Duzentas e vinte e nove editoras, número recorde, responderam ao chamado da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro - Ano Base 2016, realizada, a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A compilação e análise dos resultados estão sendo finalizadas e os números serão apresentados em um evento na próxima quarta-feira (17), às 10h, no auditório do SNEL (Rua da Ajuda, 35 - 18º andar - Rio de Janeiro / RJ). Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato, comemora o fato de ter antecipado a divulgação dos resultados da pesquisa, que normalmente, eram apresentados em junho: "fico muito feliz por estarmos apresentando os resultados neste momento. Isso demonstra um amadurecimento do mercado editorial e do conhecimento sobre ele". Pereira dividirá o palco com Luís Antonio Torelli, presidente da CBL, com a professora Leda Paulani e com a economista Mariana Bueno, responsáveis pela pesquisa. Interessados em acompanhar o evento podem confirmar presença pelo e-mail snel@snel.org.br.

Notícia desta quarta-feira, 10 de maio no PublishNews anuncia que o MEC, através do FNDE, estuda a retomada do Programa de Biblioteca nas Escolas (PNBE), mas com modificações. Segundo a notícia, o FNDE constatou a subutilização de livros nas salas de aula, e irá propor modificações para enviar livros diretamente aos alunos – tal como no PNBE – e “que as compras estariam alinhadas aos conteúdos da BNCC”. Ora, se os livros estão subutilizados, cabe ao MEC desenvolver, ou estimular, programas de formação de professores para seu uso. Induzir os municípios a cumprir a legislação (quase uma declaração de boa vontade, por não prever punição para o prefeito que não a cumpre) que diz que deve haver biblioteca em todas as escolas do país. Mas não, em vez de atacar o problema, prefere-se a máscara da “adequação” e da distribuição dos livros para cada aluno, estimulando o individualismo e a não discussão coletiva dos conteúdos, vivacidade indispensável para que a leitura se arraigue na vida das crianças e jovens. O formato anterior tinha vários problemas, é certo. Mas, ao que parece, o que irá ser adotado ainda é pior. Clique no Leia Mais e veja a análise completa feita pelo nosso colunista.

Trezentos livros concorreram à segunda edição do Prêmio Rio de Literatura, que vai eleger o melhor livro do ano nas categorias Obra Publicada Ficção e Obra Publicada Ensaio, além de apontar um “Novo Autor Fluminense”. Entre os finalistas na categoria Ficção, estão Um mapa todo seu (Alfaguara), de Ana Maria Machado; Rol (Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho; A resistência (Companhia das Letras), de Julián Fuks, e O regresso (Rocco), de Lucia Bettencourt. Na categoria Ensaios, figuram nomes como Aguinaldo Silva, com o livro O turno da noite (Companhia das Letras); Denise Rollemberg, com Resistência-memória da ocupação Nazista na França e na Itália (Alameda); José Ramos Tinhorão, com Rei do congo: a mentira histórica que virou folclore (34), e Renato Ortiz, com Universalismo e diversidade (Boitempo). Os primeiros colocados nas categorias Ficção e Ensaios ganharão prêmio no valor de R$ 100 mil cada. O vencedor na categoria Novo Autor Fluminense ganha R$ 10 mil e terá a sua obra editada, publicada e distribuída. Clique no Leia Mais para conferir a lista completa de finalistas.

A autora e ilustradora Marilda Castanha foi, em janeiro, a única brasileira selecionada na primeira fase do Nami Concours 2017 por conta do livro Sem fim (Positivo). Depois de concorrer com outros 1.777 artistas de 89 países, ela foi premiada na categoria Purple Island, junto com outros nove autores. A categoria é a única que não dá prêmio em dinheiro, somente um certificado e uma placa. O livro ficou entre os 150 selecionados de 43 países e ainda integra o catálogo que marca a terceira edição do concurso coreano. Além disso, Sem fim faz parte da exposição do Nambook Festival, que começou com a sua programação no dia 1º de maio e segue até o fim do mês. O vencedor da categoria Grand Prix foi o livro The locomotive, do polonês Malgorzata Gurowska, que levará para casa um prêmio no valor de U$ 10 mil (aproximadamente R$ 32 mil). Já na categoria Golden Island, os vencedores foram os livros Vasilisa the beautiful, da russa Anna Morgunova e Beastly verse, do americano Joo-hee Yoon. Ambos ganharão o prêmio no valor de U$ 5 mil.

