheikh Sultan bin Mohammed Al Qasimi e o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita. Em seu discurso de abertura, o Al Qasimi disse se orgulhar por Sharjah ter sido eleita a Capital da Cultura pela Unesco e ressaltou a importância do livro e da literatura nesse contexto: “Os livros são a luz contra a ignorância”. A Feira segue até o dia 11 de novembro e durante esse tempo irá exibir mais de 1,5 milhão de livros, com 1.650 expositores de 60 países e terá ainda mais de 2.600 eventos.

A Feira Miolo(s) chega a sua 4ª edição no dia 11 de novembro na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 - São Paulo / SP). Com mais de 150 editoras, um aumento de mais de 40% em relação ao ano passado, o evento promove ainda programação de palestras, música, poesia e exposição. Desde 2014, a Miolo(s) reúne editoras, coletivos e artistas produtores de publicações que transitam entre artes visuais e literatura. O público tem a oportunidade de ter contato direto com pessoas envolvidas na criação dos impressos, que assumem forma de livro, pôster, fanzine, revista, jornal, entre muitos outros. Em 2017, pela primeira vez, haverá editoras mostrando seus trabalhos nos 1º e 2º andares, além do térreo. Outra novidade é a Miolinho(s) uma área dedicada à editoras com trabalhos para crianças, como BabaYaga, Yoyo e Coticoá. Há planos de a partir de 2018 transformar a Miolinho(s) em um evento próprio. Tradição na Miolo(s), haverá uma exposição com o trabalho de um artista relevante para o meio da arte gráfica. Desta vez, o homenageado é o inglês Morris Cox (1903-1998), que publicou na sua Gogmagog Press mais de 35 livros com notório esmero estético e experimental. Ainda escreveu, ilustrou, diagramou e imprimiu cada um, usando máquinas e matrizes de impressão construídas por ele. Cox enxergava o processo de impressão como a essência do livro e não apenas a forma de expressar o conteúdo. A exposição inédita tem a curadoria do autor e designer Gustavo Piqueira, que exibirá livros raros e reproduções em adesivo. A programação completa da Miolo(s) pode ser acessada clicando aqui.

Com enfoque nas publicações e experiências visuais que primam pela ousadia e experimentação na área dos quadrinhos, a Feira Des.Gráfica ganha nova edição em 2017. O evento, que tem curadoria geral de Rafael Coutinho, quer dar espaço aos quadrinhos, publicações e autores que, de alguma forma, desenvolvem trabalhos narrativos de experimentação gráfico-visual. Para isso, a Feira vai reunir mais de 90 editores e artistas independentes entre os dias 3 e 5 de novembro, no Museu da Imagem e do Som (MIS – SP – Av. Europa, 158 – São Paulo / SP). Além da área expositiva a Des.Gráfica terá uma programação de debates, na qual se destaca a mesa com o artista belga Dominique Goblet, que acontece no próximo sábado (4), a partir das 18h. Outro destaque é a mesa com o pesquisador Pedro Moura, que vai apresentar o cenário dos quadrinhos em Portugal. Esse debate acontece no domingo (5), também a partir das 18h. A Programação completa pode ser acessada clicando aqui.

Nomes como Milton Hatoum, Mia Couto, Afonso Cruz, Adriana Calcanhoto, Paulo Werneck e Joana Gorjão Henriques estão confirmados na segunda edição do Festival Minha Língua, Minha Pátria, realizado pelo Instituto Eva Herz criado pela Livraria Cultura em 2011 com “a missão de oferecer espaços nos quais as pessoas possam, de fato, vivenciar a experiência cultural”. O evento acontece em duas cidades: entre os dias 10 e 12 de novembro, em Salvador, e entre 23 e 26 do mesmo mês, em São Paulo. O objetivo do evento é dar destaque à nova produção literária em língua portuguesa; debater a obra já consagrada de autores contemporâneos como Mia Couto e Milton Hatoum e retomar clássicos como Luis de Camões. Com curadoria de Simone Duarte, o Minha Língua, Minha Pátria acontece na Livraria Cultura no Salvador Shopping (Av. Tancredo Neves, 2.915 - 2º piso) e, em São Paulo, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi (Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232 – Piso 3). A programação completa pode ser acessada no site da Livraria Cultura.

O autor carioca Paulo Lins é próximo convidado do projeto Um Escritor na Biblioteca. Lins estreou na literatura em 1986, com a coletânea de poemas Sobre o sol, mas ficou conhecido nacionalmente após lançar, em 1997, o romance Cidade de Deus. O livro retrata o cotidiano da comunidade carioca homônima, que teve crescimento desordenado nos anos 1970 e conviveu com a violência oriunda do tráfico de drogas. Após o enorme êxito de Cidade de Deus, Lins se tornou roteirista de alguns episódios do seriado Cidade dos Homens, veiculado pela TV Globo. O encontro faz parte da série de eventos do Mês da Consciência Negra e será realizado na Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 – Curitiba / PR), no dia 7 de novembro, às 19h30.