Até este sábado (13), acontece a 10ª FestiPoa Literária, festa da literatura em Porto Alegre. Debates, leituras, lançamentos, oficinas, exposições, shows, espetáculos de teatro, filmes, saraus, performances: tudo realizado para festejar e brindar a literatura, com a participação de dezenas de escritores e artistas convidados. Um dos principais eventos culturais da cidade, a FestiPoa oferece uma programação artística variada e reúne uma diversidade de escritores – desde autores que acabaram de estrear até nomes consagrados e premiados, nacional e internacionalmente – e artistas para pôr em destaque a literatura e a arte numa grande celebração cultural. Em nove edições, já participaram, entre mais 300 convidados, escritores e artistas como Antonio Cicero, Carpinejar, Cristovão Tezza, Donaldo Schüler, Fabiana Cozza, Laerte Coutinho, João Gilberto Noll, Liniers, Luis Fernando Verissimo, Marina Colasanti, Martha Medeiros e Zeca Baleiro. Toda programação do evento tem entrada gratuita. A programação completa você confere clicando aqui.

A Realejo Livros realiza logo mais, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – São Paulo / SP), um bate-papo sobre crônica com Xico Sá, Matthew Shirts e Juca Kfouri. Em março, depois de 35 anos escrevendo crônicas sobre futebol, Xico Sá, jornalista e escritor, lançou seu primeiro livro nesta categoria, intitulado A pátria em sandálias da humildade, o livro reúne os melhores escritos sobre o esporte nestes anos. Já o jornalista americano Matthew Shirts, radicado no Brasil há mais de 30 anos, lançou em novembro de 2016 o livro A feijoada completa e outras crônicas. Trata-se da reunião de 55 das melhores crônicas escritas nos últimos cinco anos sobre o que considera mais interessante, cômico e diferente na cultura brasileira, destacando suas tentativas constantes e diárias em entender aspectos peculiares do país. Após a conversa haverá sessão de autógrafos com os convidados.

Neste sábado (13), às 11h, a cientista social Ilana Goldstein ministra a palestra O Brasil best-seller de Jorge Amado: a literatura e construção da identidade nacional na Fundação Ema Klabin (Rua Portugal, 43, Jardim Europa - São Paulo / SP). A palestra apresentará brevemente a trajetória do escritor baiano e discutirá como ele ajudou a construir a imagem do Brasil e dos brasileiros por meio de suas narrativas. Jorge Amado foi um dos mais lidos autores da literatura brasileira e teve alguns de seus romances adaptados para o cinema, teatro e televisão. Suas obras literárias permitem a reflexão sobre diferentes aspectos da sociedade, como o papel da mulher, a questão racial e o lugar da cultura popular na sociedade brasileira. As inscrições são gratuitas, são 30 vagas, por ordem de chegada.

Em homenagem ao escritor Moacyr Scliar, que completaria 80 anos em 2017, a Livraria da Vila da Lorena (Al. Lorena, 1731– Jardins, São Paulo / SP) realiza um debate sobre o livro A nossa frágil condição humana, além de exibição de um documentário sobre a vida do autor, nesta quinta (11), das 19h30 às 21h30. O livro de crônicas trata de temas como a cultura, a história e a memória do povo judaico. Com a honestidade intelectual que lhe é característica, Scliar alia suas aspirações políticas a uma afirmação radical da tolerância. O médico e escritor contrapõe sua reflexão desapaixonada à barbárie dos fatos, mirando sem rodeios uma defesa fervorosa da paz. Haverá também debate com o jornalista Sérgio D’Ávila e os professores de literatura da USP, Berta Waldman e Saul Kirschbaum. Depois, a atriz Ilana Kaplan fará leitura de algumas crônicas, seguida da exibição de um documentário sobre a vida de Scliar. O evento é gratuito.

A XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, marcada para acontecer entre os dias 6 e 15 de outubro, no Centro de Convenções de Olinda, já está negociando seu espaço. A Bienal, que terá como homenageados da sua 11ª edição os escritores Fernando Monteiro e Lima Barreto, argumenta que oferece um retorno de imagem relevante para patrocinadores, apoiadores e parceiros, que comungam da visão de que o investimento em educação é um dos pilares do desenvolvimento social – e tal investimento não pode deixar de estimular a paixão do cidadão pela literatura, especialmente nas crianças e adolescentes. Os associados da CBL terão um desconto promocional de 18% até o próximo dia 30, na aquisição de seu estande no evento.

Em julho de 1936, o general Francisco Franco liderou uma revolta conservadora contra o governo de esquerda da República da Espanha. O levante durou até abril de 1939 e esteve na origem da guerra Civil Espanhola, um dos mais sangrentos conflitos civis do século XX. Publicado em forma de livro em 1938, A árvore de Gernika (Companhia das Letras, 528 pp, R$ 69,90 – Trad.: Claudio Alves Marcondes) é um relato dessa guerra. Combatendo ao lado dos Bascos, o jornalista G. L. Steer acompanhou no front os lances decisivos da batalha vencida pelo general Francisco Franco. Seu texto sobre a destruição da cidade de Guernica, publicado na imprensa na época e presente neste livro, inspirou o artista Pablo Picasso a pintar a obra-prima homônima e despertou o mundo para as atrocidades do conflito.

Vencedor do Prêmio Pulitzer, O Papa e Mussolini (Intrínseca, 592 pp, R$ 69,90) revela de forma inédita o papel da Igreja Católica no regime fascista de Benito Mussolini. Em muitos aspectos, Pio XI e o “Duce” não poderiam ter personalidades mais diferentes. No entanto, havia muito em comum. Não acreditavam na democracia e abominavam o comunismo. Além disso, contaram um com o outro para consolidar seus poderes e alcançar objetivos políticos. Desafiando a narrativa histórica convencional que retrata a Igreja Católica como forte opositora do regime fascista, David I. Kertzer mostra como o papa Pio XI foi crucial para que Mussolini instaurasse sua ditadura e se mantivesse no poder, estabelecendo uma aliança que garantiu à Igreja a restauração de posses e privilégios. Em uma rigorosa investigação, que envolveu o estudo de relatórios dos espiões de Mussolini na Santa Sé e se beneficiou sobretudo da abertura, em 2006, de arquivos secretos do Vaticano, Kertzer não só constata a nebulosa relação dos dois líderes, como também analisa a resistência encontrada pelo pontífice quando, já com a saúde debilitada e à beira da morte, passou a atacar Mussolini, suas leis antissemitas e a aproximação com Hitler.

Cobrindo mil anos da história romana, SPQR – uma história da Roma Antiga (Crítica / Planeta, 576 pp, R$ 79,90) revela em detalhes como Roma cresceu de uma vila insignificante na Itália Central para se tornar a primeira potência global. A inglesa Mary Beard, professora de Cambridge e autora de vários best-sellers, vive há mais de 30 anos pesquisando o Império Romano. A partir de inúmeras leituras, estudos de arqueologia e de documentos escritos em pedras e papiros, ela faz uma análise eloquente dessa história e mostra o que os romanos pensavam sobre si mesmos e suas realizações. SPQR é a abreviação que os próprios romanos adotaram para o seu Estado: “Senatus Populus Que Romanus”, ou “Senado e o Povo de Roma”. Neste livro, Beard detalha como foi formada a identidade e a cidadania romana e mostra porque essa cultura ainda influencia o mundo no século XXI.

Hélio de Seixas Guimarães há muitos anos se debruça não só sobre a obra de Machado de Assis, mas também sobre sua recepção pela crítica e pelos leitores. Em Machado de Assis, o escritor que nos lê (Editora Unesp, 308 pp, R$ 56), contudo, ele não teve a intenção de compor uma história dessa recepção, missão já realizada em outros trabalhos – como, por exemplo, os de José Galante de Sousa, Jean-Michel Massa e Ubiratan Machado, que têm procurado organizar a fortuna crítica mais extensa das nossas letras. Seu objetivo, neste livro resultante da tese de livre-docência defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, foi estabelecer quatro momentos considerados como de inflexão na percepção e no entendimento do que o autor entende como um processo de construção de quatro figuras de Machado: o escritor excêntrico, o mito nacional, o escritor internacionalizado e o autor realista.