Escritor, crítico literário e de arte, jornalista, professor, administrador cultural e, antes de tudo e, sobretudo, poeta, Affonso Romano de Sant’Anna chega aos 80 anos escrevendo com intensidade e assombro. Em A vida é um escândalo (Rocco, 96 pp, R$ 24,90), reunião de poemas inéditos que celebra seu octogésimo aniversário, o autor de livros célebres como Que país é este?, A grande fala do índio guarani e a catedral de Colônia, O lado esquerdo do meu peito, Vestígios e Sísifo desce a montanha, para citar apenas parte de sua obra poética, apresenta uma obra densa, rigorosa e refinada que não exclui, no entanto, a poesia erótica ou a experimental e assegura para seu autor um lugar de destaque entre os melhores poetas brasileiros de todos os tempos.

Sinais do mar (Gaia / Global, 56 pp, R$ 29,90) apresenta uma faceta da escritora que se encontrava escondida como um tesouro no fundo do mar: a de poeta. E é justamente sobre os encantos e mistérios do mar que esta primeira incursão no mundo dos versos está concentrada. Carioca de nascimento e dona de uma intimidade cotidiana com o universo das águas salgadas, Ana Maria Machado concebe no livro poemas que trazem evocações e imagens líricas de quem avista as ondas em seu balanço por vezes calmo, por vezes bravio, recriando seres, cenários e sentimentos que são próprias da vida marítima. No poema Estrelas, a escritora brinca de maneira deliciosa e profunda com as palavras: “Cinco pontas/ cinco destinos/ são areias tontas/ de desatinos/ Cinco sentidos/ cinco caminhos/ grãos tão moídos/ por mares e moinhos/ Estrela-guia/ em alto-mar/ outra Maria/ vem me chamar.”

Profundo conhecedor de artes visuais, fascinado por Mozart e por Nijinski, o poeta mineiro Murilo Mendes reúne erudição singular e múltiplos interesses. Em Poliedro (Companhia das Letras, 240 pp, R$ 49,90), seu largo horizonte intelectual se desenvolve em fragmentos que se aproximam dos aforismos e dão novos ares à prosa lírica, numa mistura de reflexão, memória, poesia, ensaio e verbete. Dividido em quatro partes — Microzoo, Microlições de coisas, A palavra circular e Texto délfico —, Poliedro foi publicado originalmente em 1972, três anos antes da morte de Murilo Mendes. Nesse livro, um dos poucos voos em prosa do consagrado poeta, a reformulação da linguagem e o constante diálogo entre arte e pensamento são elementos centrais. Para Carlos Drummond de Andrade, trata-se de um “fruto saboroso da cultura brasileira confrontada com valores universais”.

Em O guardador de águas (Alfaguara, 112 pp, R$ 34,90), Manoel de Barros duplica-se e cede a palavra a outro personagem, o Bernardo da Mata. Bernardo era empregado de sua fazenda e foi seu amigo de vida inteira. Em vários poemas, é Bernardo quem apresenta a fala primal da natureza que tanto caracteriza o poeta. Mas a poesia de Manoel não é ingênua, ela não ignora a teia estabelecida pela cultura. Ela desafia a lógica convencional, exercitando-se na metalinguagem. Este livro é feito de frases em mutação, que juntam as águas, o mato e os pequenos seres da mata. Mas não se deixem enganar: Manoel é muito maior que um “poeta pantaneiro”, expressão tantas vezes utilizada para defini-lo. É ele quem diz: “Não tenho em mente trazer contribuição para o acervo folclórico do Pantanal. Meu negócio é descascar as palavras, se possível, até a mais lírica semente delas”.

Ryane Leão espalha poesia pela cidade de São Paulo há mais de cinco anos. Com o projeto Onde jazz meu coração, a mato-grossense divulga seu trabalho por meio de lambe-lambe e pelas redes sociais, que já acumulam mais de 150 mil seguidores. Agora o trabalho da poeta, ativista e professora está no livro Tudo nela brilha e queima (Planeta, 192 pp, R$ 34,90). A escrita da autora busca a representatividade da mulher na arte. “A poesia é minha chance de ser eu mesma diante de um mundo que tanto me silencia”, define Leão. A obra fala sobre temas como amor, ruptura, dor, desapego e a relação caótica entre as mulheres e as cidades. Com enfoque feminista, o trabalho de Ryane tem forte apelo na luta e no fortalecimento pela literatura e pela educação. A coleção de poesias, acompanhada de ilustrações de Laura Athayde, também aborda questões ligadas às causas raciais e LGBT.